Capítulo 17

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- Oi Ella, esta é Ana Lúcia, minha namorada. – falou Oliver, sem sorrir muito.

- Oi. Prazer em conhecê-la. – cumprimentei-a com ânsia de vômito e um sorriso que eu bem sabia que não era cem por cento real. Aliás, a ânsia de vômito não se tratava de sua aparência, e sim dos meus sentimentos sufocantes.

- Prazer em conhecê-la. Oliver falou muito bem de você e das suas crônicas. Gostaria de lê-las qualquer dia! – sorriu Ana Lúcia.

- Claro... – respondi, contendo as lágrimas.

- Que ótimo! – respondeu.

- E... há quanto tempo vocês namoram? – perguntei.

- Há dois anos. – respondeu Ana, sorrindo e olhando para Oliver, que parecia cansado e sem jeito.

Bingo!. Aí estava o motivo para a recusa do beijo. Ok, ele estava certo. Eu que estive errada e assumo isso numa boa. Ora, as pessoas erram. E eu errei. De novo.

- Que bom. Parabéns! – falei, tentando ser simpática.

- Bom, precisamos ir agora. Até mais. – despediu-se Oliver.

Os dois começaram a descer as escadas e eu fiquei ali, parada, prestes a chorar.

Bom, é claro que na hora eu não fiz nada disso. Só entrei em casa, deitei na cama e olhei para o teto, devaneando. Lembrei da aparência de Ana Lúcia, ela era linda, na verdade. Possuía sardas alaranjadas nas maçãs do rosto, cabelo ondulado e castanho claro, na altura dos ombros e era uma jovem adulta, da minha idade, talvez. Ana Lúcia era muito sorridente e parecia delicada e bem mais interessante que "a garota sem nome".

Mesmo que naquele momento eu estivesse em pedaços e o meu coração parecendo um freezer, não consegui segurar o choro que estive tentando prender até então. E sim, eu chorei, chorei, chorei. Chorei até soluçar, chorei alto, como uma criança chora quando perde o seu brinquedo favorito. Chorei como se algo em mim estivesse morto. Apertei o travesseiro em meu rosto para abafar o meu soluço e chorei, desejando que tudo terminasse ali mesmo, em lágrimas.

Mas é claro que não terminou.




Minha Querida Sem Nome IIOnde histórias criam vida. Descubra agora