Capítulo 4

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Sobre os dias que se passaram, não tive muito que dizer, terça-feira e quarta-feira voaram com a edição e envio da revista. Quinta-feira para nossa surpresa recebemos a notícia que a revista quebrou recorde de duas mil copias vendidas.

Sexta-feira chegou, eu estava esplendidamente feliz, seria meu último dia na R&R, fiz meu trabalho como de costume e entreguei a Rezende no fim da tarde. Este me parou antes de sair do escritório:

_ Espere._ ele levanta de sua mesa e caminha em minha direção dando- me um abraço_, não mal interprete este abraço._ disse este rindo timidamente.

_ Eu nunca faria isso.

_ Quero que saiba que fez um ótimo trabalho aqui e caso Teresa resolva se aposentar, eu adoraria que você voltasse.

Sorri em gratidão:

_ Não creio que aguentaria ficar sob o mesmo teto que o Sr. R.

_ Oh sim_ ele parece lembrar-se de algo_, vocês se matariam_ ele ri_ o estranho foi ele ter me pedido para você entrevista-lo.

Essa notícia me pegou de surpresa:

_ Como assim, ele pediu?

_ Ele me ligou naquela manhã e disse que aceitava dar-nos a entrevista com a condição de que você fosse à pessoa a entrevista-lo. Mas graças a isso tivemos uma das melhores edições do ano, acho que precisávamos de seu olhar crítico e feminista.

Eu corei com tal comentário. Essa noite, Cata e eu fomos a boate Real. Compramos cerveja e brindamos:
_A meu último dia na R&R enterprise!

_ E que essa experiência te abra muitas portas!_ completou Catarina.

Brindamos com as latinhas. Felipe apareceu timidamente no meio da multidão:

_ E aí..._ diz este aproximando- se e dando um beijo no rosto de Cata e logo em mim_, precisamos conversar_ disse este em meu ouvido.

Meu coração gelou por um instante:

_ Sim..._eu estava no automático novamente.

Fomos até uma área mais reservada, onde havia poucas pessoas e sofás decoravam o lugar.

_ Eu terminei com a Leila_ disse este me olhando fixamente.

Eu não conseguia dizer nada e isso não era bom:

_ Alice, eu gosto tanto de você, não consigo tira-la da minha cabeça.

_ Felipe, não vamos começar com essa conversa novamente.

_ Por favor, Alice, você poderia pelo menos pensar no assunto, sei que posso fazê-la mudar de ideia._ seus olhos estavam apreensivos e apertados, eu não gostava de vê-lo assim.

_ Eu vou pensar, mas não me pressione.

E ele sorri esperançoso. Nisso, vejo um homem alto de cabelo desalinhado, vestindo uma camisa azul e calça caqui parado a apenas alguns metros de mim com outro que ainda estava de terno e gravata. Minha boca ganhou vida novamente:

_ Sr. R?

Este virou para ver quem lhe falava, sua ruga na testa estava saliente e pareceu surpreso em me ver:

_ Srta. Almeida.

_ O que o senhor faz por aqui?

_ A trabalho e lazer. Este_ mostra o homem que o acompanha_, é mister Anderson, nosso investidor americano, eu o trouxe par ver a noite paulista.

With Eyes Wide Open (De Olhos Bem Abertos)Onde histórias criam vida. Descubra agora