Capítulo 8

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Encontrei as chaves em minha bolsa, entrei no apartamento e me joguei no sofá abraçando meus joelhos "você me enfeitiçou de corpo e alma", eu não conseguia esquecer suas palavras.


Catarina entrou pela porta minutos depois, seu jaleco branco e óculos destacando ainda mais seus traços, e esta já vai dizendo:


_ Acabo de encontrar o Sr. R nas escadas, parecia que ele tinha visto um fantasma! O que você fez a ele?_ só então ela percebeu que eu estava com a mesma expressão no rosto_. Ah meu Deus, Ali, o que ele fez a você?


Tomei coragem e olhei para minha amiga:


_ Ele disse que está apaixonado por mim...


Cata congelou em seu lugar, incrédula:


_ Ele disse o que?


_ Catarina, o que está acontecendo? Porque eu não sei o que fazer?


Ela dá um sorriso triste, arrumando meu cabelo atrás da orelha:


_ Está descongelando.


_ O que? _ do que ela estava falando?


_ Seu coração, amiga. Pensei que isso nunca fosse acontecer.


_ Não brinque comigo Catarina._ digo de forma autoritária.


_ E não estou. Agora eu quero que você me conte exatamente o que aconteceu.


Lhe narrei nosso encontro em Guarulhos, o restaurante, Greta, nossa conversa no carro. Minha amiga ficou pensativa, e preparou chá para nós, levando uma xicara para mim:


_ Cuidado esta quente_ disse esta precavida_. Sobre Readen eu já sabia, vi nos olhos dele aquele dia na boate.


Lancei meus olhos para a janela, já estava escuro lá fora.


_ Como está seu pai_ perguntou esta mudando de assunto.


_ Bem, não foi nada grave, você sabe como minha mãe é exagerada, fez um drama que só.


_ Acho que ela estava com saudade de você_ ela riu baixo_, e o que você sentiu quando viu o Eduardo.


_ Foi estranho, mas como disse o Sr. R, não parecia ser eu perto dele.


_ Ele te disse isso._ apenas assenti.


O dia tinha sido longo e fui para a cama, eu estava cansada, mas o sono demorou a chegar.


Readen estava no corredor comigo novamente, ainda ofegante, vestindo seu moletom da Gap que lhe caia tão bem:


_ O que você está fazendo comigo._ pergunta este sua voz estava feroz e sedutora_ eu não sou assim.


Mordo meu lábio de nervoso, minhas mãos tremiam e eu agarrava a maçaneta da porta com força:


_ Eu não fiz nada..._ minha voz era um murmúrio.


Ele deu um passo para frente, para me tocar, mas desta vez não recuei, sua mão quente pousou em meu rosto, seus dedos fazendo movimentos circulares em minha bochecha, aquela energia costumeira passa entre nós. Senti cada ponto de meu corpo respondendo àquele simples toque:


_ Alice..._ sua voz era firme e sensual, minha respiração estava acelerada e eu começava a ofegar.


_ Alice acorda!


Abri meus olhos, foi apenas um sonho. Catarina percorria meu quarto; eufórica. Ela abre a janela deixando a luz entrar:


_ Você esqueceu-se de programar o despertador! São as sete e quarenta e cinco!

With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)Onde histórias criam vida. Descubra agora