Cap.36

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Acordei e levantei com um pouco de dificuldade. Fui para o banheiro e tomei uma ducha de água gelada. Que calor!
Coloco uma regata, short e tênis. Não vejo ninguém em casa, então resolvo sair para andar pela fazenda.
Entro na pequena floresta e sinto a presença de mais alguém. Continuo andando, até que um lobo cor de areia para em minha frente e rosna feroz. Dou passos lentos para trás e caiu de bunda no chão. Quando ele ia avançar em mim, um lobo branco e preto pula por cima de mim e morde o pescoço do infeliz.
Vejo a briga, mordidas e patadas de ambas as partes, mas o lobo cor de areia, ômega, estava perdendo.
O lobo branco e preto deu uma patada no pescoço do outro e mordeu o matando.
O lobo bicolor corre atrás de uma árvore e volta em sua forma humana. Um garoto lindo de olhos castanhos e cabelo castanho.
- Oi Skye.- Me cumprimenta simpático.
- Quem é você?- Pergunto rude.
- Educação mandou lembranças.- Diz irônico.
- Não vou perguntar novamente.- Digo nervosa.
- Fauzer, Heitor Fauzer.- Diz e sorri simpático.
- O que quer?- Pergunto curiosa.
- O mesmo que você.- Diz e penso por um momento. Só pode ser sobre o pacto.
- Desfazer o pacto.- Digo e ele sorri.
- Exato. Minha namorada, Aurora, esta gravida e por conta do pacto, ela sofrerá as consequências, meu filho, Bernardo sofrerá também.- Diz agoniado.
- Mas, porque seus olhos são castanhos e os meus ficaram assim, vermelhos?- Pergunto.
- Eles são assim, porque sou descendentes de um ser mistico chamado BUNYIP, ser maligno. Você só teve olhos assim, por causa do pacto feito comigo. Mas eu posso controlar.- Ele diz e vejo seus olhos de castanho ficarem vermelhos.
- Por que eu choro lagrimas de sangue e pelo que eu sei, se alguém toca-las se queimam?- Pergunto ainda mais curiosa. Fato que eu preciso de resposta.
- Porque ele é um ser maligno. Sua fonte de energia é a mistura de sangue; fogo e tristeza.- Diz e eu fico chocada.
- Nossa.- Foi a única coisa que consegui dizer.
- Complicado.- Comenta e suspira.
- Ta legal. Você vai com sua namorada em casa hoje e la resolvemos.- Digo e ele concorda e se transforma novamente, correndo para mais fundo da floresta.
Sigo em direção oposta a sua.
Escuto um choro de bebê e sigo esse som. Acho um cesto e o pego, abrindo vejo um bebê chorando muito. Pego o bebê no colo e vejo que esta com uma roupinha roxa, muito linda por sinal. Vejo dois papeis. Pego um e começo a ler.

Quero pedir-lhe que acolha e que deixe seu nome, Agatha. Ela nasceu dia 17 de março. Quero que mostre a outra carta, assim que ela completar seus 16 anos. Espero que cuide e de muito carinho.
Mãe de Agatha

Pego a outra carta. Sei que seria uma falta de respeito, mas precisava saber se havia algo importante sobre a mãe e a Agatha.

Querida Agatha, aqui é a mamãe, sei que deve estar se perguntando o por que te abandonei, não pense que eu não te amo ou outra coisa parecido. Mas não é verdade, eu te amo, deste da primeira vez em que lhe vi. Não posso ter visto os teus primeiros passos, não posso ter levado você no primeiro dia de aula, não posso ter levantado quando você caiu. Mas posso te ver todos os dias, posso lhe guiar para onde você for, posso lhe proteger do mal.
Eu era apenas uma menina quando engravidei de você, eu tinha 15 anos, eu morava numa fazenda, engravidei de um peão, que no caso o seu pai, ele dizia que me amava, ate quando eu descobri que estava grávida, ele se recusou a reconhecer como pai, então contei pro meus pais, sua avó Elizabete e seu avô Pedro, eles me expulsaram de casa porque o nome da família estava desonrado comigo lá e que não queriam mais saber de mim.
Fui morar em uma casa bem antiga com uma senhora, que me acolheu e disse que me ajudaria, pois nunca pode ter filhos. Ela morreu quando eu estava de nove meses. Quando você nasceu eu fiquei tao feliz e triste ao mesmo tempo,o por que triste? Bom, logo depois que você nasceu os médicos descobriram que eu estava com câncer maligno, mas não tinha se expandido muito, e eu precisava fazer outra cirurgia,mas não tinha condição de pagar.
Quando você completou seus quatro meses eu passei mal e desmaiei, os médicos vieram correndo e me examinaram, o câncer já estava avançado. Eles queriam saber se eu tinha com quem te deixar, eu respondi que sim, eu sabia que não sairia viva e se eu dissesse que não havia ninguém, te mandariam para um orfanato.
Como eu fazia todos os dias, eu pegava colocava você em uma cesta e passeava, mas desta vez seria diferente, te deixaria na casa de alguém. Deixei uma muda de roupa feita por mim e essa carta.
Filha quero que seja muito feliz e com muita saúde e não caia em papo de garotos. Os conheçam bem.
Te amo Agatha
De sua querida mãe.

Depois de ler tudo, coloca as cartas e ela novamente no cesto e levo para casa.

Entro em casa e Luke vem ao meu encontro dizendo:
- Que susto você nos deu.- Diz e olha confuso para meus braços.
- Desculpa. Ainda bem que estão todos aqui.- Digo e vou direto ao ponto.- Encontrei essa bebê, Agatha, na floresta e nem um sinal da mãe.- Digo e tiro ela do cesto.- Acho que o tal lobo que eu vi la na floresta, a matou e nem percebeu o cesto.- Digo e Luke me olha sério.
- Que lobo?- Pergunta com raiva.
- Um ômega, que tentou me atacar, mas Fauzer apareceu e me salvou e também chamei ele aqui.- Digo.
- O que?- Pergunta.
- Ele vai vir aqui e a vamos combinar para quebrar o pacto, pois a namorada dele ta gravida.- Digo e Luke suspira aliviado.
- Que linda.- Isadora diz olhando Agatha.
- Pela história contada na carta, ela não tem familia.- Digo.
- Que carta?- Kaio pergunta.
- A dela, mas ninguém vai ler. Eu li e achei muito errado. Se contente com esta.- Digo e aponto com a mão direita a carta que estava dentro do cesto.
- Pelo cheiro, ela é humana.- Isadora diz e sorri.- Eu vou pegar umas coisas da Sammie e levo la no seu quarto.- Isadora diz e sobe a escada. Uma ideia muito maluca passa pela minha cabeça.
- Luke.- O chamo e ele me olha. Encaro ele e depois a bebê e volto a olhar para ele e dou um sorrisinho, que entende o que eu quero.
- Nem vem Skye, você já esta grávida.- Diz e eu faço uma carinha triste.
- Por favor Luke. Ela não tem pra onde ir.- Digo.
- Existe orfanatos.- Diz e eu fico irritada.
- Não vou deixar ela em um orfanato.- Digo brava e subo a escada.
Entrando no quarto, vejo Isadora depositando algumas coisas.
- Ali tem tudo que vai precisar.- Diz e sai do quarto. Nem deixou eu agradecer.
Coloco Agatha em cima da cama e circulo ela com travesseiros. Levo algumas coisas para o banho. Volto e a pego.
- Hora de virar mãe.- Sussurro para mim mesma e começo a dar banho nela.
Depois do banho a levo para o quarto e passo pomada e coloca frauda. Deixei a roupa que estava nela no cesto de roupas sujas e coloco um macacão pequeno e fofo nela.
Graças a Sammie, aprendi algumas coisas.
Isadora deixou uma mamadeira com leite em cima da cômoda. Vejo se esta muito quente e graças a Deus estava na temperatura ideal para ela.
Dou a mamadeira, que ela pegou facilmente.

POV LUKE

- Tu é burro em?!- Ema diz brava.
- Não enche.- Digo bravo.
- Não sou garrafinha pra encher.- Diz de bochada.
- Ai me deixa.- Digo nervoso.
- Não to te segurando.- Diz, me deixando ainda mais com raiva.- Enfim. Luke, ela só quer adotar a menina.- Diz.
- Eu sei.- Digo.
- Então vai la e diz que você também quer.- Fala e aponta para a escada.
- Mas...- Ela me interrompe.
- VAI.- Grita.
- Ta, já to indo.- Digo e subo a escada.
Entro no quarto e vejo a coisa mais linda do mundo. Skye conversando com a bebê.
- Você será uma ótima mãe.- Digo sorrindo e ela me olha sério.
- Obrigada.- Diz.
- Então comece pela a Agatha.- Digo e ela sorri e corre em minha direção, pulando em meu colo.
- Jura?- Pergunta.
- Sim, meu amor.- Digo e sorrio.
- De mindinho?- Pergunta.
- De novo?- Respondo com outra pergunta.
- A Lukizinho do meu coração.- Diz.
- Juro de mindinho.- Digo e entrelaçamos nos dedos mindinho.- Vou tomar um banho e já volto.- Digo e vou para o banheiro. Tomo uma ducha de água fria e me seco logo em seguida. Coloco uma bermuda e uma blusa.
- Vou tomar outro banho.- Skye diz e levanta.
- Outro?- Pergunto confuso.
- Sim. Olha ela?- Pergunta e eu afirmo que sim.
Olho para Agatha e imagino ela e minha outra filha. EPA! Já to pensando assim?! Riu desse pequeno pensamento e imagino Agatha e Safrilly brincando.

POV SKYE

fui tomar banho, porque tava precisando e também para deixar Luke sozinho com Agatha.
Tomo uma ducha de água morna. Me seco e coloco um pijama azul marinho curto.
Fico na porta do banheiro e vejo Luke de costas para mim, ninando Agatha.
- Assim tão carinhoso, ela vai se acostumar.- Digo perto dele.
- Espero que sim.- Diz e eu sorrio.
Deitamos e colocamos ela no meio.
- Ta parecendo que somos os pais dela.- Digo e passo minha mão nos pequenos braços de Agatha.
- A partir de hoje seremos os pais delas.- Luke diz me encarando.
- Então você quer mesmo.- Digo e sorrio.
- Claro e não só por você, mas também por ela. Se ela estivesse em um orfanato, quem sabe que tipo de pessoas a adotaria.- Diz.
- É mesmo.- Digo e bocejo.- Boa noite.- Digo e vejo os olhos.
- Boa noite.- Diz.
Logo o sono vem, fazendo-me dormir.


QUERO AGRADECE Miria Tavares 98 POR TER ME AJUDADO. OBRIGADA.
DESCULPEM OS ERROS.

Olhos De Sangue 1TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora