With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)

Capítulo 1

Abri meus olhos, tentando acostumá-los à luz do sol; que entrava pela janela, levantei lentamente, envolvendo-me no lençol, caminhando até esta. A paisagem era cinza por causa dos prédios. São Paulo me saudava com mais uma de suas manhãs agitadas.

As lembranças do mês passado ainda passeavam pela minha cabeça, os pesadelos foram constantes por durante quinze dias. Meu coração se comprimia em meu peito só de lembrar. Aqueles olhos, aquelas pessoas, o lugar, o cheiro de cigarros e bebidas. Um arrepio percorreu minha coluna, chacoalhei a cabeça tentando esquecer.

Os barulhos no outro cômodo indicavam que Catarina já estava acordada e conversava com alguém pelo telefone. Sai do quarto, indo até a sala, esta me olhou de lado acenando, seu cabelo loiro brilhava com a fraca luz da janela. Eu devia ter contado a ela o que realmente aconteceu naquela noite, mas sabia que a preocuparia e isso levaria a cometer alguma loucura.

Eu desabei no sofá, quando esta desligou o telefone.

_ Bom dia, bela adormecida, como você está esta manhã_ diz esta entusiasmada, seus olhos cor de mel estavam claros, isso era bom sinal.

_ Ótima_ finjo um sorriso e esta aperta os olhos para mim.

_ Você precisa comer_ ela me olha preocupada_, preparei omelete, então vá tomar seu café da manhã, agora!

Fiz uma careta de desgosto para ela sabendo qual seria sua reação, esta me puxou pelo braço me levando a cozinha, eu apenas ri, ela era uma boa amiga.

Após meu café, fui ao banheiro, lavei meu rosto e ao olhar no espelho analisei meus traços, minha pele morena estava mais pálida do que de costume, e olheiras marcavam meus olhos, meu cabelo castanho escuro estava desgrenhado e sem vida, e era notável minha recente perda de peso. Em pensar que a menos de três meses minha vida era totalmente alheia a esta dor. Eu era feliz sem saber, sempre me protegendo de qualquer sentimento que pudesse surgir, agora tudo isso tinha mudado.

3 meses atrás...

Eu me olhava no espelho analisando cada expressão enquanto fazia caretas.

_ Cata! Você acha que eu estou ficando velha? _ gritei.

E desde a cozinha ouço sua resposta:

_ Isso depende, tem dias que você só tem 25 anos e tem outros que eu juraria que você é uma idosa de 90 anos.

Eu apenas ri Catarina e seu humor singular. Continuei minha maquiagem com o máximo de cuidado para não exagerar. Há apenas dois dias, a editora para a qual trabalho ligou; oferecendo-me um posto temporário na renomada empresa R&R enterprise. Ambos tinham um convenio e uma das editoras encarregadas da revista da empresa teve que se ausentar por durante quinze dias, por motivos clínicos. Eu aceitei na hora, meu chefe o senhor Jorge Rubens Alcântara um cinquentão de sucesso no ramo há anos, disse as palavras mágicas que me fizeram vibrar.
_ Quando soube da vaga não pude pensar em alguém mais competente.

Um grito eufórico corta minha concentração, era Catarina, que entra no banheiro com seu laptop em mãos:

_Ah meu Deus! Veja só quem é o seu novo patrão. _ virou a tela deste para que eu pudesse ver.

Avistei a foto de um homem na faixa dos trinta, com cabelo castanho e olhos que variavam de castanho a uns pingos de verde, fisionomia séria e olhar frio. Olhei sarcasticamente para Cata:

_ Ele é um deus grego!_ ela gritou, na verdade a maioria dos homens para ela eram deuses gregos_ o nome dele é James Readen, tem 30 anos e aqui diz também_ ela continua com sua explicação_, que possivelmente ele teve um caso com a modelo Madeleine Courtrat, entre outras, mas nada confirmado, e é considerado um dos solteiros mais cobiçados de São Paulo.