Capítulo 21

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O trabalho na biblioteca havia sido árduo naquela manhã de terça. Muitas pessoas passaram para pegar os livros e tive de preencher inúmeras listas e fichas. Seu Carlos até me ajudou mais dessa vez, por conta do enorme movimento e, assim, tudo correu bem.

Indo para casa, precisei abrir a sombrinha. O sol estava escaldante e o calor era terrível. Ao chegar no prédio, subi as escadas devagar, peguei a chave do apartamento , coloquei-a na fechadura e lembrei-me da primeira vez que ouvi a música do Billy Idol vindo do apartamento de Oliver. Sorri de lado, fechando os olhos e depois girei a chave e entrei. Zoé veio para perto de mim e peguei-a no colo e fiz carinho até ouvi-la ronronar.

- Sabe Zoé, sinto falta dele, mesmo que ele tenha ido embora hoje cedo... – falei.

Zoé me olhou como se pudesse me entender e depois coloquei-a no chão e a dei de comer.

Sentei-me no sofá, esfreguei os olhos com a ponta dos dedos e liguei o som. As músicas ecoavam pela sala e entravam em minha alma como se eu fosse uma peneira. Estive pensando durante toda a noite sobre a partida de Oliver e mesmo me sentindo um pouco vazia, sabia que ele estava feliz e merecia isso. Além disso, as pessoas partem os corações alheios o tempo todo, é uma coisa comum, é do ser humano. E eu não poderia cobrar atitudes diferentes de outras pessoas, eu mesma chego a cansar das pessoas, às vezes.

Eu não possuía mais motivos para chorar ou me martirizar. A vida sempre continua apesar de tudo e, o bom de estarmos aqui, é aprendermos a nos reinventar após situações que nos derrubam.



Minha Querida Sem Nome IIOnde histórias criam vida. Descubra agora