Capítulo 26

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A arrumação do meu novo apartamento foi complicada e cansativa, mas nada que um pouco de esforço não resolvesse. Zoé parecia mais livre e feliz em um espaço maior e eu sentia que novas ideias faziam parte de mim. Meu novo apartamento possuía até uma pequena sala que fiz de escritório, onde emoldurei e preguei na parede o desenho que Oliver fez de mim, o que me ajudou muito a escrever meus textos em um local mais aconchegante e com mais calma.

Mesmo morando um pouco distante da biblioteca, eu ia ao trabalho de metrô e quase nunca me atrasava. Nos horários de folga, mostrei meu textos para seu Carlos e ele parecia gostar cada vez mais do que eu escrevia. Seu Carlos dizia que meus textos pareciam mais vivos, límpidos e aconchegantes. Não que eu escrevesse apenas sobre coisas felizes, afinal, escrever sobre as coisas tristes vez ou outra, também me faziam bem. Afinal, escrever sempre foi a minha terapia, dessas que primeiro algo dói, para depois sarar. E aos poucos seu Carlos foi me ajudando a escolher os melhores textos para recitar nos saraus e divulgar nas livrarias e bistrôs que recebiam toda a semana os escritores anônimos, o que me fazia ter um pouco mais de visão do público.

Nesse meio tempo, apesar de sentir um pouco de saudade da minha amizade com Oliver, passei a sair mais com meus amigos e conheci várias pessoas novas, que gostavam do modo como eu escrevia e diziam que seria bom mandar o meu trabalho para algumas editoras e foi o que fiz. Infelizmente, poucas editoras estavam interessadas em meu trabalho e maioria delas estava disposta a publicar outros tipos de temas. Isso me deixou um pouco desanimada, mas as coisas nem sempre são fáceis no começo.

Então, comecei a divulgar meu trabalho cada vez mais e algumas livrarias e bares literários começaram a me chamar para os saraus até três vezes na semana, o que fez meu astral borbulhar de felicidade. Mas ainda assim, nenhuma editora estava interessada em publicar o que eu havia escrito e ás vezes, sentia que minha vontade de escrever ia ficando um pouco mais fraca.



Minha Querida Sem Nome IIOnde histórias criam vida. Descubra agora