Capítulo 20

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Quando entro em casa, Cata já estava esparramada no sofá assistindo sua novela:
_ E aí deusa do sexo. Conte-me tudo!_ diz ela quase caindo e apoiando-se no braço do sofá.
Ri, mexendo a cabeça em negativo:
_ Você só pensa nisso?
_ Às vezes eu penso em comida também, mas me conta! _ grita eufórica, sento ao seu lado e resolvo contar o mais resumidamente possível sobre o que aconteceu, e sobre a sedução na casa de Readen.
Cata ficou pensativa por um momento, até que resolveu falar:
_ A Greta é louca, ela não está nem aí se ele sai com outras mulheres, mas se for você ela pira. _ apenas assinto_, ela sabe que o James te ama, é por isso.
Acomodo-me ao seu lado pegando uma almofada e colocando em meu colo.
_ Mas pelo menos sei que a sedução deu certo. Você é minha heroína, sabe quantos caras fantasiam com esse momento “Top Gun”?_ ri com as expressões exageradas de Cata_, o Eric disse que o James ia tentar bancar o herói ferido e que se você batesse na tecla certa ele cederia.
_ Nossa é incrível como vocês se parecem, isso chega a ser assustador.
Minha amiga começa a sorrir safadamente o que desperta minha atenção:
_ O que foi isso?
_ Isso o que? _ ela tenta disfarçar sua reação.
_ Esse sorriso, o que você fez? _ a empurro de leve e aumenta seu sorriso, mas logo parece envergonhada.
_ Eu meio que o masturbei com o pé ontem no restaurante.
AH meu Deus. Meus olhos se arregalam.
_ Você é uma louca de uma ninfomaníaca_ começo a rir e ela fica brava.
_ Ei para, ele ficou me provocando a noite inteira, mas sabe_ ela ameniza a voz_, eu gosto mesmo dele e vamos sair de novo hoje.
Olho para a tevê a novela estava em capítulos decisivos, mas nem eu ou Cata prestávamos atenção:
_ Faça o que seu coração manda, amiga_ digo com convicção_, você me cuidou tanto esses últimos tempos, merece se distrair e descobrir seu Deus Grego. _ pisco para ela.
_ Eu pretendo descobrir em todos os sentidos da palavra_ ela pisca de volta.
Lembro-me do ocorrido pela manhã com a mãe de James:
_ A Sra. Michelle disse alguma coisa sobre mim?
Os olhos de Cata que estavam fixos na tevê me encaram, com seu melhor sorriso:
_ Ela disse que já gostava de você pelo o que eu dizia, e agora ao saber que você é a namorada misteriosa do Sr. R gostou ainda mais.
Tentei disfarçar um sorriso bobo, mas Cata viu, rindo de mim:
_ Queria que o pai dele aprovasse o relacionamento de vocês.
_ Quer saber eu nem ligo para ele._ tinha coisas mais importantes para me preocupar do que aquele velho Readen pai.
Depois do termino da novela, Catarina começou a se arrumar, e as oito em ponto Eric apareceu já com sua barba feita, e arrumado em um jeans e uma camiseta branca, como fui eu quem abriu a porta, este começou com as brincadeiras:
_ Vejam só, pensei que o pequeno James não te deixaria escapar depois de hoje. _ ele aumenta seu sorriso, mostrando seus dentes brancos.
_ Pode entrar_ digo irônica_ e estou bem, obrigada por perguntar.
Este adentra o apartamento:
_ Não vai me contar, não é_ mexo a cabeça_, ah... que pena, mas pelo menos sei que agora vocês estão bem e ele já não vai ligar para mim no meio da noite bêbado e se lamentando.
O fito, incrédula:
_ Como assim?
_ A Cata me contou que com você não foi diferente, essas semanas não foram fáceis para ele também, mas agora que vocês estão juntos posso ter certeza que tenho meu amigo de volta ao seu estado normal._ nesse instante percebi que Eric era alheio ao segredo de James.
Minha amiga sai de seu quarto, esplendida em um vestido preto colado ao corpo e uma jaqueta de couro da mesma cor por cima. Os olhos de Eric brilham ao vê-la:
_ Uau! _ ela pula nele, e os dois começam um beijo acirrado em minha frente, fato que me deixa sem jeito e vou até a cozinha disfarçando a vergonha.
_ Não nos espere!_ grita Cata e ambos saem pela porta apressados.
Peguei o laptop de minha amiga e comecei a investigar a corporação Eisenberg, da família de Greta e Silvia, ambas estavam na liderança de tal desde a morte do pai há dez anos, minha mente ligou isso ao começo do envolvimento de Readen com a sociedade secreta. E as várias alianças que estas fizeram tendo raízes em vários países assim como a R&R, meu subconsciente sussurrou “Eu sabia que era uma teia de poder”, e meu sentido aranha tiniu ao perceber o quão complicado seria para James sair de tudo isso. Sai do google tentando afastar aquele mau pensamento e comecei a editar meu currículo, na segunda-feira pretendia sair e procurar trabalho, tomando o cuidado para não topar com algum membro da boate Real.
Quando abri meus olhos, estava em minha cama, enrolada em meu edredom, ouvi Catarina rindo na cozinha, com certeza Eric estava com ela. Fui ao banheiro lavando meu rosto e como meu pijama era uma calça velha e uma camiseta, fui até eles.
_ Bom dia..._ soltei preguiçosa e esfregando meus olhos.
Eric estava sem camisa, tomando café no balcão que usávamos como mesa, o fito apertando os olhos e Catarina que cobria seu baby doll com seu robe, sorri para mim timidamente:
_ Bom dia, amiga, quer café?_ esta me passa a xicara.
Sento-me ao lado de Eric, afiando minha língua:
_ Então, Sr. Waltz tratou bem minha amiga?_ apenas vi os olhos de Cata quase saírem de orbita enquanto preparava os ovos mexidos.
Eric riu:
_ Mais do que bem. Srta. Almeida_ responde este como se falássemos de negócios.
Suspiro fingindo alivio e sussurro ciente de que minha amiga não ouvia:
_ Mais vale, pois eu sei o que aconteceu em Nova York.
_ Ah... Aquele James boca aberta, não se preocupe _ ele aproxima-se mais de mim sussurrando também_, acho que estou me apaixonando_ ele faz cara de derrota.
Apenas dou um leve soco em seu ombro:
_ Bem-vindo ao clube, meu amigo, sei como é difícil admitir.
Ele apenas assente. Ao ver os olhares apaixonados, vou ao meu quarto trocando de roupa e pego as chaves do carro dizendo que queria tomar o café da “Coffes and Browne”. Antes de sair pisquei para Eric que entendeu o recado.
De ida para a lanchonete, ligo a rádio, algumas músicas tocavam e aumento o som. Paro na frente deste e vou ao balcão. Com certeza a morena não estava hoje devido suas atividades noturnas na boate Real. Pedi ao atendente meu cappuccino de costume e uns pães de queijo.
_ Eu quero o mesmo_ ouvi a voz atrás de mim.
Fiquei estática por um momento, era Felipe, relutei antes de me virar para encara-lo, minha vontade era de chutar suas bolas até que ele nunca mais consiga se mexer.
_ Alice, será que podemos conversar?_ ele me fitava com apreensão.
Cerrei meus dentes, contraindo a mandíbula, eu queria machuca-lo:
_ Você é um desgraçado...
_ Eu estou arrependido, não estava em são juízo, por favor, me deixe te explicar.
Respirei fundo, segurando-me no balcão da lanchonete com força.
_ Sente-se comigo, preciso lhe contar umas coisas que aconteceram naquele dia.
_ Eu não quero ouvir nada_ cuspo as palavras.
_ Alice, eu te peço, eu te rogo, por favor. _ seus olhos estavam suplicantes, aceitei, mas em nenhum momento baixei a guarda.
Pegamos nossos pedimos e nos encaminhamos a uma mesa que ficava perto da janela. Felipe me olhava a cada instante relutante, no entanto eu o encarava com desprezo.
_ Diga o que tem a dizer ou acha que tenho o dia inteiro?
Ele balança a cabeça em positivo como se tivesse algum dilema particular para logo começar a falar:
_ Eu estava naquele bar na avenida, bebendo sozinho como sempre, mas ai eu acabei bebendo demais e apareceu uma mulher.
O que?
E ele continuou:
_ Ela era muito bonita e sedutora, começou a falar de você e do Readen sei lá o que, disse que você e ele estavam juntos e como eu iria permitir uma coisa dessas, que você era para ser minha e que eu tinha que demonstrar quem manda.
Eu o encarava de boca aberta, mal conseguia me mexer:
_ Sei que o que fiz foi imperdoável e nem alimento a esperança de que me perdoe, fui um monstro com você, mas se você ouvisse aquela mulher, entenderia, ela penetrou na minha cabeça. Disse coisas que mexeriam com a pessoa mais sã, me fez um tipo de lavagem cerebral pelo menos assim me senti quando me recuperei.
_ Como ela era?_ perguntei com a voz falha, mesmo sabendo a resposta.
_ Morena, alta dos olhos azuis, ela me lembrava aquela atriz...
_ Elizabeth Hurley_ completo o que este dizia e ele confirma.
_ Como você sabe?
E pela primeira vez naquele dia, o olhei sem desprezo e sim com medo, medo não dele e sim do poder que Greta tinha sob as pessoas:
_ Ela é a ex do James.
Este congela em seu assento, como se eu tivesse lhe dado a pior notícia do mundo.
_ Alice, tome cuidado, aquela mulher não estava brincando, ela queria que eu te machucasse.
_ Eu sei_ soltei desviando meu olhar.
Felipe pegou seus pães de queijo e seu cappuccino rapidamente, dizendo:
_ Eu só queria te dizer isso, me desculpe pelo o que fiz, e espero sinceramente que você seja feliz com ele.
Eu mal pude ouvi-lo, ele saiu às pressas, no entanto eu permaneci imóvel, com as mãos em minha cabeça. Era realmente a Greta, mas como ela sabia que eu estava fora essa noite e voltaria tarde e o mais importante como ela sabia que eu encontraria James? Houve um estalo emocional em minha mente. Sr. Rodolfo... Ele era o único que sabia dessas coisas. Eu não estava segura nem em minha própria casa. No entanto com James, havia alguém o vigiando no condomínio, então ela poderia estar sabendo do nosso encontro de ontem. Droga... agora sinto-me dentro de um filme do 007.
Terminei meu café rumando a um orelhão. Disquei o número do celular de Readen, no primeiro toque este atende:
_ Readen falando. _ sua voz soava fria e profissional.
_ James, sou eu.
_ Sim, do que se trata?_ ele manteve o tom, isso só podia significar que a Greta estava por perto.
_ A Greta já sabe sobre nosso encontro de ontem, o Sr. Rodolfo esteve me vigiando então creio que ela tenha alguém em seu condomínio também.
_ Interessante_ responde este._ fale-me mais sobre os prospectos.
_ Eu não sei se posso continuar assim._ minha voz saiu sufocada.
_ Espere um instante_ disse este e o ouvi falar com alguém do outro lado_, querida o Sr. Menezes nos espera em sua casa.
_ Ah eu adoraria vê-lo_ só poderia ser a Nicole.
_ Vocês já vão, mas ainda é cedo._ era a falsa e dissimulada voz de Greta.
_ O Sr. Menezes e eu temos uns negócios para encerrar então ele nos chamou para visita-lo em Ilhabela.
_ Tudo bem, os esperarei no próximo domingo.
James volta a falar comigo:
_ Chegaremos em menos de uma hora Sr. Menezes. _ e este desliga.
Fiquei uns cinco minutos na frente do orelhão, até este tocar novamente, marcando de nos encontrar em um posto não muito longe da onde me encontrava. Quando cheguei, os dois já me esperavam, Readen estava encostado em seu corola, seu dedo massageava seu lábio inferior acirradamente, ele estava nervoso. Ao me ver mau esperou que saia do carro apenas me puxou para seu peito em um forte abraço.
_ Calma, eu ainda preciso respirar_ digo sarcástica e este me afasta um pouco, olhando fixamente em meus olhos, seus olhos estavam mais para o castanho.
_ Alice, tudo isso é minha culpa.
_ Pare de se culpar por tudo, a Greta que está fora de seu juízo normal e não você._ ele me aperta mais uma vez, e noto a preocupação pela rigidez de seus músculos.
Ouço um pigarreio e era Nicole em um vestido cinza simples grudado ao corpo, ela estava de braços cruzados e impaciente:
_ Vocês vão ficar se agarrando na minha frente é?_ ela mexe a sobrancelha nervosa e rio desse tique.
_ Oi Nicole, acho que ainda não fomos devidamente apresentadas.
_ Como assim? Eu praticamente te conheço a vida inteira, o James só sabe falar de você_ diz esta sorrindo e passando-me sua mão, e ela o olha como um cachorrinho faminto_, agora que fui gentil, posso fumar?
_ Não, você é muito nova para isso.
_ Ah..._ ela bate os pés como uma criança birrenta. _, você é pior que minha mãe, tive que aguentar aquela louca querendo me intimidar com seus comentários sobre vocês terem um passado e por causa dos seus caprichos nem posso pegar um cigarro.
James revirou os olhos, fato que me fez rir:
_ Tudo bem, fume.
Ela deu um pulo, entrando no carro e pegando o maço. Fitei Readen rindo:
_ Que relacionamento lindo o de vocês.
_ Ah você nem imagina_ disse Readen me prendendo em seus braços e dando-me um beijo voraz, sua língua acariciava a minha fazendo meu corpo se arrepiar, suas mãos pareciam querer memorizar meu corpo, enquanto bagunço seu cabelo acariciando seu pescoço e o apertando com cuidado, nos afastamos apenas quando nos faltou o ar, respirávamos ofegantes, era como ter corrido uma maratona.
_ James_ sussurrei enquanto recuperava o ar ainda de olhos fechados_,eu não sei viver uma vida assim, eu não sou de fugir, isto não é para mim.
Abri meus olhos deparando com aqueles olhos castanhos esverdeados, eram como se estivessem sangrando e a dor fosse insuportável.
_ Alice..._ meu nome tinha tantos significados saindo de sua boca.
_ Eu não quero fugir. _ murmurei sem forças, seus olhos me inebriavam, ele encosta a testa na minha, parecendo cansado.
_ Eu pensei ter sido claro quando disse que não desistiria de nós...
Suspirei alto, meu corpo parecia feito de gelatina quando ele estava por perto, sua mão direita deslizou até meu quadril, encostando-me ao carro, seus lábios vasculharam meu rosto enquanto eu apenas conseguia arfar, sob seu toque.
_ Nunca mais duvide Alice, porque eu jamais duvidarei de abrir mão de tudo por você.
Apenas assinto, enquanto seu hálito quente roçava em minha bochecha. Nicole pigarreia, despertando-nos de nosso devaneio, ela joga seu cigarro de lado e se aproxima nos analisando para logo dizer:
_ Eu acho que posso ajudar vocês.
Ambos a olhamos sem entender:
_ Tenho em minha bolsa uma peruca loira que é do vocalista da banda que toco, uns óculos e uma camisa velha, daria para o James se disfarçar e ir para sua casa.
_ Mas e o meu carro, todos o conhecem. _ rebate James.
_ Ah... Isso é fácil, você deixa comigo_ diz ela sorrindo satisfeita.
Readen me olha, pedindo minha opinião. Fito a garota que ainda sorria, louca para que eu diga sim.
_ Eu acho uma boa ideia.
_ Tudo bem_ diz Readen ríspido.
A jovem pega sua bolsa retirando desta uma camisa velha do guns n’ roses e uma peruca, James olha aquilo sem gostar muito, mas o convenço a vestir. Ele parecia um cantor de rock dos anos oitenta e sua barba dava certo toque ao visual. Ambas rimos ao vê-lo pronto, ele estava irreconhecível, quando pôs os óculos escuros.
_ Ah eu faço milagres_ alardeia a garota que sorri para mim convencida, ela era mesmo muito parecida a Maria.
Trocamos de carros e quando paro na frente do prédio, olho de lado para Readen, eu estava claramente nervosa, apertando meu volante como se o fosse quebrar.
_ Relaxa_ ele sussurra._ sou eu o ridículo aqui.
Rio seco, olhando-o dos pés à cabeça:
_ Na verdade Sr. R, você está muito sexy, até parece o Bon Jovi.
Este escondeu seu sorriso, saindo do carro, olhamos para recepção onde Sr. Rodolfo assistia ao seu futebol dominical.
_ Siga o personagem_ lembrei James que apenas assentiu.
Quando entramos na recepção, este me puxou, beijando-me desenfreadamente, fazendo de tudo para ficar de costas ao Sr. Rodolfo:
_ Mas que pouca vergonha é essa Alice! _ grita este ao me ver aos beijos com quem para ele era um desconhecido.
Desgrudei-me de Readen e rindo fingindo estar bêbada, digo:
_ Ah sabe como é, eu estou solteira e posso fazer o que quiser._ puxo R para mais um beijo ainda não deixando Sr. Rodolfo vê-lo diretamente.
Este bufa nervoso:
_ Vou contar ao sindico sobre esse seu comportamento improprio.
Olho para o velho, fingindo cambalear ao sair dos braços de meu roqueiro disfarçado:
_ Vai contar para o sindico ou para a Greta? Porque se for para ela, nem vai se importar já que o amadíssimo dela não me quer mais.
Sr. Rodolfo me fita com espanto, com certeza não esperava que eu descobrisse. Readen me ergue colocando-me em seus ombros e dando-me um tapa na bunda, solto um grito, rindo:
_ Seu louco!
E com isso passamos pela porta da entrada de serviço, subindo as escadas. James me desce no chão e rimos:
_ Acho que gostei desse personagem_ diz ele sorrindo satisfeito, apenas o empurro de leve, acompanhando- o até meu apartamento.
Quando abro a porta deste, estava tudo muito silencioso:
_ Cata! Eric!_ não há resposta.
_ O Eric esteve aqui? _ pergunta este tirando a peruca e os óculos.
_ Sim_ digo enquanto vou a cozinha pegar um copo d’água_, acho que a coisa está ficando séria entre eles.
James se ajeita no sofá e respira fundo, espreguiçando-se neste. Vou até ele, sentando ao seu lado, mas este me puxa ajeitando-me em cima dele enquanto suas mãos dançavam em meu quadril, seus olhos estavam serenos e gentis nos meus. Me mexi em cima dele, e este me para, o fito sem entender.
_ Não que eu não queira, é que eu apenas quero te olhar.
Uma pontada atravessa meu coração, e boto minha cabeça em seu ombro.
_ Eu não sei até onde essa obsessão da Greta pode ir, tenho medo de que ela tente algo contra você. _ solta este em um suspiro.
_ Você acha que ela chegaria a isso?
_ Ela já tentou uma vez, então não duvido de nada, apenas quero mantê-la segura. _ ele acaricia meus cabelos, enquanto beijo seu pescoço ternamente. Ele me ergue, levando-me ao meu quarto, deitando-me com cuidado na cama e se ajeitando ao meu lado, apenas me olhando sem dizer uma palavra.
Não demorou para Catarina chegar com Eric e pedimos sushi para o almoço, ficamos numa pequena reunião entre amigos, Readen parecia relaxado com Eric ao seu lado, ambos riam e compartilhavam momentos conosco enquanto jogávamos baralho. Eu sempre vira James como um homem solitário e arrogante, e agora ao vê-lo assim com o amigo percebi o quão errada estava. Olhei para Catarina que parecia realmente apaixonada e por um momento a invejei, sua vida era tão descomplicada em relação a minha nesse instante.
Quando a noite caiu, James estava deitado ao meu lado na cama, as luzes apagadas com apenas o luar para nos iluminar. Ele tinha sido cuidadoso o dia inteiro, como se eu fosse feita de cristal. Mas, ali estávamos e mais uma vez meu corpo ansiava pelo toque do seu.
_ James..._ sussurrei passando minha mão pelo seu peito, e ele suspirou alto com meu ato_ você disse que não me evitaria mais.
_ Não estou te evitando, _ e sua voz parecia veludo_ apenas quero apreciar cada momento ao seu lado, quero ver como você movimenta os lábios ao falar, os seus olhos quando piscam e sentir seu coração bater rápido quando te digo essas coisas_ rio ao ouvir essa última parte.
Seus lábios vão a meu pescoço, beijando e mordiscando, fazendo me arfar, ele se posiciona em cima de mim, não deixando que sinta seu peso:
_ Quer foder duro e forte, Sr. R?_ pergunto maliciosa.
_ Não Srta. Almeida, eu quero fazer amor com você desesperadamente. _ meu Deus ele disse essas palavras mesmo? Eu mal conseguia processa-las direito até sua boca encostar-se à minha, sua língua me pedindo passagem era tentadora, enquanto suas mãos deslizavam pela minha perna que já estava ao redor de sua cintura. Ele se afasta um pouco abrindo o botão de minha calça, levanto meu quadril para ajudá-lo a deslizar esta lentamente entre minhas pernas.
Ele mordeu o lábio, enquanto com suas mãos descia para o interior de minhas pernas, retirando minha calcinha, ele sorriu ao ver minha excitação frente a expectativa, começou beijando meu joelho, e seus lábios aos poucos chegaram ao meu sexo, sugando e lambendo meu ponto mais sensível, me segurei em meu travesseiro com força para não gritar com o movimento frenético de sua língua, seus movimentos me faziam contorcer, quando este para subitamente posicionando-se  em cima de mim, tira sua calça revelando sua ereção, ele mexe em sua extensão me provocando, e então fez um movimento rápido e me penetrou, movendo seus quadris primeiro lentamente, gemendo baixo em meu ouvido:
_ Ah é tão bom...
Começamos a nos mexer em sincronia e rápido, a cada investida de James afundava minha cabeça em seu ombro ainda coberto, meu corpo serpenteava embaixo dele, enquanto murmurava seu nome incoerentemente, deixando-me consumir por aquele calor avassalador, deixando escapar um gemido alto, logo James desabou ao meu lado com um sorriso bobo nos lábios.
_ A Catarina e o Eric vão ter o que falar amanhã. _ diz este e me dei conta do quase grito que soltei, levando as mãos no rosto de vergonha. Já podia imaginar as brincadeiras de Eric e as indiretas de Cata.
_Eu quero isso_ sussurrou R ainda sem folego, o fitei confusa, peguei meu edredom nos cobrindo e este parecia pensar no que diria.
_ O que? _ pergunto enrugando o cenho.
Ele respira fundo como se buscasse forças para logo dizer:
_ Quero acordar toda manhã vendo seu sorriso _ acabo sorrindo involuntariamente frente a suas palavras_, sim esse sorriso, quero sentir sua pele se arrepiar ao meu toque, quero que você grite meu nome quando estiver feliz e procure consolo em mim quando estiver triste. Eu nunca vou me cansar de você Alice, consigo ver toda minha vida ao seu lado, onde envelheceremos juntos e viveremos em uma casa simples com uma cerca pintada de branco e durante o outono ficaremos na varanda vendo as folhas caírem e durante as primaveras sairemos para ver o pôr do sol e com certeza morreremos no mesmo dia pois não posso imaginar um dia sequer sem você. Eu não minto ao dizer que sou seu, porque sou. Você mudou minha vida_ ele pegou minha mão, beijando a docemente_, o que estou querendo perguntar é..._ ele vacilou por alguns segundos deixando-me ainda mais confusa_ Srta. Alice Almeida, você aceitaria casar comigo?
O que? Ele havia dito isso mesmo? Eu não conseguia falar ou processar qualquer palavra. Meus olhos estavam umedecidos mais um pouco e as lágrimas cairiam. Eu ainda nem conseguia pensar em suas palavras direito. Diversas imagens passaram por minha cabeça. Filmes, livros e poesias, mas nada se comparava aquilo. Eu o amo, mas por mais que queira dizer as palavras não saiam.
_ Ah meu Deus_ foi o único que consegui murmurar e este sorriu.
_ Bem, meu nome é James Readen, mas se quiser me chamar assim tudo bem_ o bato no ombro de leve, e este continua a falar sem tirar os olhos de mim_, você não precisa responder agora, tem todo o tempo do mundo para pensar, além do mais espero resolver os meus problemas para depois pensarmos bem nisso e também quero lhe apresentar a minha família adequadamente e fazer o pedido ao seu pai.
_ Ao meu pai? _ o fito confusa.
_ Sim, não é o que o Sr. Darcy faria?_ sorrio, beijando-o, seus olhos eram esmeraldas liquidas nesse momento e acabo deixando uma lágrima escapar. Ele a seca dando um beijo onde esta escorreu.
_ Não vai ficar chateado comigo por não te dar uma resposta agora?
_ Claro que não_ diz este me acomodando em seus braços enquanto apoia seu queixo no topo de minha cabeça, beijando meus cabelos.
Suspiro frente a seu ato, enquanto meu coração estava a mil, eu só podia estar sonhando. James começa a cantarolar uma música, enquanto meus olhos vão ficando cada vez mais pesados.
“Silent night broken night
all is fallen when you take your flight
i found some hate for you just for show
you found some love for me thinking i'd go
don't keep me from crying to sleep
sleep in heavenly peace”
Era“Silent Night de Damien Rice”, sua voz era rouca e carinhosa, fazendo-me derreter em seus braços. Quando percebi estava sonhando, só podia ser um sonho, pois eu nunca tinha me sentido tão feliz em toda minha vida.
Senti sua respiração roçar em minha nuca e abri os olhos e ri ao perceber sua mão em meu peito. Já era manhã, mas eu não queria levantar e estragar aquele momento perfeito. Não tinha sido sonho, ele me pedira realmente em casamento e eu com tantos momentos que pude ficar muda, fiquei exatamente naquele.  James se mexeu, retirando o braço que estava sob mim:
_ Bom dia, raio de sol_ digo a ele que tampava seu rosto.
_ Bom dia_ diz este com sua voz preguiçosa._ ele senta na cama ainda tampando seu rosto_. Me diz que posso passar o dia enterrado em seus peitos...
Começo a rir com suas palavras, enquanto passo a mão em sua costa nua:
_ Quem sabe outro dia Sr. R e isso é uma promessa.
Ele vira-se a mim, levantando a sobrancelha, para logo se jogar em cima de mim, olhando-me aos olhos, analisando cada centímetro do meu rosto:
_ O que foi Sr. R? _ pergunto maliciosa.
Ele sorri de lado e logo ouvimos o barulho vindo da cozinha, seguido de risos:
_ Pelo visto já estão acordados_ diz este borrando seu belo sorriso que tanto amo.
_ Ah é... E prepare-se para as piadinhas.
Com isso levantamos, dividindo o chuveiro e como em nosso primeiro banho juntos apenas nos olhávamos divertidos. Já vestido, Readen usava ainda sua roupa do dia anterior, dizendo que passaria em sua casa para se trocar, no entanto vesti um jeans, com uma camisa lilás e um blazer preto em cima.
Quando saímos do quarto, Catarina finge tossir, e Eric começa a falar:
_ A noite de ontem foi boa não é.
James lhe lançou um olhar mortal e este fez sinal de rendição com as mãos, fato que me fez rir. Enquanto pegava o café para R, Catarina aproxima-se sussurrando:
_ Minha querida amiga, você não tem noção do quão feliz estou por você.
_ O que você ouviu não foi nada frente ao que vou te contar mais tarde._ esta arregala os olhos, sorrindo em expectativa.
E como já era hora, peguei minha bolsa com pastas dentro, Eric ficou de levar Readen e tivemos que nos despedir.
Ele apenas me puxou para seus braços, encostando sua testa na minha:
_ Boa sorte em suas entrevistas._ disse este com sua voz felina e sedutora que antes para mim era tão ameaçadora.
_ Obrigada Sr. R_ dou-lhe um leve beijo e este sorri, abaixando para meu pescoço com um beijo.
E sussurrando:
_ Espero que pense no que conversamos._ sua voz e seu hálito quente em minha pele faz meu corpo se arrepiar.
_ Eu vou pensar, com muito carinho. _ tento segura-lo pelos ombros, mas este se afasta e faço beicinho, ele apenas me pega pelo queixo, ameaçando me beijar, mas ao ver a hora em meu relógio de parede, me solta.
_ Eu tenho que ir._ diz este olhando para o amigo.
E Cata que estava no sofá, levanta pulando em Eric, tacando-lhe um beijo cheio de suspiros e resfôlegos. Com o fim da despedida ambos foram, dizendo que tomariam cuidado para que Sr. Rodolfo não os veja, já que Readen negava-se a vestir seu disfarce novamente.
_ E qual era a novidade?_ pergunta esta logo que ambos saem.
Boto meu cabelo atrás de minha orelha, enquanto arrumo minha bolsa:
_ Mais tarde, eu preciso fazer umas coisas e te direi.
_ Ah você e seus dramas, depois do grito de ontem pensei que estaria mais relaxada.
Apenas ri, abrindo a porta e indicando para que esta saia. Ao passar na recepção não havia ninguém, o que era muito estranho. Deixei Cata em seu trabalho. Seguindo para a avenida, onde levaria meu currículo, claro que pesquisei o vínculo destas com outras empresas e graças a Deus não tinham relação com a corporação Eisenberg, primeiramente tentei na editora Alasca, onde o editor apenas pegou meu currículo com cara de poucos amigos. Minha segunda opção era o jornal da Praça, o diretor desta me entrevistou, mas na hora notei seu interesse em minhas pernas do que em minha formação profissional. A terceira e última opção do dia seria a revista de variedades e notícias, a renomada Millenium. Na recepção uma moça negra falava ao telefone com alguém, esta corta a ligação para me abrir um belo sorriso.
_ Você veio pelo anuncio?
_ Sim, trouxe meu currículo._ respondo casualmente.
_ AH você está com sorte, o Sr. Juliano acabou de entrevistar uma das candidatas e está livre, quer arriscar?
_ Claro_ digo abrindo meu sorriso.
Esta apenas disca um número:
_ Senhor Juliano, chegou mais uma candidata_ ela dá uma pausa_ tudo bem. _ e corta, olhando-me_, você pode subir é no segundo andar.
Após subir e entrar numa sala cheia de pessoas que andavam de um lado para o outro, estes me indicam a sala do chefe. Bati na porta, e este pediu para que passe.
O homem devia ter uns quarenta e poucos anos quase chegando nos cinquentas, era loiro e tinha uns olhos castanhos tão gentil e acolhedor:
_ Sou Juliano Dameto, diretor geral da Millenium.
_ Prazer em conhece-lo Sr. Dameto, meu nome é Alice Almeida. _ passo a mão a este apertando a dele.
Ajeito-me na cadeira frente a sua mesa, respirando fundo e passando-lhe meu currículo, este a lê atentamente.
_ Interessante, trabalhou dois anos na editora central, como na parte de revisão?
_ Sim senhor, foi um trabalho muito instrutivo.
_ E porque decidiu sair?
A resposta verdadeira seria um choque com certeza, apenas sorrio, respondendo:
_ Estou em busca de novos desafios, por isso pensei na sua revista e ao ver o cargo de redatora vago decidi arriscar.
O homem fecha a pasta onde estava meu currículo entregando-me:
_ O que você pensa sobre o crescente mercado de tecnológico?
Que pergunta era essa? Não tinha relação com a entrevista.
_ Acho que tecnologia estará presente constantemente em nossas vidas a partir de agora, já que a cada momento um novo software ou hardware é lançado, investir nessa área é um ponto a favor de qualquer um.
_ E sobre moda? O que acha do Fashion Week deste ano?
Ah e agora essa?
_ Moda é moda não há discussão, toda mulher tem uma pitada de vaidade, e é aí que entra a moda, com roupas do extravagante ao mais simples, o fashion week deste ano abordou esse tema de forma casual e elegante.
O homem sorriu entrelaçando os dedos com os cotovelos apoiados na mesa.
_ Gostei de suas respostas Srta. Almeida. O que acha de vir na próxima segunda as oito para começar um teste de duas semanas.
Abri minha boca ainda não acreditando:
_ Eu adoraria senhor Dameto.
_ Me chame de Juliano. _ diz este sorrindo de forma paternal para mim.
_ Tudo bem, Sr. Juliano.
Sai da Revista Millenium triunfante, porém mau acreditando no que aconteceu. Quando cheguei em casa o telefone tocava insistentemente, joguei minha bolsa no chão, retirando meus sapatos e atendi:
_ Alo?
_ Alice? _ a voz soou vacilante e a reconheci na hora_ é o Jorge da editora.
_ Eu sei quem você é_ respondi seca_ o que quer?
_Estive falando com o meu contador e o pessoal dos recursos humanos da editora, combinamos de dar sua indenização, como se eu tivesse te despedido.
_O que? Não, eu não quero isso.
_ Por favor, Alice aceite, te aprecio muito e sei que precisará de uma base até que arranje um novo emprego.
Levei a mão a cabeça nervosa:
_ Venha até a editora, vamos conversar_ continuou este.
_ Sr. Alcântara, eu...
_ Alice como alguém que te viu crescer profissionalmente, deixe-me ajuda-la. _ sua voz soava tão vacilante.
As lembranças dos momentos em que ele me ajudara no trabalho foram brutais, ele era um bom homem, mas eu precisava me afastar de tudo relacionado àquela sociedade secreta.
_ Tudo bem, estou indo.
Peguei minha bolsa e pus meus sapatos, saindo rapidamente do apartamento. Meu sentido aranha tinia novamente, tentei ignorar, era só o Jorge, nada de mau aconteceria.
Estacionei o carro na frente da editora, ao entrar estranhei pois Joseane não estava na recepção e nem o restante trabalhando, entrei na sala de Jorge após uma batida:
_ Oh, eu sabia que era você. _ diz este forçando um sorriso.
_ Onde está a Jose e o pessoal? _ pergunto indo em direção a sua mesa.
Este se servia de um cheiroso café que trazia em uma garrafa térmica.
_ Hoje lhes dei folga, precisavam descansar_ apenas assenti com a cabeça_, você quer uma xicara? _ este sorri exibindo sua xicara cheia.
_ Sim, claro.
Ele serve este passando para mim:
_ Primeiramente_ diz este_ o Rodrigo dos Recursos Humanos disse que me traria os papéis em quinze minutos, mas acho que para ele quinze minutos são duas horas.
Ri, bebendo mais do café:
_ Ele sempre se atrasa, não é.
_ Algumas pessoas não mudam_ ele baixa os olhos tristemente.
Quando ia abrir minha boca para falar, sinto uma tontura, e a xicara cai de minhas mãos, eu já não as sentia. Olho para Jorge que permanecia imóvel, mas seu rosto estava triste:
_ Me desculpe Alice, ela ameaçou minha família, eu não posso permitir que ela faça mal a eles...
Tentei me levantar, mas minhas pernas já não respondiam, cai em um baque no chão, minha respiração começava a ficar dificultosa, tentei me arrastar, porém meus braços não se moviam, não havia dor nem nada apenas um estranho frio em minha barriga.
Foi quando vi a porta se abrir e meu desespero aumentou. Era Greta. Ela vestia um vestido vermelho grudado a seu corpo, ela se ajoelhou ao meu lado, olhando-me fixamente:
_ Coitadinha..._ passou a mão em meu rosto, tudo o que eu queria era ter forças para sair correndo, meu coração batia tão rápido e o medo me dominava, eu estava indefesa a mercê dela.
_ Isso é para você aprender a não mexer com o que é meu. _ ela sorri seu sorriso cínico, levantando-se._ Vamos acabar com o mal pela raiz. _ diz esta, saindo e sendo seguida por Jorge.
A porta bate com força. Minha visão começa a ficar turva, dois homens fortes entram na sala, eu queria gritar por socorro, mas quem me ouviria? Eles me erguem e logo tudo fica escuro ao meu redor... Seria este o meu fim?

Continua...
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E aí pessoal! Gostaria de saber o que estão achando da história? Enfadonha? Preferem romance adolescente?
Mesmo que não comentem, continuarei postando, essa história significa muito para mim, amei escrever e gosto de críticas também...

With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)Onde histórias criam vida. Descubra agora