Um dia, pedi para ir ao banheiro lá no curso, e a Isabel estava sentada numa cadeira no pátio. Não perdi a oportunidade e fui falar com ela.
- Oi, Isabel!
- Oi, Edu... E aí, você está bem?
- Estou, mas você pode fazer com que eu fique melhor ainda.
- Pode ter certeza que sim!
- Você já sabe como? - estranhei. Era tão óbvio assim que até ela já tinha percebido minha queda por você?
- Digamos que eu consigo pensar em algumas coisas que te deixariam se sentindo maravilhosamente bem...
- Eu sou tão óbvio assim?
- Na verdade, não... Você nunca demonstrou nada, mas é que eu já estou acostumada com essas coisas.
- Tem tanto cara assim dando em cima da Fernanda? Nossa... - me desesperei, né?
- Tu gosta da Fernanda?
- Sou louco por ela... Desde que a conheci, para ser sincero. Então, eu queria que você sondasse com ela se eu tenho chance... Eu gosto mesmo dela, não é putaria, não... Quero namorar com ela direitinho mesmo.
- Hum.
- E aí? Você vê com ela? Mas, assim, tu não diz que eu te pedi isso, não... Tu só sonda, sabe como é, né? É que eu tenho medo de ela me ver só como amigo mesmo. Nunca percebi nenhuma investida dela...
- Não vou dizer a ela. Mas, você também não diga! Se ela souber que eu sabia disso e não disse a ela, vai me odiar...
- Pode deixar... Vai ficar sendo um segredinho nosso!
- Me dá teu telefone que eu te ligo para te dizer.
Passei o meu número para ela e fiquei aguardando. Achei a Isabel meio esquerda em fazer esse favor para mim... Na época, eu pensei que isso era compreensível, né? Eu sou da idade dela, ela sabe muito bem o que caras da minha idade geralmente querem... E ela é sua prima mais velha e tal... Tem que cuidar mesmo! Mas, é como eu disse a ela, eu sou diferente. Não que eu seja santo, não sou nem faço questão de ser, só que eu me apaixonei por você, então é tudo diferente.
À noite, ela me ligou. Era tarde, eu já estava até dormindo, mas quando eu vi aquele número desconhecido, imaginei logo que fosse ela e despertei na mesma hora, ansioso.- E aí? - perguntei.
- Eu falei com ela... Você não vai gostar muito do que eu tenho para te dizer, não. Acho melhor deixar para lá.
- Não! Diga, pode dizer...
- Olha, eu sondei... Comecei a falar de você, que te achava bonito, simpático... Coisas do tipo.
- E ela?
- Só escutando. Aí, como ela não falava nada, eu perguntei o que ela achava de ti.
- O que foi que ela disse? - perguntei com pressa.
- Ela disse que você era mesmo muito simpático e que te acha bonitinho...
- BONITINHO??? Ela disse isso???
- Aham...
- Bonitinho é meu ovo!!! - Desculpa, mas "bonitinho"??? Isso lá é coisa que você diga? Eu preferiria que você tivesse dito que eu sou feio... Porra de bonitinho... - Sim, vai, continua... O que mais ela disse?
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E agora?
Genç KurguFernanda está na expectativa de ter uma vida nova ao começar o 3º ano do Ensino Médio, motivada por uma recém decepção amorosa com um rapaz que conheceu nas férias. Só que ela nem imagina o que está por vir... E se ela soubesse que o rapaz inventou...