Capítulo 15

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Ficamos assim por alguns minutos até que ele se recuperou, saindo de meu pescoço e soltando um longo suspiro, logo beijou a ponta de meu nariz, soltando seu melhor sorriso de lado.
_ Pensei que você sairia correndo_ confessou este seu rosto agora estava mais relaxado.
_ Sou bem grandinha para decidir ficar e enfrentar meus problemas._ digo botando firmeza na voz.
_ Na verdade são os meus problemas_ murmura este, encostando sua testa na minha. “Então é por isso que ele diz que sua vida está uma merda” sussurra meu subconsciente. Ah meu Sr. R...
Um limpar de garganta nos faz acordar de nosso transe. Era Linda. Nisso Readen usa seu tom profissional novamente:
_ Linda. Mude a teleconferência com os japoneses para amanhã as dez e se Mr. Anderson ligar desvie a chamada para meu celular, os documentos do Empire State quero sob minha mesa amanhã as oito, tudo bem.
_ Sim senhor_ completa esta, que sorri para mim.
James envolve seu braço em mim apoiando sua mão em meu ombro e passando por sua secretária diz:
_ Você merece um prêmio por tudo o que tem que aguentar.
_ Não preciso de prêmio, fico feliz por vocês estarem juntos._ diz ela aumentando seu belo sorriso.
Sr. R sorriu e pareceu tão pueril nesse instante. Entramos no elevador. Durval nos esperava no estacionamento, após nos acomodarmos, ele foi o primeiro em falar:
_ Já passa do meio-dia, você deve estar com fome.
_ Um pouco_ minha voz falha, e fico pensativa, esse era meu maior defeito pensar de mais.
_ O que foi. _ pergunta ele preocupado, segurando meu queixo ternamente.
_ Por um lado seu pai tem razão, não tenho nada para lhe oferecer, nem tenho onde cair morta, só tenho cinco mil reais na minha conta por se acaso fique desempregada, racho um apartamento com uma amiga, meu carro é de 2001, não faz sentido estarmos juntos.
Ele sorri de lado:
_ Eu não me importo, tenho o suficiente para nós dois._ diz este convencido.
Reviro os olhos:
_ Eu não quero seu dinheiro_ solto secamente e ele sorri ainda mais.
_ É por isso que gosto de você, sua independência e astucia. E o jeito que você falou com o velho Thomas Readen foi histórico, acho que subestimei você, Alice.
Sorri triunfante.
_ Sou mais do que seus olhos podem ver_ digo ainda mantendo meu sorriso nos lábios e logo lembro de algo_. Hm... A tarde é minha vez.
Ele estreita os olhos sem entender:
_ Bonequinha de luxo, lembra, é minha vez de leva-lo ao meu mundo.
_ E aonde você quer ir?
_ Ao shopping!_ digo ao melhor estilo As branquelas.
James faz uma cara de desgosto:
_ Se você quer passar por situações normais de namorados terá que me acompanhar.
_ Tudo bem_ sua voz parecia um rugido, claro que ele como qualquer outro homem não queria acompanhar uma mulher às compras.
Durval nos deixou no Shopping mais próximo, o arrastei a praça de alimentação, e entramos no Mc Donalds. O fitei de lado e disse:
_ Não acredito, vou comer hambúrgueres com James Readen!
Ele riu alto:
_ Eu sou um ser humano, lembra, e gosto de fastfood, é rápido e prático.
Comíamos enquanto fazíamos gracinha um ao outro, James ria com a boca cheia, por um momento tínhamos esquecidos quem éramos e apenas nos sentimos como adolescentes novamente.
Readen estava levando a sério meu pedido de namoro normal, apenas segurou minha mão e passeamos, o arrastei para uma cabine de fotos instantâneas, onde ambos fizemos várias caretas. Como fui a primeira em sair da cabine peguei as fotos e ele riu chegando a seus olhos ao ver minhas caretas.
_ Eu não conhecia esse seu lado Srta. Almeida._ ele continuou com seu riso.
_ Essa é uma das minhas várias facetas Sr. R.
Ele me pega pela cintura, prendendo-me entre seus braços:
_ Adoro quando você me chama assim.
Levanto a sobrancelha, sorrindo:
_ Me dá vontade de te devorar aqui mesmo no meio do pátio_ completa ele fazendo meu corpo reagir a suas palavras.
Engulo seco, juntando meu raciocínio que já estava bem perdido:
_ Então terei que te distrair._ digo recuperando o ar.
Apenas o arrastei a uma loja de dvds e livros, e disse ao vendedor quando entramos:
_ Não se preocupe em nos atender, eu já sei o que quero!
Readen lhe fez um sinal que não entendi, mas o rapaz deixou de nos seguir. Fui a prateleira de filmes e peguei um, virando-me a James:
_ Este é o meu filme favorito, quero que você o tenha e quando eu não estiver por perto o veja._ lhe mostrei a capa.
Ele pegou olhando-me de lado:
_ “Orgulho e Preconceito”? É filme para mulheres. _ diz este ainda com aquela careta estranha.
_ Eu disse para que você veja quando eu não estiver por perto_ minha voz saiu inquisidora e ele riu.
Voei para a prateleira de livros e James disse:
_ Agora você vai me fazer ler Romeu e Julieta?
_ Não é má ideia, mas não acho apropriado, é um lindo romance, mas é resultado de uma imprudência, o Romeu poderia ter evitado todo aquele mal apenas aguardando o momento certo e não fazendo tudo por impulso.
Olhei para James e este parecia distante, seus olhos estavam vagos. Será que disse algo de errado? Meu subconsciente sussurrou.
Peguei um livro e joguei par ele:
_ Pense rápido!
James pegou este e ainda confuso leu o título:
_ “Veronica decide morrer”. Sério?
_ Sim, leia quando quiser me entender._ digo enquanto ele prende seus olhos a capa_, não é uma história de “o”, mas tem parte do meu mundo que a personagem partilha.
_ Você já leu a história de “o”?_ pergunta um James curioso e entusiasmado.
Rio de lado, mexendo a cabeça em negativa, não negando sua pergunta e sim pelo o que ele estaria pensando:
_ Sim, meu professor de literatura indicou, tentando me convencer da submissão das mulheres para obter maior prazer_ ele me ouvia atentamente_, mas eu não gostei, se eu fosse a personagem sairia correndo com tantas pinças, correntes e chicotes sob mim, não consigo imaginar um mundo onde alguém tenha que ser o escravo sexual de outro alguém e aceitar isso numa boa, como disse eu fugiria e viveria a minha vida.
Ele sorriu timidamente, como se aquela conversa tivesse outro sentido:
_ Gosto do seu ponto de vista.
_ Meu professor disse, que eu era uma feminista ultrarromântica_ ri alto lembrando da carranca do velho professor Suares quando lhe fiz o discurso diante do meu grupo de jornalismo.
Após eu ter pagado os itens que insisti em lhe dar como presente, James ainda permanecia pensativo, eu sabia que algo do que disse lhe tinha afetado, eu só não conseguia juntar os fios soltos para saber o que realmente estava acontecendo.
Parei em frente a uma loja, onde um vestido ao estilo clássico brilhava na vitrine, era bege com detalhes delicados em azul marinho, me lembrava as roupas de Audrey Hepburn no filme Cinderela em Paris.
_ Gostou?_ perguntou este cheio de significado.
Engoli minha vontade consumista para que ele não notasse:
_ É muito lindo_ e muito caro, sussurrou meu subconsciente.
_ Vamos entrar_ insiste ele.
_ Eu acho que não..._ chiei_ essa loja só vende roupas caras e só vende a vista e eu não...
Ele me para pousando seu dedo indicador em meus lábios:
_ Você me deve um jantar, lembra_ ele ergue sua sobrancelha_, e a quero nesse vestido._ Ah seu ar autoritário e sedutor.
Ri alto:
_ Eu não quero mais presentes James, já foi difícil aceitar os brincos._ olho suplicante a esse homem que parecia feito de ferro nesse instante.
Readen me prende em seus braços novamente:
_ Eu vou passar meu cartão de crédito, mas você vai me pagar em dez vezes ou mais se quiser.
Bingo! Ele estava começando a me entender.
_ Você está negociando?_ digo agora mais animada.
_ Sim.
_ Então dez vezes sem juros._ digo segurando sua mão e enfiando-o na loja.
Senti-me uma Julia Roberts em “Uma linda mulher” sendo mal olhada pela vendedora, que insistia em me tratar com indiferença, tanto que primeiramente se negou a retirar o vestido da vitrine por este ser peça única, mas quando Readen se identificou, parecia que seu humor mudou, ela foi toda ouvidos e até ofereceu algumas joias para acompanhar.
Entrei no provador, enquanto Readen conversava com alguém pelo celular, com certeza era Mister Anderson, pois este falava em inglês. Olhei-me por um instante naquele vestido maravilhoso, o tecido era macio e se encaixava perfeitamente em meu corpo acentuando minhas delicadas curvas, sorri e nisso James entrou atrás de mim:
_ Ei!_ chiei.
_ A vendedora me deixou entrar_ diz este se justificando, seus olhos percorrem meu corpo com admiração, fazendo-me sentir uma deusa_ Uau!_ ele pousa suas mãos em minha cintura_ Você está incrível.
_ Eu sei_ digo envolvendo meus braços em seu pescoço.
Ele encosta sua testa na minha, inalei seu perfume. Nossa. Eu estava cansada. De ida para sua casa, encostei-me à janela do Audi, enquanto Readen pôs seu mp3 para tocar e a música “Balada do amor inabalável” do Skank soou como canção de ninar para meus ouvidos, apoiei meus pés cansados no colo de James que me fitava de lado enquanto cantarolava para mim.
Enquanto me arrumava para o jantar. Maria me ajudava a prender meu cabelo em um belo coque:
_ Menina, você está linda._ seu ar maternal e cálido me reconfortava.
Olhei-me no espelho sorrindo:
_ Ele já está pronto?_ pergunto nervosa.
_ Sim, ele está a sua espera.
Maria se antecipou anunciando minha descida. Respirei fundo, olhando mais uma vez no espelho. Senti-me estranha como se aquele fosse meu baile de formatura e meu par me esperasse na sala de casa.
Sai do quarto de hospedes e quando cheguei as escadas, James conversava com Durval, ele vestia um terno preto com uma gravata borboleta, nisso o motorista o cutuca e ele lança seus olhos castanho esverdeados em mim, não sei ao certo o que vi nesse momento em seus olhos, mas sua boca se curvou em um belo sorriso de admiração, meu coração palpitava como louco durante minha descida. E quando chego a sua frente, ele pega minha mão beijando-a:
_ Você está esplendida. _ diz este fazendo meu coração bater ainda mais descompassado e um sorriso bobo se formou em meus lábios.
Em silencio seguimos até o Audi prata que nos esperava na frente, o trajeto foi silencioso, mas ao olhar naqueles olhos era como se eu já soubesse o que James pensava, agora ele era transparente para mim.
Quando chegamos no edifício Itália meus olhos brilharam, Readen apenas me mostrou a sombra de um sorriso me passando seu braço, ao entrarmos no elevador as lembranças de mais cedo me atormentaram, olhei para o meu acompanhante que mantinha aquela sombra, com certeza ele pensou o mesmo.
Ao chegarmos no restaurante, um fotografo que se encontrava no local se aproximou:
_ Boa noite Sr. Readen, nos cederia uma foto sua.
Olhei para James que apenas me aproximou mais de seu corpo, posicionando-se para a foto.
_ Obrigado Sr. Readen_ diz o rapaz entusiasmado com sua façanha_, e qual seu nome senhorita.
_ Alice Almeida_ digo tentando parecer casual, mas era tudo muito estranho, virei-me para James_, pelo menos não me chamarão de "morena misteriosa".
Ele ri, mexendo a cabeça em negativa. Quando adentramos oficialmente o restaurante, todos se viraram para nos olhar e não disfarçavam:
_ Tolos_ sussurrou James entre dentes.
Meus olhos vasculharam o salão, com a luz fraca o ar se tornara clássico e elegante, cortinas bege cobriam as portas de vidro e um pequeno palco montado, tinha como espetáculo um homem tocando um saxofone ao lado deste havia um piano abandonado talvez para um próximo show.
O Maitre nos indicou nossa mesa e pessoalmente encarregou-se de anotar nosso pedido. James me pedia opinião para tudo e fazia questão de destacar meu nome no final de cada frase, fato que me proporcionou sentir uma confiança que jamais me permitira antes. No fim, pedimos, salmão ao molho francês, que estava delicioso e para sobremesa um petit gateau de chocolate. Após comer tudo bebi um gole do vinho branco que pedimos, e disse:
_ Meu estomago já não consegue processar mais nada.
James apenas riu, dizendo:
_ Você é fascinante Srta. Almeida_ ele levanta sua taça e por um momento penso que ele bebeu mais do que comeu.
Nesse instante, uma cantora sobe ao palco e começa a cantar "Don't know why" de Norah Jones. Readen levanta estendendo-me a mão:
_ Não tem ninguém dançando_ digo entre dentes, ele só podia estar se deixando levar pelo vinho.
_ Eu não me importo_ seus olhos estavam mais para o verde, irresistíveis para mim, apenas lhe cedi minha mão e ele me aproximou mais de seu peito_ Relaxa_ diz ele e sua voz parecia uma canção de ninar, apenas encostei minha cabeça em seu ombro me encaixando tão bem ali, ouvi seu coração e isso me relaxou, eu não sabia o porquê daquilo, mas eu não me importava, era com ele e naquele momento e tudo estava perfeito. Era como flutuar em um sonho, como se naquele restaurante apenas estivéssemos nós dois em nosso pequeno universo paralelo, em nosso pequeno pedaço do paraíso.
_ Vamos para casa_ sussurrou James e sua voz era tão convidativa.
Talvez pelo cansaço, cedi ao sono durante nossa ida ao condomínio, meus olhos estavam tão pesados, senti quando Readen me ergueu e logo me colocou no chão quando chegamos no quarto.
Ele beijou meus cabelos e disse enquanto roçava seu nariz no meu:
_ Acho que estamos muito cansados.
Apenas assinto:
_ Abre meu zíper_ digo a ele, que com cuidado abriu meu vestido. Deixo este cair no chão e logo o chuto de lado, tirando meus sapatos para logo desabar na cama.
Vejo quando Readen tira sua gravata como se o sufocasse, isso me causa riso, e logo desajeitado tira seu paletó e cai ao meu lado na cama.
_ Isso é patético_ diz ele frustrado_ você está só de calcinha na minha frente e eu mal consigo me mexer.
Foi inevitável rir:
_ Ainda teremos muitos momentos como este_ prometo.
Ambos nos rendemos ao cansaço. Abri meus olhos estranhando a escuridão no quarto, me virei e deparei-me com um Readen pueril e inocente em sonhos. Ah só em sonhos, sussurrou meu subconsciente. Que alguém me cante "Every breath you take", eu parecia uma garota obcecada e estava louca para tocá-lo quando.
_ É feio ficar encarando_ disse este.
E eu engoli seco, gelando de susto:
_ Me desculpe não resisti_ disse ele rindo.
_ Você me assustou_ digo fazendo beicinho.
_ Nossa.... Você está tão tentadora.
Nisso vejo seus olhos vasculharem meu corpo nu, minhas mãos ganham vida indo a sua camisa e começo a cantarolar:
_ Diz pra eu ficar muda faz cara de mistério, tira essa bermuda que eu quero você sério.
Ele me para.
_ Você disse que queria ir devagar._ eu via seu desejo pelo ardor de seus olhos, mas ele se continha.
_ Esqueça o que eu disse Sr. R. Eu quero você como eu quero.
_ Ah graças a Deus_ Ele soltou minhas mãos e prendeu seus lábios aos meus, sua língua voraz acariciava a minha em uma dança sensual e envolvente, abri sua camisa livrando-me desta rapidamente.
Suas mãos rumaram a meus peitos, massageando-os e logo os deslizou da minha barriga para dentro de minha calcinha e o vi sorrir triunfante:
_ Nossa. Tão molhada. E só para mim_ mordi o lábio ao ouvir suas palavras, seus dedos se movimentavam de forma circular em meu clitóris, enquanto eu me convulsionava com seu vai e vem enlouquecedor. Minhas mãos acariciavam seu membro sob a calça e eu queria mais.
Ele me soltou por um segundo e eu choraminguei ao sentir sua distância, ele retirou sua calça enquanto pegava uma camisinha e ainda receoso disse:
_ Eu quero experimentar uma coisa.
Ah meu Deus. Como negar algo a este homem quando ele usava esse tom rouco e sedutor. Apenas assenti, enquanto ele retirava minha calcinha.
_ Segure- se na cabeceira da cama bem firme e abra as pernas.
Ele vestiu a camisinha deslizando-a sobre seu membro ereto e olhando-me durante o feito, ele se pôs sob meu corpo, sussurrando:
_ No começo vai doer, mas você vai gostar._ suas mãos se firmaram em minhas pernas.
_ Pare de falar Sr. R e faça.
Senti uma pontada quando seu membro entrou em mim, me fazendo arfar, ele parou por um instante, mas ao ver meu sinal positivo, continuou movendo-se em um ritmo embriagador, senti um misto de dor e prazer que a princípio parecia errado, mas o calor crescente de suas estocadas me enlouquecia. Uma de suas mãos me segurava pela cintura, manipulando nossos movimentos, ele começou a gemer sem parar e em tom crescente enquanto nossos corpos se colidiam.
Ele começou a rudemente investir em mim, eu sentia o calor, e seu dedo se prostrou em meu clitóris esfregando-o com esmero:
_ Goza para mim_ sussurrou este, e o calor me invadiu violentamente. Readen se movimentou mais em mim para logo chegar ao seu ápice enquanto mordia meu ombro. A sensação de entorpecimento me invadiu e aos poucos soltei a cabeceira da cama. James deitou ao meu lado e ainda ofegante disse:
_ Me desculpe me deixei levar, te machuquei?
_ Se você me machucou? Sr. R se fizer isso novamente me caso contigo_ só então percebi o que disse_ Bem, eu quis dizer…
_ Eu sei_ disse ele me interrompendo_, acho que farei isso mais vezes, então.
Queria bater nele, mas já não tinha forças. Ele disse algo, mas meus olhos estavam pesados e adormeci…
Já era manhã e a luz do sol dominava o quarto, me enrolei no lençol, percebendo que James não estava ao meu lado.
Levantei pegando minha calcinha e vasculhei minha mochila em busca de uma blusa e minha escova de dente. Quando adentro o banheiro, o vejo fazendo sua barba, ele sorri, indicando-me para ficar ao seu lado.
_ Você dormia tão tranquila que não quis acorda-la.
_ Tudo bem, eu tenho um relógio biológico pontual_ digo enquanto pego a pasta de dente. Por um instante sinto-me desconfortável. Mas logo lembrei que esse era um dos momentos mais íntimos que um casal poderia ter e eu o estava tendo ao lado de James. Um sorriso bobo se forma em meus lábios e eu gostava disso e muito.
_ O que foi Sherlock._ pergunta este estreitando os olhos.
_ Nada, meu caro Watson.
Após um rápido banho, vesti um jeans e uma camisa que Cata havia separado, foi quando notei um James já de terno me encarando desde a porta:
_ Deixe isso ai.
_ Mas são minhas coisas_ retruco.
Como eu estava de joelhos pegando minhas coisas do chão, ele me levanta dizendo com sua voz que parecia feita de veludo essa manhã:
_ A Maria disse que vai lavar e arrumar tudo, e não se preocupe porque levarei a mochila a você mais tarde.
O encaro insistente, mas ele me desarma em um terno abraço. Ele beija a ponta do meu nariz fazendo-me sorrir. O afasto um pouco, analisando- o em seu terno cinza.
_ O que foi?_ pergunta este confuso.
Apenas vou ao seu guarda-roupa e pego uma gravata azul marinho.
_ Este_ digo enquanto começo a arrumar a gravata em seu colarinho_ vai ficar apresentável para a teleconferência com os japoneses hoje.
_ Apresentável?
_Não quero que os japoneses caçoem do meu namorado_ digo terminando com sua gravata.
_ Gosto dessa palavra_ ele me aperta mais para seu peito.
_ Que palavra? Namorado?
_ “Seu”._ a forma como ele destacou isso me fez sorrir.
_ Meu e eu sou sua_ olhei para seus olhos verdes, me surpreendendo comigo mesma, com posso ter mudado em tão pouco tempo.
Após nosso café, peguei minha bolsa e entramos no Audi. Aconcheguei-me em seus braços encostando minha cabeça em seu ombro, enquanto ele acariciava meus cabelos. Ele pôs seu mp3 para tocar, “Ne me quitte pas” de Maysa Mattarazzo. Que dramático pensei, mas romântico e resumia o que ambos não dizíamos naquele momento.
Quando viramos na esquina da editora, Readen fica inquieto:
_ Que horas venho te buscar?_ ele me fitava sério.
_ Você está com a agenda lotada hoje, eu posso pedir para a Catarina..._ ele me lança seu melhor olhar inquisidor.
_ Não estou aberto a negociações Srta. Almeida, que horas?
_ As cinco_  solto em derrota e seus lábios colam-se aos meus em um terno beijo.
Saio do carro, mesmo querendo ficar. Olhei uma última vez para ele, seus olhos queimavam sob o cinza paulista, depois de um aceno, o Audi se afastou virando na próxima esquina.
_ Aquele não era o carro de James Readen?_ e o susto me dominou congelando meu estomago, era o Sr. Alcântara.
_ Acho que sim_ tento fingir um sorriso e começo a andar freneticamente a recepção.
_ Mas o que ele fazia por aqui?_ pergunta este insistente.
_ AH não sei_ minha voz saia afetada pelo nervosismo.
_ Como você está?
Só agora lembro que Readen enviou um atestado, mas esqueceu de mencionar qual era minha doença:
_ Melhor_ finjo tossir. E o Oscar vai para...
Vejo Joseane, ela seria minha tábua de salvação e falo tentando mudar o rumo da conversa:
_ Vejam só quem chegou no horário hoje.
Ela enrugou o rosto, e começou a tagarelar:
_ Ah Alice nem vem, você vai pegar no meu pé de novo? Nem vem...
Jorge ainda me olhava questionativo, mas logo entrou em sua sala. Fui para minha mesa e comecei o trabalho. Já passavam das três da tarde quando recebo uma mensagem de texto, era de Linda “ Alice, você precisa me esclarecer umas coisas. Porque o Sr. Readen está pedindo para que eu baixe a música Como eu quero do Kid Abelha? O que você fez com o meu patrão? As coisas estão começando a ficar bizarras por aqui”.  Segurei-me para não cair na gargalhada, mordi o lábio com o pensamento de ver Readen em seu escritório lembrando nossa louca madrugada.
As cinco, esperei que Sr. Alcântara saísse primeiro e logo sai, deparando-me com um James, relaxado e sexy encostado em seu Audi prata, suspirei ao ver aquela cena, seus olhos estavam no chão, mas ao ergue-los, me encontrou, reascendendo as chamas de mais cedo, a ruga em sua testa o deixava com uma fisionomia ofegante a qual eu adorava. Aproximei-me recém notando a gravata enlaçada em sua mão.
_ Sr. R.
_ Srta. Almeida_ disse este abrindo a porta para mim. E logo entrou atrás de mim_ a gravata me trouxe sorte_ disse este com um sorriso tímido.
_  Conseguiu fechar negócios com os japoneses._ sorrio triunfante.
Ele apenas assente:
_ Esta se tornou minha gravata favorita de agora em diante.
Apenas me envolvo em seus braços e ele beija minha testa.
_ Como foi o seu dia?
_ Chato comparado a ontem.
Ele acariciou meu rosto, e logo mostra minha mochila ao seu lado:
_ O vestido está ai também._ apenas assinto.
_ Estive pensando, já que amanhã estarei ocupado com uns negócios, porque não vamos velejar no domingo.
Houve um estalo em minha mente:
_ Velejar. Tipo. Mar?
Ele me fitou preocupado:
_ Sim. Por quê?
_ Lembra quando te entrevistei e perguntei sobre suas atividades_ ele assente_, eu nunca estive no litoral, não sei como se sente, se disse o que disse foi porque não queria me sentir inferior em sua frente_ confesso derrotada.
_ Naquele dia eu me senti inferior em sua frente, eu baixei a guarda muitas vezes e acho que a Linda percebeu, pois quando você foi embora ela perguntou se eu estava bem._ apenas ri com sua confissão e lembrando aquele fatídico dia.
_ Eu adoraria ir velejar contigo Sr. Readen_ digo me aninhando mais a ele.
Quando chegamos a meu prédio ele insistiu em me acompanhar, passamos por Sr. Rodolfo que como sempre nos encarou desconfiado. Subimos as escadas em silencio. E James me olhava provocativamente:
_ Você está tão quieta.
_ Só não tenho muito que dizer._ digo enquanto abro a porta de serviço do meu andar.
James me segura pelo pulso e apenas sinto meu corpo bater contra a parede, sua mão esquerda ainda enlaçada com a gravata segurava meu rosto e a outra aperta a lateral de meu quadril:
_ Então seu objetivo é me provocar Srta. Almeida?
Sua respiração ofegante me deixava cada vez mais excitada:
_ Esse é o meu objetivo Sr. R.
Seu sorriso aumentou e seus lábios me invadiram, acariciando-me com sua língua, enquanto sua mão esquerda com a gravata rumava para meus peitos já sensíveis a seu toque, minhas mãos enfiaram-se em seu cabelo e sua mão direita nos aproximava cada vez mais a cada movimento de seu quadril fazendo me sentir seu membro já ereto bater em minha barriga.
De repente um limpar de garganta nos tira de nosso transe e frustrado James afunda seu rosto em meus cabelos:
_ Droga_ o ouço murmurar.
Era Catarina que estava na porta de nosso apartamento de braços cruzados e nos olhando forçando-se para não rir:
_ Eu fico pensando_ diz ela_ imaginem só se a Sra. do 14 resolve sair e pegar o jornal, ela teria um infarto na hora. Por um momento pensei que estava vendo um filme pornô.
_ Já basta Catarina_ minha voz sai sufocada, se houvesse uma expressão para frustração sexual essas seriam a minha e de Readen.
_ Eu tenho que ir_ diz James ainda ofegante, apenas assinto, este passa sua mão pelo cabelo e de ida acena com a cabeça para Cata, descendo as escadas.
Olho para Catarina forçando um sorriso e arrumando minha mochila nas costas e adentrando o apartamento:
_ O que foi isso?
_ Você viu o que era.
_ Me conte tudo, eu exijo por ter presenciado tal cena.
Jogo minha mochila no chão e desabo no sofá, cansada. Suspiro receosa olhando minha amiga. Tudo bem eu cederia.
_ Foi incrível, e nossa o James faz cada coisa_ ela abre a boca ciente de que nunca falei de sexo com ela_, ei. Aproveite porque nunca mais irei te contar essas coisas.
Ela apenas assente, sentando ao meu lado e ouvindo atenta:
_ Na primeira noite fizemos duas vezes e ele fez algo tão incrível_ mordi o lábio lembrando_ ele chama isso de foder duro e forte, sinceramente me considero como uma virgem até chegar a ele, eu nunca fiz aquelas coisas e parecia errado, mas era tão bom.
Minha amiga sorriu:
_ Se foi bom, não era errado, você tem que aproveitar, ele não é um garotinho como o Eduardo e o Felipe, ele sabe o que faz.
_ Ah e como sabe_ digo rindo.
_ Mas, enquanto você esteve fora algumas coisas aconteceram comigo_ ela prende minha atenção_, lembra, que eu disse que tinha um cara lá no spa que eu gostei.
Vasculho minha mente até lembrar e assinto:
_ Ele é advogado da Sra. Michelle, e ontem ele pediu meu número, aí então resolvi usar sua tática.
Tática? Enrugo o cenho para ela.
_ Banquei a difícil e não dei meu número, você acredita que ele negou uma massagem erótica da peituda da Paula.
Eu não sabia quem era essa Paula, mas pelo tom de minha amiga era uma qualquer.
_ Ele ficou me encarando o tempo todo, você sabe que não sou assim, tive que me segurar para não pular nele e sentir o tanquinho embaixo de seu terno.
_ Espera aí, você viu ele sem camisa?
_ Não, apenas usei a imaginação. _ diz ela rindo_ o nome dele é Eric, pena que como todos os caras com quem fico ele tenha uma cara de mulherengo.
Nesse instante há um estalo em minha mente. Eric...
_Seria Eric Waltz?
_Sim. Você o conhece?_ ela me fita interrogativa.
_ Não, mas o James me contou que são melhores amigos_ a boca de minha amiga se abre.
_Só pode ser perseguição do destino_ ela apoia sua cabeça em meu colo_ e eu gosto dele, não é um gostar para passar uma noite como geralmente faço. Sabe Ali, eu quero um Deus Grego para mim também.
_ E você vai ter, só basta saber esperar.
_ Claro amiga, farei tudo o que suas regras ditarem_ apenas ri, ela devia estar gostando mesmo desse homem, porque pelo o que conheço de Cata, ela já o levaria para a cama e depois sofreria pelo seu abandono._ quero ser feliz também.
_ E você vai ser_ digo acariciando seus cabelos, ela era o mais próximo de uma irmã que já tive.
Eu podia sentir que meu coração estava cicatrizando aquelas feridas que eu insistia em manter abertas. Eu estava curada e pronta para uma vida nova e cheia de sensações com James Readen...

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Uhuuu estou de volta, amanhã teremos mais capítulos e já vou avisando que o capítulo de amanhã vai ser tenso e decisivo, queridas e queridos preparem seus lencinhos, pois o capítulo foi escrito ao som de Say Something de A great big world E Christina Aguilera... Até amanhã pessoal... BEIJOKS ❤❤❤❤❤

With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)Onde histórias criam vida. Descubra agora