Capítulo 2.

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Capítulo escrito pela Marcella.


Dois dias haviam se passado desde que minha irmã tinha divulgado seu noivado, e eu não posso mentir dizendo que estava saltitante por ela. Eu estaria no mínimo feliz, se minha mãe não tivesse me ligado ontem à noite e, por meia hora, falado sobre os detalhes do casamento.

Aquilo realmente me tirou do sério.

Desde então eu espero Dinah conseguir o número da tal "acompanhante" que sugeriu. Confesso que passei um pouco mais do que o necessário pensando em como ela é, sua aparência, sua personalidade, e se aquilo daria certo de fato. Alanna sempre arruma um jeito de acabar com meus relacionamentos, ela parece ficar decidida em descobrir algum podre da minha parceira no momento em que a apresento. E se descobrisse que eu aluguei uma mulher apenas porque falei uma bobeira em um momento de raiva, tudo se tornaria um inferno ainda maior.

Ouvi duas batidas na porta e ergui meus olhos dos papéis que lia.

— Entre. – falei, ajeitando meu corpo na cadeira. Dinah apareceu e fechou a porta, seus braços estavam atrás do corpo e ela franzia a boca, parecendo esconder algo. — Pode começar a falar.

Ela torceu o canto dos lábios e se aproximou, ainda com os braços atrás do corpo, sentando em uma das cadeiras à minha frente. Ergui uma sobrancelha ao vê-la daquele jeito e cruzei os braços.

— Dinah? – ela suspirou e fechou os olhos, abrindo-os em seguida.

— Não consigo mais segurar! – ela disse alto, mostrando os braços e jogando uma das mãos com força na minha mesa. Dei um pequeno pulo de susto e a olhei assustada. — Eu consegui! Olhe, olhe! – ela falou animada, empurrando o papel que tinha jogado na mesa para perto de mim.

— O quê? – perguntei, a testa franzida em confusão.

— Lauren! O número de Lauren! – ela sorria abertamente e parecia muito animada. Eu relaxei os ombros e suspirei, passando a mão pelos cabelos.

Abaixei o olhar para o cartão em minha frente. Era branco, sem nenhum detalhe, e tinha "LAUREN JAUREGUI – acompanhante de aluguel" em preto, junto ao seu número de telefone. Peguei-o na mão e virei, vendo algumas frases pequenas que logo identifiquei como os serviços de Lauren.

"- Festas, jantares importantes/profissionais, eventos pessoais/familiares; para outros serviços, entrar em contato para negociações.

- Apenas permitido contatos físicos menos íntimos; abraços, mãos entrelaçadas e selinhos rápidos. Sexo em nenhuma circunstância, sem negociações."

Eu ri e olhei para Dinah, levantando o cartão.

— Como diabos você quer que minha família acredite que ela é minha namorada se ela não permite contato íntimo? Me dando selinhos rápidos? – eu rolei os olhos e Dinah bufou.

— Olha, Camila, ela é profissional. Eu te garanto isso. – Dinah falava, balançando a cabeça e se mostrando confiante do que falava. — Lauren vai conseguir enganar sua família, não se preocupe. – eu semicerrei os olhos e mordi o lábio, voltando a olhar aquele cartão. Joguei o corpo para trás e fiquei alguns segundos observando seu nome escrito em letras grandes.

Lauren Jauregui. Parece que esse é o nome da minha mais nova namorada – falsa.

— Tudo bem. Não tenho outra escolha, de qualquer jeito. E sinto que vai funcionar. – dei de ombros e o sorriso de Dinah quase rasgava seu rosto.

— Estou louca pra ver sua irmã com a cara no chão! – eu ri alto e ela me acompanhou.

— Eu também! Todo centavo vai valer a pena.

Buying Her Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora