Uma desavensa

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Luísa não estava mais aguentando aquela festa idiota, então foi em um lugar da casa em que sempre teve vontade de conhecer, o porão, quando ela era criança ainda é seus pais eram amigos do pai de Eduardo, ela iria bastante para a casa dele brincar, porém o sótão sempre estava trancada, e quando não estava era meio proibido de entrar lá.

Ela saiu da cama e fechou a porta com cuidado. Ao descer as escadas viu a casa cheia de gente – desconhecida – então subiu novamente, e foi para o sótão. Desse vez ao mexer na maçaneta não estava trancada e um sorriso surgiu em seu rosto.

Ao entrar sentiu um cheiro de poeira forte que a fez espirrar, ela continuou andando e a madeira do chão fazia rangidos, lá era escuro e não tinha nada demais além de móveis velhos e uma janela, então ouviu a porta batendo e levou um susto. Virou-se e viu Eduardo:

–O que está fazendo aqui??- gritou Eduardo.

–Eu só estava...- Luísa travou- aah, eu queria conhecer aqui, nunca podem entrar aqui.

–Você sabe que não pode é por que diabos veio aqui?- Eduardo parecia bravo.

–Sei lá, curiosidade...

–Vem vamos, não pode entrar aqui!

–Por que? Eu já estou aqui!

–Olha Luísa não quero discutir vamos sair daqui- Eduardo a puxou pelo braço.

Mas quando foi puxe a maçaneta ela saiu na mão, e ele bateu na porta.

–PORRA!- ele gritou.

–O que foi?

– maçaneta quebrou e esse era um dos motivos para eu não querer que ninguém viesse aqui!- no escuro que estava Luísa podia ver que Eduardo estava furioso.

–Meu Deus... Como vamos sair... Ta tendo uma festa lá embaixo, e assim é na sua casa.

–É eu sei e é tudo culpa sua... Que merda Luísa.

–Me desculpa e não achei que isso fosse acontecer.

Eduardo tentou arrombar a porta mais de quatro vezes, e já estava com o ombro dolorido, até tentou chutar mais não estava dando certo também.

–Chega não vamos sair daqui tão cedo.

–Mas a gente tem que sair.

–Só vamos sair daqui quando alguns pervertidos vierem transar- disse Luísa.

–Cala a boca Luísa.

Luísa que estava sentada, se levantou e foi em direção ao Eduardo:

–Por que? Esta com nojo dos seus amigos saírem transando por aqui?!

–Não é isso- disse Eduardo meio áspero- tem coisas caras nessa casa... Muito caras!

–Eu sei! Ainda não entendi por quê você da festas aqui...

Eduardo chegou perto de Luísa que estava em pé:

–Porque eu sou demais, e se me roubarem...

–O que você faz?- Luísa riu- a é, nada porque você é um merdinha que finge ser demais!

–Cala a boca, você não sabe de nada sobre mim.

–Sei sim, basicamente cresci com você, e sinceramente estou decepcionada!

–Por que?- Eduardo franziu a testa.

–Seus pais são demais, e te dão tudo, por quê você é assim? Não dá valor para nada, é arrogante e vive se metendo em encrenca?

–Sai do meu pé!

–Não!

– Vê se cala essa boca, você não me conhece de verdade, não sabe nada sobre minha vida. E se eu sou um idiota é problema meu, minhas consequências! Que merda!

–Então me cont sobre a sua vida- Luísa fechou a cara.

–Você não merece...-Eduardo debochou.

–A é eu tenho que dormir com você pra conseguir isso?- Luísa parou- a pera eu já fiz isso...

–Você disse que nunca mais ia tocar no assunto...- o clima ficou tenso.

–E como não tocar... Foi a minha virgindade...

–Luísa... Eu não quero falar sobre isso. Tanto eu como você erramos esse dia.

–Você sabe que eu não quero nada com você... Mas por que você, simplesmente fez sexo e sumiu, porquê você acha que eu mudei... Não foi totalmente esse o motivo, mais foi um dos- Luísa ficou triste der repente.

A quase dois anos, Luísa era muito rebelde como Eduardo, os dois eram melhores amigos por conta de seus pais, porém, eles estavam entrando na adolescência, viviam bebendo e às vezes fumando escondido junto de Lucas. Mas teve um dia, que Eduardo e Luísa estavam bêbados na casa de Luísa. Muito bêbados. Mas Eduardo nem tanto, ele começou a dizer coisas lindas para Luísa e quando foram ver já estavam se atracando em beijos, e depois acabou em sexo.

No dia seguinte além de dor de cabeça, Luísa não se lembrava de muita coisa, mas se lembrava do que fez com Ed, principalmente quando levantava o lençol e via a mancha de sangue, mas ele havia ido embora. E depois nunca mais foram os mesmos.

Mas o problema foi que nas ferias eles haviam se beijado, e transado novamente e Luísa talvez, achou que aquilo foi um sinal.

–Nem a virgindade importa tanto, mas e nas férias? Não teve importância?- Luísa estava quase chorando.

–Você não sabe o que é sexo sem compromisso? Caramba Luísa, nós não podemos ser amigos?-Eduardo parecia tenso. A única coisa que queria era ir embora.

–Eu quero ser sua amiga, mas nem isso você permite!

–Claro, porque senão acaba nisso aqui!- ele fez uma pausa- acaba em você falando sobre a sua virgindade, e a gente se beijando!

–Mas agora a gente não está se beijando!- Luísa se segurou para não deixar as lágrimas caírem.

Então Eduardo a puxou pela cintura e a beijou, mas não foi qualquer beijo, foi o beijo. Mesmo Eduardo fazendo de tudo para não querer, ele sempre queria mais de Luísa.

Viva a adolescência!  VOL. 01Onde histórias criam vida. Descubra agora