Minha Querida Sem Nome II

Capítulo 22

Já haviam se passado dois anos desde que Oliver se mudara do prédio e eu não possuía mais notícias dele. O trabalho na biblioteca continuava comum, mas aos poucos, as pessoas que frequentavam a cafeteria começaram a pedir novos livretos com meus contos e crônicas. O meu trabalho começou a ser mais valorizado por uns e outros e era bem estranho receber a admiração de pessoas das quais eu sequer conhecia.

Apesar de gostar de trabalhar na biblioteca de seu Carlos, eu sentia que continuar presa entre meu apartamento e meu local de trabalho, não me fariam prosperar muito na área da produção de textos. Não que eu quisesse parar de trabalhar com seu Carlos, afinal, ele era um ótimo senhor e sempre me ajudara, até quando as coisas pareciam estar fora do alcance de ambos.

O fato é que tirei alguns dias de folga para andar pelas cidades de onde eu morava para observar os bares, bistrôs e livrarias que organizavam saraus toda a semana, durante a noite, para os seus frequentadores, e tudo aquilo me fez ver a infinidade de possibilidades para a divulgação do meu trabalho. Não eram somente saraus de escritores conhecidos e famosos, com textos e livros importantíssimos. Alguns desses locais faziam encontros de escritores anônimos, para que alguns olheiros de editoras, ou até pessoas comuns, pudessem apreciar um trabalho maravilhoso, até então desconhecido. Infelizmente nenhum desses estabelecimentos estavam perto do local onde eu morava e me deslocar sem carro por longas distâncias ficaria cada vez mais complicado, então decidi que me mudaria na semana seguinte para a cidade onde a maioria dos escritores anônimos viviam e, é claro, onde a maioria dos saraus e encontros literários aconteciam. Mas apesar disso, não deixei de trabalhar na biblioteca de seu Carlos.