Castelo de Cartas

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"Scorpius, eu sei que não temos nos falado muito e que você não quer ver minha cara, acho que você ainda acreditava que havia um jeito de evitar o divorcio. Mas se evitássemos seria só um jeito egoísta de manter a sua mãe infeliz, assim ela talvez encontre alguém melhor. Eu queria te ver, e conversar de verdade como pai e filho, se estiver disposto, se encontre comigo em Hogsmeade. Já enviei um pedido para sua diretora, estarei te esperando no Três Vassouras, de lá podemos ir para outro lugar se você preferir. Com amor, seu pai".

Scorpius pegou a carta, depois de ler, e a guardou numa caixa junto com as demais cartas que seus pais e avós haviam enviado desde que ele entrara na escola. E começou a tirar o uniforme, vestindo uma camisa qualquer que ele havia trago para os dias livres em Hogwarts e um casaco de capuz que ele logo colocou.

Foi até o escritório de Minerva, pegou a autorização e saiu, logo caminhando em direção ao centro de Hogsmeade.

Assim que passou pela porta do Três Vassouras, procurou o seu pai com o olhar e o viu sentado sozinho numa mesa com duas cervejas amanteigadas em sua frente.

- Não achei realmente que você viesse – Draco falou sincero.

- Se quiser, posso voltar – Scorpius falou frio e Draco fez um gesto para a cadeira de frente para a sua. Não era temporada para os alunos irem para Hogsmeade e por conta disso o lugar estava vazio.

- Como estão as coisas na escola?

- Bem.

- Você é amigo do menino Potter?

- Sim.

- Slughorn da aula para você?

- Não.

- Dá para parar com essas respostas monossilábicas?

- Como quiser – Scorpius falou e o pai o olhou sério – Foram duas palavras – Ele disse indicando com os dedos.

- Me fale mais da sua professora de Transfiguração.

- Se você estiver se referindo da professora LeFay, ela não da mais aulas de Transfiguração, ela da aula de Poções. Por que está interessado em saber sobre ela? Por que decidiu me procurar se passamos dois anos sem nos falar?

- Eu... Eu queria te contar uma historia.

- Você não acha que eu estou um pouco velho para ouvir historias?

- Não é um conto de fadas, é uma historia real. Você vai ouvir

- Estar aqui com você esta me poupando de uma aula chata de Herbologia, então vá em frente.

- Há um tempo atrás, alguns bons anos antes de você nascer, um garoto foi para Hogwarts e entrou para a Sonserina e assim como ele a sua irmã também entrou. Os dois eram inseparáveis e que havia um sentimento maior que apenas de irmão e irmã, em algum momento eles acabaram descobrindo que não eram de fato irmãos. E por mais que se amassem eles não ficaram juntos, a mãe da garota era imprevisível e má, o pai do garoto nunca gostou da menina e quando o garoto achava que eles iriam ficar juntos finalmente algo acontecia e os afastava. Quando a guerra chegou eles ficara do lado errado – Draco falou percebendo que agora chamara a atenção de Scorpius – a garota tinha poderes incomuns, poderes que chamaram a atenção do Lorde das Trevas. Ela conseguia tudo o que quisesse, fazia feitiços sem usar a varinha e sem ter de pronunciar nenhuma palavra, ela podia acessar o mundo espiritual e controlar as forças da natureza, ela conseguia manipular a sua aparência e era uma animaga. Ela tinha mais truques do que Voldemort imaginava, na verdade, poucos sabiam de fato o que ela podia fazer. Durante a guerra, o pai que ela havia demorado bastante para descobrir quem era, acabou sendo morto e ela foi embora, e o garoto ficou se saber dela mesmo depois do fim da guerra. Ele ficou sem saber dela por mais de vinte anos...

- O garoto é você? – Scorpius perguntou interrompendo a historia que o pai contava.

- Sim.

- Foi por isso que você se separou da minha mãe?

- Em parte. Eu me separei da sua mãe porque sua mãe não era feliz comigo, eu não conseguia amar sua mãe e isso estava afetando a nossa família.

- Já estava afetada com você.

- Eu só encontrei ela um tempo depois que eu já havia me divorciado.

- Você esta com ela, agora?

- Sim.

- Você vai me apresentar ela hoje, por isso que me chamou aqui?

- Não. Você não precisa conhecer ela se você não quiser.

- Não quero. Valeu pela bebida – Scorpius falou e se levantou para logo sair.

[...]

Scorpius voltou para a escola, correu como nunca correu, e quando cruzou por alunos que estavam vagando pelo colégio depois do almoço ele não se importou se o vissem ou se esbarrasse em alguns enquanto corria para o salgueiro lutador, murmurava o feitiço e entrava na passagem secreta.

Ele podia ter ido por Hogsmeade, mas não queria que seu pai o seguisse. Ele queria paz.

Esperava que ali ele pudesse ficar sozinho, e esperava que a professora LeFay te desse algum conselho racional quando a encontrasse ali, mas não foi exatamente isso que encontrou quando terminou de correr pelo túnel mal iluminado e encontrou seu pai e sua professora se beijando na sala da Casa dos Gritos.

Ele sentiu o impulso de gritar, de ir para cima de seu pai e de xingar a sua professora de vagabunda ou qualquer outra palavra que a machucasse, mas ele se controlou e recuou, voltando por onde viera e desta vez pensou num outro lugar em que pudesse ficar sozinho sem ser questionado.

[...]

- Então é aqui que o rei se esconde quando o castelo de cartas cai? – Uma voz feminina soou chamado a atenção de Scorpius que limpou a bochecha tentando esconder uma lágrima que havia escorrido de seu rosto – Estava chorando?

- O que esta fazendo aqui, Weasley? – Scorpius perguntou sem olhar para ela.

- Albus estava preocupado contigo, você não foi para a aula hoje e nem para a Casa dos Gritos ter a aula com a LeFay.

- Não mencione ela na minha frente! – Scorpius gritou alto apontando a varinha para ela. Ele agora estava de pé, seus olhos vermelhos de raiva enquanto se aproximava da garota de cabelos negros. Dominique sentia uma pressão contra o seu pescoço, sufocando ela, como se uma mão estivesse contra o pescoço. Ela havia deixado a varinha no seu coturno e não teria como pegá-la antes que Scorpius decidisse usar um feitiço ainda mais violento contra ela.

- S...Scorpius – Ela falou o nome dele com dificuldade – E...eu não estou... respirando – Ela falou e então sentiu a força sumir assim que ele abaixou a varinha. Ela caiu em seus joelhos com a mão no pescoço, respirando com força, puxando o ar para seu pulmão. Ela ouviu um choro compulsivo e viu que Scorpius havia se sentado mais uma vez no chão, seus braços apoiados nos joelhos e o rosto escondido.

Dominique se recuperou e foi até ele, se sentou ao lado dele e o abraçou. O abraço o pegou de surpresa, mas ele não a afastou e deixou ser a abraçado pela garota.

Heirs of Slytherin (Livro2 - continuação de Proud and Love || Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora