Capítulo 2

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Acordei com a campainha tocando e amarrei os cabelos e abri a porta. Era o síndico que morava no andar de baixo.

- Bom dia, seu Márcio!

- Bom dia, só vim para avisar que hoje, depois do horário de almoço, haverá reunião de moradores, lá na sala principal.

- Ah, claro! Obrigada por me lembrar. – respondi.

- Sem problemas. Agora preciso ir avisar o resto dos moradores, ainda mais porque recentemente cerca de três pessoas se mudaram para este prédio. Inclusive, um dos novos moradores está aí à sua esquerda.

- Ah, sim. Eu percebi ontem à noite. – falei, sorrindo.

- Bom, todos se conhecerão melhor hoje na reunião. Agora, preciso ir, até logo.

- Até. – acenei.

Depois que seu Márcio seguir pelo corredor, fechei a porta, desliguei a televisão e olhei as horas no relógio, que marcava dez e dezesseis. Fui até o banheiro em busca de uma ducha que me fizesse recuperar os ânimos e energias perdidas pela noite. Depois do banho, fui até a cozinha e preparei um café forte com torradas. Comi tudo, coloquei a ração da Zoé em sua tigelinha e fui até o mercado comprar algo para o almoço.

Chegando no enorme mercado da cidade, peguei uma cestinha na entrada e fui logo para a seção dos congelados. Não que eu tenha preguiça de cozinhar, mas nem sempre estou tão disposta a pôr a mão na massa, literalmente. No corredor dos frios selecionei uma lasanha ao molho branco, um hambúrguer de frango e nuggets. Minha mãe sempre me sugeriu uma alimentação melhor, sempre me pediu para consumir mais frutas e verduras. Bom, ainda bem que ela não veio comigo ao mercado, pois, se visse as porcarias que compro, puxaria as minhas orelhas tão forte a ponto de arrancá-las.

Depois dos congelados, segui para a seção de bebidas. Dois sucos, duas águas e três latas de cerveja. Na verdade, eu não bebia cerveja em hipótese alguma, aliás, eu realmente odiava aquele sabor amargo em minha boca, mas costumava deixar algumas latas esquecidas na geladeira, já que alguns dos meus amigos quando me visitavam, me cobravam a famosa "cervejinha" gelada.

Depois de pegar todo o necessário fui até o caixa e paguei as compras. Voltei andando para casa devagar e subi as escadas ofegante, por estar carregando sacolas tão pesadas. Ao chegar em meu andar, fui até a porta e larguei as compras no chão para procurar a chave do apartamento no meu bolso da calça jeans. Quando achei, me preparei para abrir a porta e ouvi que a maçaneta do vizinho da esquerda estava sendo girada para se abrir. Me apressei para entrar logo, pois apesar de ser simpática com as pessoas, nem sempre estou disposta à uma conversinha, ainda mais entre vizinhos.

Meu desespero para achar a chave certa entre o molho só me fez tardar mais e a porta do vizinho se abriu, revelando o novo morador do apartamento 15-A. Para a minha sorte, ou azar, o novo morador era o cara que tanto escrevia no caderninho ontem, no bar. 


Minha Querida Sem Nome IIOnde histórias criam vida. Descubra agora