Capítulo 5

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- Oliver! Oi. Tudo ok? – cumprimentei-o enquanto ele saía de trás e sentava-se ao meu lado.

- Tudo. E você? Tá fazendo o que aqui? – ele sorriu enquanto passava a mão em seu enorme cão da raça golden retriever.

- Tudo bem sim.. Eu já estava de saída, na verdade.

- Ah, entendi. Esses cães são seus? – perguntou.

- Não, na verdade não. São da dona Lourdes, que mora no quinto andar. Ela já está com a saúde meio debilitada, por isso me dá uns trocados para passear com seus cães. – respondi.

- Ah, legal. Esse aqui é o Luke. – ele disse enquanto apontava para o golden sentado ao seu lado.

- Ele é bem bonito...

- É. Ele é meu garotão. – riu.

Eu realmente quis ficar ali vendo-o falar de qualquer assunto bobo, mas se eu continuasse parada naquele local, me atrasaria para o trabalho e isso poderia arruinar o meu emprego.

- Oliver, eu preciso ir agora.

- Para onde?

- Eu preciso ir trabalhar. Depois nos falamos, tudo bem?

- Sim, claro.

E eu saí depressa demais para que ele pudesse se despedir direito. Ter saído assim pareceu fazê-lo ficar desapontado, mas não havia mais nada que eu pudesse fazer. Chegando no trabalho, sentei-me no balcão de entrada, coloquei o avental com o logotipo da biblioteca e esperei pelos clientes que, na verdade, nunca demoravam para chegar. Vez ou outra a biblioteca recebia novos clientes, mas quase sempre os "ratos de biblioteca" estavam lá para pegar mais livros e devorá-los em poucos dias. O movimento aquela tarde e noite havia sido como todos os outros dias e meu horário de trabalho acabaria em poucos minutos.

Para ajudar Carlos, o dono do estabelecimento, fechei a biblioteca e a cafeteria e, como já passava da meia noite e vinte, tirei o avental e o guardei na bolsa. Dei um abraço de despedida em seu Carlos e caminhei rapidamente para casa. Chegando no prédio, subi as escadas escuras e entrei no apartamento, desmaiando de cansaço no sofá. Zoé veio me cumprimentar, mas não dei a ela tanta atenção, por estar exausta. Meus olhos começaram a se fechar e senti o sono se aproximar lentamente. Tudo estava perfeito para um sono pesado, até a campainha soar e me fazer levantar do sofá vagarosamente. Abri a porta, bocejando e vi que Oliver veio me dar o ar da sua graça, segurando nas mãos duas pequenas garrafas de cerveja.

- Está cansada demais para beber um pouco comigo?

- Oliver, eu...

- Tudo bem, vai. A gente se fala outra hora. Vai dormir.

Fechei a porta enquanto ele me olhava. Tudo parecia conspirar para eu não ter tempo para ele. Talvez esse fosse um sinal divino para me avisar que conhecê-lo mais, geraria o famoso e desnecessário apego.




Minha Querida Sem Nome IIOnde histórias criam vida. Descubra agora