Capítulo 6.

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Eu batucava o pé no chão, impaciente. A TV estava ligada, mas eu não fazia ideia do que estava passando, apenas porque minha cabeça só conseguia pensar no encontro com Alanna e nas coisas que inventei sobre Lauren – que chegaria a qualquer momento.

Bufei e desliguei a TV, jogando o controle longe. Decidi preparar alguma coisa enquanto ela não chegava, então fui até a cozinha e peguei a primeira coisa que me veio à cabeça: pipoca. Coloquei a panela no fogão e joguei um pouco de óleo, pegando o fósforo. Eu estava acendendo a boca do fogão quando a campainha tocou e me fez dar um pulo que, consequentemente, me fez queimar o dedo e soltar um pequeno grito de susto.

Grunhi e saí nervosa em direção a porta, abrindo-a com força. Lauren ergueu a cabeça e, como sempre, sua expressão parecia indiferente.

— Você fez eu me queimar! – falei fuzilando-a com o olhar. Ela rolou os olhos e eu dei espaço para ela entrar. Fechei a porta e voltei para a cozinha, colocando a pipoca na panela e tampando-a. Virei-me e encontrei Lauren encostada no batente da porta com um sorrisinho de lado.

— Pipoca para mim, princesa? – eu respirei fundo e decidi ignorá-la.

— Estou desesperada, Lauren. Eu me encontrei com a Alanna e tive que inventar tanta coisa, céus eu estou morta! – eu gesticulava com as mãos, me aproximando de Lauren. Ela bufou e cruzou os braços.

— Por Deus, pra que tanto drama? – eu arqueei as sobrancelhas e abri a boca.

— Você só pode estar de brincadeira! Eu acabei de dizer que inventei coisas sobre nosso namoro e você acha que é drama? – ela se aproximou, ficando próxima do meu rosto e eu recuei um passo, mas Lauren acabou com o espaço entre nós novamente.

— Sim, é drama. – ela murmurou, olhando diretamente nos meus olhos. — Porque, como eu já disse e volto a repetir, eu sou profissional.

Eu quase tive a impressão de que os pelos de minha nuca se eriçaram quando ela sussurrou aquelas palavras perto de meu rosto, com a expressão dura. Em meio do desespero, eu tirei alguns segundos para observá-la de perto. Seus olhos eram em um tom forte de verde – eu tinha certeza de que, alguma vez, alguém já se perdeu nesses olhos –, sua boca era rosada e convidativa, seu nariz chegava a ser ridiculamente fofo. Lauren é bonita.

— Hã... certo. – suspirei e desviei de seu corpo, me aproximando do fogão. Ouvi Lauren arrastar um dos banquinhos e deduzi que ela tinha se sentado à mesa.

— Você saiu com sua irmã ontem, sim?

— Isso. – assenti e virei, encostando-me na beirada da pia. — Ela começou a me questionar sobre você, então eu tentei ser o mais vaga possível e inventei que tinha uma reunião pra conseguir escapar de mais perguntas. – Lauren cruzou os braços e se inclinou na mesa, olhando-me atenta.

— Se lembra das coisas que inventou? – eu balancei a cabeça e fui me sentar no banco em frente a Lauren.

— Disse que seus pais se chamam Riley e John. – percebi que Lauren segurou uma risada e ergui as sobrancelhas. — O que é engraçado?

— John, sério? Um dos nomes mais comuns nos Estados Unidos? – ela fez um 'tsc' com a boca e eu revirei os olhos.

— Você acha que eu estava em condições de inventar um nome único e especial para seu papai? – perguntei sarcasticamente. — Afinal, como seus pais se chamam? – sua expressão divertida se fechou instantaneamente e ela engoliu seco, desviando o olhar. Vi seu maxilar ficar tenso e me arrependi de ter perguntado sobre seus pais. Eu nem sabia se Lauren tinha pai e mãe. — Desculpe, não precisa responder.

Buying Her Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora