Sábado, é sinônimo de limpeza em casa. Cata trabalhava até o meio dia, então vesti a roupa mais simples que tinha e pus a mão na massa, terminei tudo até as onze, afinal era um apartamento pequeno com dois quartos uma sala com cozinha acoplada e um banheiro. Peguei um livro de minha pequena prateleira e sentei no sofá ligando a televisão. Catarina dizia que eu possuía um dom que era prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo. Ouvi quando a repórter mencionou a R&R enterprise, lancei meus olhos para a tela, fico fascinada. Não imaginava que a empresa estendia suas raízes em tantos ramos. Agora entendo a obsessão por controle de Readen.
Essa noite, Cata e eu fomos à boate Real, era tradição ir uma ou duas vezes ao mês para nos divertir. Estávamos sentadas no bar e ela começou com seu papo costumeiro:
_ Você precisa pegar alguém.
Ri alto:
_ "Pegar", palavra tão vulgar.
Esta encheu o rosto de indignação:
_ Amiga! Você precisa viver mais, não pode sentar e esperar que o príncipe encantado apareça.
Quando ela fazia seus discursos era inevitável não rir:
_ Na verdade, eu espero um herói literário ao estilo Sr. Darcy e que diga que me ama ardentemente.
Cata caiu na gargalhada e quando se recompôs, continuou:
_ Você precisa quebrar esse gelo e arriscar- se mais, sei que você é como é porque já sofreu muito, mas com essa armadura que veste, só vai conseguir ferir os outros e a si mesma.
"Falou a filosofa Catarina Batista dos Santos". Sorri para minha amiga:
_ Eu vou me arriscar, mas quando chegue a hora certa.
Essas palavras a acalmaram, mas eu sabia que logo ela voltaria a tentar. Felipe apareceu na festa, sozinho e me convidou para dançar, olhei para Cata que me incentivou, aceitei, mas ciente de que estava entrando em território perigoso.
Já passava das três da manhã quando Catarina e eu saímos da boate, decidimos pegar um taxi, pois nossa dosagem de álcool já estava alta para essa noite, o taxista com certeza pensou que éramos loucas, pois não conseguíamos parar de rir e adorávamos isso.
Segunda-feira. Quando cheguei no andar da editora, Rezende me surpreendeu entrando eufórico em meu escritório:
_ Aconteceu alguma coisa?_ pergunto ao vê-lo de tal forma.
_ Alice!_ era a primeira vez que ele me chamava pelo meu primeiro nome_, conseguimos a entrevista com o Sr. Readen.
Isso não me pareceu grande coisa:
_ É, e daí?
Ele borrou seu sorriso de imediato:
_ O Sr. Readen nunca cedeu aos jornalistas nem a Vips e hoje pela primeira vez na história ele aceita nosso pedido.
_ Isso é ótimo_ digo moderadamente.
_ Já preparei o questionário, a entrevista vai ser às três da tarde.
Foi quando percebi aonde ele queria chegar:
_ Espere você esta querendo dizer que eu vou entrevista-lo?
_ Sim_ disse este sem entender minha reação exasperada_, você é a jornalista aqui, e sabe como reagir em frente a grandes empresários._ e ele vai para sua sala.
Droga. Eu sei como reagir em frente a qualquer pessoa, mas James Readen simplesmente me tirava do sério.
Era inevitável, teria que enfrentar aquele homem novamente. Olhei para o relógio, marcava duas e quarenta e cinco, peguei meu questionário e um gravador, sai do andar da editora; entrando no elevador. Contei os andares e quando chegou ao vigésimo, este se abriu para a sala branco com preto. Linda abriu um grande sorriso ao me ver:
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With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)
ChickLitMeu nome é Alice Almeida, tenho 25 anos, sou uma jornalista recém formada e justamente a editora para que trabalho me resigna a ir na renomada R&R enterprise, onde conheci James Readen, o orgulhoso, arrogante e misterioso homem que mudou completamen...