Acordei pela manhã com o sol forte entrando pela janela do meu quarto e batendo em meu rosto. Eu estava com a roupa de ontem à noite. Estranho para mim ter ido dormir sem estar de pijama mas, daquela vez, foi o que aconteceu.
Minha cabeça latejava, como se minha mente fosse um tambor. Olhei o quarto por todas as direções, procurando Zoé e não a achei. Não sabia bem o que havia ocorrido na noite anterior, mas também não continuei me perguntando para tentar descobrir.
Levantei-me da cama, soltei o cabelo e fui até a sala. Zoé estava deitada no sofá e ao seu lado, lá estavam, pelo menos meia dúzia de latas de cerveja vazias. Aí sim minha cabeça doeu ainda mais. Percebi o cheiro de cerveja que saía da minha boca e lembrei da burrada que havia feito. Lembrei de Oliver e do seu beijo. Meu choro brotou. Escorreguei pela parede da cozinha e chorei. O choro dessa vez não era de raiva ou algo assim. Na verdade, não sabia bem a razão de estar chorando, mas lá no fundo, eu sabia que o beijo de Oliver não tinha sido real. Se estava a namorar Ana Lúcia, aquele foi somente um beijo sem grandes intenções ou significados. Foi apenas um beijo com o pedido básico de "se acalme, fique bem, não chore.", mas tudo feito apenas por conta das emoções sufocadas no momento.
Senti novamente o gosto do beijo de Oliver ao passar os dedos em meus lábios e lembrar. O gosto do beijo era mesmo o de uma tentativa desesperada de me acalmar, só isso. Não havia amor por "Ella". Havia amor por Ana Lúcia, e eu sabia disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Querida Sem Nome II
Romance"Ela", "Você", "Moça" é uma jovem adulta que mora com sua gata Zoé em um apartamento na cidade grande. Ela trabalha em uma biblioteca e gosta de escrever crônicas em seu tempo livre ou então ir a um bar perto de sua casa para beber seu drink favorit...