Prólogo

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Minha vida nunca foi normal. Nunca pensei em como seria meu futuro, sempre focada no presente.

Fui criada por minha avó desde meus 6 anos, já que meus pais viviam para o trabalho.

Desde que me mudei, nunca mais tive contato com o mundo exterior. Meus pais, Lucas e Haylla, sempre diziam:

- Você não precisa de ninguém. As pessoas só servem para fazer outras sofrerem.

Também nunca soube a verdadeira história de mudarmos tão rápido do México para o Canadá. Sempre que ia perguntar para eles, era a mesma resposta.

- Filha, as pessoas nos achariam estranhos e te julgariam por seus olhos serem vermelhos.

Acreditei nisso até meus 12 anos, pois foi quando escutei uma conversa muito esquisita dos meus pais e minha avó.

Flashback on

- Tem a vila dos lobos – Minha vó, Diná dizia. Vila dos lobos? Que história estranha!

- Fah gostará que Skye vá para lá. – Mas quem é essa Fah que minha mãe mencionou?

- É! Será melhor para todos, principalmente para Skye conviver com eles. – Ah papai... Do que será que o senhor está falando?

- Pobre de minha neta. Tão jovem e passando por isso. Uma criatura era esperada para ela ter a transformação aos 15 anos, mas isso de olhos vermelhos? Ora porque logo com nossa menina? – Criatura? Transformação?

- Calma mãe. Iremos resolver isso. É só questão de tempo. – Como assim mãe? Resolver o que? Tempo?

Tantas dúvidas e nenhuma resposta!

Flashback off

A partir de então comecei a duvidar de tudo que me falavam.

Sempre achei estranho o fato de meus olhos verdes terem ficado vermelhos. Um fato que havia me deixado triste, pois me afastei de todos que conhecia.

Ao passar dos anos, tentei me acostumar com a ideia de ser sozinha. Então sempre arrumava algum hobby, mas nada que me agradava, até meu pai chegar com um cavalo. No começo achei fácil e legal cavalgar nele, Bob, um mangalarga marchador, tão dócil quanto um cão.

Levei um tempo até fazer amizade com Bob!

Desde então passava as manhãs estudando e a tarde cavalgando pela floresta e pelo grande pasto.

Em uma tarde, quase anoitecendo, chegando perto de casa, avistei alguns policiais. Acelerei o passo de Bob para saber o que houve. Assim que cheguei em frente à casa, corri para dentro da mesma.

E então vi algo que jamais esqueceria, meus pais e minha avó sendo cobertos por sacos pretos. Comecei a chorar desesperadamente e um policial de aparência séria e jovial, veio dizendo que era para mim ir para fora de casa.

- Não! São meus pais e minha avó que estão aí, não quero ficar longe deles. - Ele não fazia ideia de como me acalmar.

- Ok garotinha, conheço seus pais e sei que eles têm parentes em outro país. Também sei que você irá para lá em alguns dias. - Como esse moço sabia disso? Penso. Mas não tinha cabeça para isso no momento, só queria minha família de volta. Sem eles não sou ninguém.

- Essa fazenda foi deixada para você e assim que chegar seus dezoito anos a assumirá. Por hora a senhorita terá que arrumar suas coisas.

-Não quero ir. Terá o enterro deles e...

- Olha aqui menina. Você não tem opção. Cuidarei do enterro deles e haverá um caseiro para cuidar desse lugar. Você não tem muito tempo para ficar aqui. Sua família está morta e se continuar aqui, será a próxima a morrer.

Ainda assim não entendia a ligação dele com minha família. Com certeza sabia coisas sobre mim que nem eu mesma tinha ideia.

Depois de terem levado os corpos para a ambulância, escutei aquele policial dizendo que poderia ser um animal gigante que havia atacado eles. Só médicos saberiam o que realmente houve aqui.

Aquele policial, que nem me preocupei em saber o nome, ficou aqui em casa. Pelo que descobri, ele é o xerife. Então fui para o meu quarto e arrumei as malas e alguns pertences.

Com tudo arrumado, tomei um banho, vesti um vestido de pijama branco e fui deitar-me.

Não sabia o que iria acontecer comigo daqui para frente. Só que minha vida será sozinha.

Olhos De Sangue 1TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora