Capítulo 9.

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Capítulo escrito pela Natália.


Empurro a porta da cafeteria e passo a mão pelos cabelos, levemente irritada por conta da reunião extremamente frustrante que eu havia acabado de ter. Meus funcionários andavam discordando muito entre si e isso fazia a qualidade de nosso trabalho decair, cabia a minha pessoa apartar tudo e fazer decisões difíceis.

Olho meu celular mais uma vez e respondo Lauren, que havia mandado a opções de duas roupas para eu escolher qual ela deveria usar para o jantar com minha irmã e cunhado aquela noite.

Não é nada profissional deixar sua cliente parcialmente nua ou ficar parcialmente nua, além de ser extremamente antiprofissional é algo completamente quente e proibido. Não faz sentido alguém dizer o tempo todo que é algo profissional e toda vez que tem a chance acaba por fazer o seu trabalho se tornar o menos profissional o possível. Minha relação –ou nada- profissional entre Lauren e eu se tornava cada dia mais confusa em minha cabeça.

Lauren provavelmente não tem noção de que manipula facilmente as pessoas, e muito menos que eu sou uma das pessoas que – infelizmente - se sentem extremamente atraídas por ela, o que consequentemente ajuda um pouco a confundir tudo o que temos, afinal na minha cabeça é difícil digerir que uma pessoa que te olha de uma maneira intensa e age de uma maneira tão natural ao seu lado não sente algo realmente por você.

Mas eu tinha que colocar uma coisa na cabeça: eu era apenas mais uma das diversas clientes de Lauren Jauregui.

- Com licença, essa fila é para pagar, certo? – Desvio meu olhar do celular e encaro a linda mulher atrás de mim.

- Er... sim. – Sorrio e ela sorri de volta, mostrando suas covinhas adoráveis.

- É meu primeiro dia aqui em Miami, e eu estou me sentindo apavorada! – Ri abrindo a bolsa.

- Veio de onde? – Fico a uma pessoa de distância do caixa.

- Brasil, fiz intercambio aos dezoito anos e voltei agora. – A encaro surpresa.

- Isso é bem legal. – Dou um passo à frente – Já escolheu o que vai querer tomar? – Pergunto como quem não quer nada.

- Acho que vou querer um cappuccino. – Ela já estava com o dinheiro em mãos.

- Boa escolha, o cappuccino daqui é muito bom. – Me viro para o balcão para fazer o meu pedido – Boa tarde, eu vou querer dois cappuccinos grandes para a viagem. – Estendo uma nota de vinte e a vendedora prontamente volta o troco – Pronto, aquele lado lá é para retirar o seu pedido. – Faço um sinal com a cabeça.

- Eu não...

- Eu paguei para você, presente de boas-vindas. – Sorrio e ela arqueia as sobrancelhas surpresa, guardo o troco em minha carteira – Estou apenas ajudando você a se familiarizar com todas as coisas. – Ela ri e eu fico ao lado do balcão.

- Muito obrigada por ser tão gentil, Moça do Cappuccino. – Rio e a brasileira sorri novamente.

- Sempre me chamam de Camila, mas Moça do Cappuccino parece um bom apelido. – Pego nossas bebidas e estendo a dela – E você, como eles te chamam?

- Giovanna. – Estende a mão e eu aperto a mesma.

- É um grande prazer, Giovanna. – Olho rapidamente para o relógio em meu pulso – Bom, eu vou indo... – Passo a mão livre em minha saia – Espero que tenha um bom dia e consiga se ajustar.

- Obrigada, Camila. – Ergue a sua bebida e eu mordo meu lábio inferior, evitando sorrir mais uma vez.

- 'Tchau'. – Ela abre a boca surpresa quando eu pronuncio a palavra em português.

Buying Her Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora