Salgueiro Lutador

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Assim que ficou satisfeito, Scorpius olhou para a mesa dos professores procurando o olhar da professora de Transfiguração e se surpreendeu ao encontrá-lo sobre si. Ele rapidamente se virou para Albus ao seu lado e perguntou se ele já tinha acabado de comer e o garoto só acenou com a cabeça antes que Scorpius se virasse procurando mais uma vez pela professora que desta vez tinha sumido de seu lugar.

- Vamos – Scorpius chamou o garoto. Os dois se levantando e caminhando para fora do Salão. Os corredores estavam vazios e o único som vinha dos sapatos dele batendo contra o piso.

- Você não acha arriscado andar por ai? Sozinho? – Albus perguntou quebrando o silencio.

- Não seja medroso. Não estamos sozinhos, temos um ao outro, e daqui a pouco encontramos a professora.

- Mas e depois, se ela não nos levar até o Salão Comunal? Se formos pegos podemos pegar detenção ou mesmo... e se formos devorados por algum monstro do lado de fora?!

- EI! – Scorpius gritou e o moreno arregalou os olhos assustado com a reação do loiro – Não vamos ser pegos, nem mortos. Se controla, ficaremos bem, estamos com a professora mais incrível de Hogwarts.

- Eu não a acho tão incrível assim – Albus falou e Scorpius o encarou esperando que ele continuasse e o garoto deu de ombros – Eu gosto do professor Longbottom.

- Nem tivemos aula com ele ainda.

- Mas ele é legal. Meu pai e ele são amigos.

- Era de se esperar – Scorpius comentou baixo sem que o amigo ouvisse, enquanto pensamentos a respeito do pai do amigo tomavam sua cabeça, mas ele logo ignorou os pensamentos quando passaram pela porta que levava para o exterior do castelo, onde eles passaram a caminhar pela grama em direção a uma trilha que dava no Salgueiro Lutador, local em que a professora ruiva já esperava eles debaixo do salgueiro que estava parado inofensivamente fazendo uma sombra contra a luz da lua – Achava que ele fosse do tipo selvagem.

- E é – A professora respondeu – Quando forem utilizar a passagem, deverão utilizar o feitiço Immobilus, que fará com que o Salgueiro lutador pare de se mover. Ele não dura para sempre então se deve tomar cuidado para o tempo gasto e tempo para repor o feitiço – Ela falou se levantando e se afastando do Salgueiro, que começou a se mover assim que ela parou ao lado dos meninos – Um dos dois, pode tentar agora e o outro mais tarde, até terminarmos lá dentro terá de repor.

- Não tem outra forma? – Albus perguntou.

- Apertar um nó da arvore, mas para você fazer isso tem que chegar perto, mas fique à vontade – LeFay deu de ombros e os garotos se entreolharam antes de Scorpius suspirar e dizer o feitiço da forma correta depois que LeFay explicou.

A árvore parou de se mover e LeFay guiou os garotos na direção de um buraco que tinha entre as raízes. Albus olhou para Scorpius com dúvida, mas o amigo apenas deu de ombros e seguiu a professora ruiva.

O túnel debaixo do terreno de Hogwarts não era muito estreito, mas também não era grande e Scorpius se perguntou quantos conheciam aquele caminho, se bem que a partir dessa semana muitos de sua Casa saberiam. Mas não seria a primeira vez que a Sonserina saia privilegiada sobre alguma coisa.

Depois de certo tempo que Scorpius não soube dizer quanto, eles caminharam. Ocasionalmente Albus fazia uma pergunta para a professora ou mesmo Scorpius, curiosos com que aula teriam, o que aprenderiam naquela noite e porque ela escolheu aquele lugar e não sua própria sala da aula.

- Discrição. As pessoas notariam alunos caminhando pelo colégio no meio da noite, entrando e saindo de uma sala. E Grifinórios são imensamente curiosos, provavelmente descobririam e iriam exigir os mesmos tratamentos que estou dando a vocês.

- Eu não acho – Albus falou e a professora virou a cabeça, olhando para ele por sobre o ombro. Albus engoliu e seco ao receber o olhar frio dela e decidiu ficar quieto.

Ao fim do túnel havia uma escada que levava eles para o interior da Casa dos Gritos. Uma porta aberta os aguardava e dava para um corredor escuro com iluminação fraca pendendo do teto.

Enquanto andavam pela casa, eles notaram que o lugar não estava tão empoeirado quanto eles imaginavam para uma "casa mal assombrada". Mas antes que Scorpius perguntasse, ela os levou para uma sala que tinha diversos livros, duas mesas, frascos de diversos tamanhos com líquidos espessos e escuros, claros só que opacos, além de vazios.

- Vamos ter uma aula de poções. Soube que tiveram aula hoje, mas não custa aperfeiçoar – Ela falou pegando um dos livros que estavam nas prateleiras mais baixas. Assim que ela achou a poção que queria, ela ensinou aos meninos como fazia e deixou-os prepararem por si só a poção.

Depois que terminaram o preparo da poção em cerca de uma hora depois de começarem, a professora começou a explicar para eles um pouco sobre DCAT, aula que eles teriam no dia seguinte. Disse que de inicio eles não teriam aulas práticas, mas deu os conceitos básicos de feitiços de ataque e defesa.

Depois de mais meia hora, eles foram dispensados. Ela os levou mais uma vez pelos tuneis e desta vez Albus fez o feitiço para o Salgueiro não se mover para atacá-los.

Ela os levou em silencio até o Castelo e até a entrada das masmorras. Albus foi o primeiro a entrar depois de dar a senha, se despedindo da professora e agradecendo a aula.

- Professora, você mora na Casa dos Gritos, não mora? – Ele perguntou curioso com a resposta. Ele ficou se perguntando isso conforme notara pequenos detalhes na arrumação do local mesmo com o descuido da limpeza.

- Boa noite, Sr Malfoy – A professora falou por fim sem lhe responder e deu as costas para o loiro, mas antes de ir embora de uma vez por todas virou para ele – Lá tem livros de alquimia se estiver interessado em ler, só seja discreto.


Heirs of Slytherin (Livro2 - continuação de Proud and Love || Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora