Ela faz parte da familia tanto quanto você

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Iara estava indo embora da casa de Eric ainda arrependida de ter feito sexo com ele. Eram nove e meia da noite e as ruas estava vazias e Eric fez o favor de chamar um táxi para levá-la em casa.

Quando Iara chegou seus pais estavam assistindo TV na sala ela mal falou com eles direito e já subiu para falar com Luísa — ela tinha esperança de que a amiga ainda estivesse lá —. E para a sorte de Iara, Luísa estava mexendo no celular deitada na cama.

–Oi!!- Iara disse para a amiga que estava ouvir.

–Oi...

Luísa se levantou e riu quando viu a amiga com aquele pijaminha fofo de cup cake cor-de-rosa.

–Tá linda assim amiga- Iara soltou uma gargalhada.

–Cala a boca... Mas eu estou feliz que você chegou...

–Sim precisamos conversar, mas é sobre o que em?- Iara falou enquanto tirava a roupa. E colocava o pijama.

Ela colocou seu pijama curto era de flores, e prendeu o cabelo em um coque.

–Bem não sei como dizer isso, mas sei lá, eu nunca quis comentar com você sobre isso...

–Fala logo!- Iara sorriu e se sentou de frente para a amiga na cama.

Uma se sentou de frente para a outra de pernas cruzadas.

–Eu estava recebendo ligações de um número desconhecido mas eu não estava nem aí... Só que aí... Ontem...

Então Iara pode ver os olhos de Luísa se enchendo de lágrimas, e passou um olhar de confiança para a amiga.

–Olha essa semana... Eu estava toda errada essa semana sabe, eu, eu, sai com uns caras errados, peguei drogas com o Lucas...- uma lágrima caiu do olho de Luísa- acho que é isso que acontece quando eu fico longe de você...

As duas trocaram um sorriso triste.

Mas o que aconteceu ontem?- Iara disse baixinho.

–Eu estava no bar do Haas bebendo sei lá o que, já estava meio tonta mesmo... Então uns meninos que faziam faculdade ali perto eles foram me dar ideia...

–Você transou com dois caras? Só isso?- Iara debochou.

As duas sabiam que Iara sempre quis fazer um menagem, mas nunca teve a oportunidade. Mas como fazer um menagem não tinha importância comparada ao tanto de coisas que Luísa já havia feito, Iara não se importou muito.

–Não é só isso!

–Então FALA!

–Eu recebi de novo a ligação de novo daquele número desconhecido então eu fiquei com raiva e atendi... E era...- Luísa prendeu a respiração- era Leila...

–O QUÊ????- Iara arregalou os olhos.

Desde que Leila fugiu de casa sem deixar nenhuma explicação a família entrou em conflito, Luísa quase repetiu de ano, Lais perdeu seus dois empregos, a mãe entrou em depressão profunda — por cinco meses, mas agora ela já estava melhor —, e o pai por consolo a esposa tirou metade do trabalho para trabalhar em casa e cuidar da mulher ao mesmo tempo.

–Como assim? O que ela disse pra você? Tem algo para provar que é ela?- Iara estava desesperada.

Ver Luísa chorando não era fácil, mas se fosse a coisa mais fútil e idiota do mundo, se a amiga estava chorando era por algum motivo muito, muito importante pra ela, ela nunca chorava.

–Ela quer falar comigo, se encontrar em algum lugar, mas, mas eu não consigo aceitar ela na família de novo... Ela destruiu nossa família- Luísa suspirou- eu sei que a nossa família nem era tão boa assim, mas, ela destruiu o que a gente tinha de bom...

–E você não acha que se aceitar ela aquelas coisas boas não vão voltar? Tipo ela realmente fez muito mal, mas se você ouvir o lado dela da história quem sabe você até volta a gostar dela...

As duas se encararam, Luísa odiava quando Iara tinha razão até porquê Iara era a mais burrinha do grupo.

–Não sei... Não confio nela...

–Então tenta confiar, talvez ela esteja até passando perigo. Você não sabe, ou pelo menos tipo, sei lá, fica se encontrando com ela e... Aí quando você realmente achar que é a hora certa você fala com os seus pais e fala aonde é a sua casa.

As duas ficaram em silêncio encarando suas pernas, Iara sabia que Luísa odiava contato visual enquanto ela estava chorando.

–Talvez você esteja certa...

Por um tempo as duas ainda ficaram debatendo até que Luísa concordou com Iara, e para finalizar aquela noite triste Iara roubou alguns cigarros do pai e ficou fumando com amiga encima do telhado — uma tradição desde os seus treze anos, quando elas fumaram pela primeira vez.

Viva a adolescência!  VOL. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora