Capítulo 3

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Sábado, é sinônimo de limpeza em casa. Cata trabalhava até o meio dia, então vesti a roupa mais simples que tinha e pus a mão na massa, terminei tudo até as onze, afinal era um apartamento pequeno com dois quartos uma sala com cozinha acoplada e um banheiro. Peguei um livro de minha pequena prateleira e sentei no sofá ligando a televisão. Catarina dizia que eu possuía um dom que era prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo. Ouvi quando a repórter mencionou a R&R enterprise, lancei meus olhos para a tela, fico fascinada. Não imaginava que a empresa estendia suas raízes em tantos ramos. Agora entendo a obsessão por controle de Readen.

Essa noite, Cata e eu fomos à boate Real, era tradição ir uma ou duas vezes ao mês para nos divertir. Estávamos sentadas no bar e ela começou com seu papo costumeiro:

_ Você precisa pegar alguém.

Ri alto:

_ "Pegar", palavra tão vulgar.

Esta encheu o rosto de indignação:

_ Amiga! Você precisa viver mais, não pode sentar e esperar que o príncipe encantado apareça.

Quando ela fazia seus discursos era inevitável não rir:

_ Na verdade, eu espero um herói literário ao estilo Sr. Darcy e que diga que me ama ardentemente.

Cata caiu na gargalhada e quando se recompôs, continuou:

_ Você precisa quebrar esse gelo e arriscar- se mais, sei que você é como é porque já sofreu muito, mas com essa armadura que veste, só vai conseguir ferir os outros e a si mesma.

"Falou a filosofa Catarina Batista dos Santos". Sorri para minha amiga:

_ Eu vou me arriscar, mas quando chegue a hora certa.

Essas palavras a acalmaram, mas eu sabia que logo ela voltaria a tentar. Felipe apareceu na festa, sozinho e me convidou para dançar, olhei para Cata que me incentivou, aceitei, mas ciente de que estava entrando em território perigoso.

Já passava das três da manhã quando Catarina e eu saímos da boate, decidimos pegar um taxi, pois nossa dosagem de álcool já estava alta para essa noite, o taxista com certeza pensou que éramos loucas, pois não conseguíamos parar de rir e adorávamos isso.

Segunda-feira. Quando cheguei no andar da editora, Rezende me surpreendeu entrando eufórico em meu escritório:

_ Aconteceu alguma coisa?_ pergunto ao vê-lo de tal forma.

_ Alice!_ era a primeira vez que ele me chamava pelo meu primeiro nome_, conseguimos a entrevista com o Sr. Readen.

Isso não me pareceu grande coisa:

_ É, e daí?

Ele borrou seu sorriso de imediato:

_ O Sr. Readen nunca cedeu aos jornalistas nem a Vips e hoje pela primeira vez na história ele aceita nosso pedido.

_ Isso é ótimo_ digo moderadamente.

_ Já preparei o questionário, a entrevista vai ser às três da tarde.

Foi quando percebi aonde ele queria chegar:

_ Espere você esta querendo dizer que eu vou entrevista-lo?

_ Sim_ disse este sem entender minha reação exasperada_, você é a jornalista aqui, e sabe como reagir em frente a grandes empresários._ e ele vai para sua sala.

Droga. Eu sei como reagir em frente a qualquer pessoa, mas James Readen simplesmente me tirava do sério.

Era inevitável, teria que enfrentar aquele homem novamente. Olhei para o relógio, marcava duas e quarenta e cinco, peguei meu questionário e um gravador, sai do andar da editora; entrando no elevador. Contei os andares e quando chegou ao vigésimo, este se abriu para a sala branco com preto. Linda abriu um grande sorriso ao me ver:

With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)Onde histórias criam vida. Descubra agora