DESENCONTROS

1- 12 de Janeiro de 2013

Essa é praticamente a quinta conversa que tenho com João Miguel sobre a La Moda. E ele simplesmente se recusa a aceitar que eu vá para Itália.

Não posso recusar essa chance de trabalhar para revista que o diretor chefe Lourenço Góes me ofereceu. É uma chance unica em minha vida. Não posso desperdiça-la.

Vejo-o passar as mãos em seu rosto, subindo por seus cabelos em um sinal de extrema impaciencia. Sinto vontade de tocá-lo, mas permaneço com as mãos sobre meus joelhos sem move-los.

- João tente entender.

Suplico para ele que continua sem mim olhar.

- Isso é ridículo!

Ele rí, mas percebo que suas feições não expressam humor algum.

- Você não pode simplesmente deixar para trás, tudo que construímos juntos.

Então foi minha fez de rir.

- Do jeito que você fala, até parece que somos casados e temos filhos.

Ele me olha sério.

- Esse era o proximo passo. Quero casar com você, Millah. Ter filhos, construir uma família, um futuro juntos.

João Miguel praticamente gritava para mim, como se fazendo aquilo, fosse colocar suas questões dentro de minha cabeça para enfim entende-lo.

Só que quem não estava entendendo era ele. João havia tecido um esquema de planos para nosso relacionamento. Como se fosse um jogo e tivessemos que passar de fases para enfim chegar em nosso felizes para sempre.

Confeso que no inicio achei super fofo. Todos aqueles planos, sempre saber qual seria o proximo itém de sua lista. Só que agora isso está me aterrorizando, por que eu simplesmente estava buscando minhas proprias metas, buscando meus proprios sonhos.

- Também quero construir um futuro. O meu futuro, João! Com os meus sonhos.

Também gritei para ele. Meu nariz ficando vermelho, meu corpo tomando um pouco de raiva. Não queria me estresar com João, mas estava sendo difícil.

João Miguel pousou sua mão sobre a minha, acariciando-a, respirava com calma.

- Eu posso fazer tudo isso por você. Posso te dar um futuro digno de ser vivido. Posso te fazer ter sonhos maravilhosos.

Fechei meus olhos com força. De todas as coisas que você poderia me dizer João. Essas eram as unicas palavras que eu não queria ouvir.

- Estou no ultimo ano da faculdade. Você sabe disso Millah, logo logo estarei formado e liderando a empresa de meu pai. Nós poderemos contruír esse sonho juntos. Vou te dar tudo que você quizer, e não vai mas precisar ir para Itália ...

Estava incrêdula com suas palavras. João sabia mesmo como acabar com tudo.

- ... Não precisára ir á lugar algum. Não vou deixar você trabalhar, você não precisára fazer isso.

Afastei minha mão de seu toque.

- Tudo se resume á você, não é mesmo? Você é igualzinho ao meu pai. Sempre impondo regras para mim, dizendo o que eu devo ou não fazer. Sempre tentando me enjaular, como se eu fosse alguma fera domavel.

Enxugo minhas lagrimas que começaram a molhar meu rosto. Lagrimas de decepção e indignação.

- Não quero nada seu, João Miguel. Não quero seus planos, seus sonhos e muito menos a merda do seu dinheiro.

Levanto-me para ir embora.

- Millah espera, ainda não terminei.

- Pois eu já. E agora, mas do que nunca, eu vou para Itália. Estou cansada de fazer tudo que meu pai quer, e nem a pau que eu vou fazer a mesma coisa com você.

Digo caminhando para fora de sua casa.

- Se você sair pela aquela porta, estará jogando nossa felicidade no lixo.

Paro subitamente. João recebe meu pior olhar.

- Vai se ferrar!

- Estou falando sério. Você estará trocando o nosso namoro por essa viagem estúpida.

- Eu também estou falando sério. Não vou ficar aqui seguindo suas regras.

Meus olhos começavam a ficar turvos por causa das lagrimas.

- Então é isso? Acabou?

Percebi a falha em sua voz e aquilo me roeu por dentro. Toda aquela discursão estava acabando comigo.
Balanço a cabeça possitivamente.

- Acho que sim.

- Você sabe que não precisa acabar assim.

João diz se aproximando, ergo minhas mãos para ele
impedindo-o.

- A unica coisa que eu sei João, é que eu não quero ficar aqui vivendo seus sonhos.

E tão logo quando cheguei, eu saí. Eu sabia o que João planejava. Como sempre quando brigavamos, ele me abraçava e me beijava, e eu deixava me perder em suas carícias. Mas hoje não. Tudo que eu queria, era que ele me entendesse e me apoiasse em meus planos.

Mas não foi exatamente isso que aconteceu.

***

Tem alguem aí???
Se tiver, sejam bem vindos aos meus pensamentos.
Aqui vocês iram se aventurar em muitos sentimentos. Iram se apaixonar, torcer e odiar - desculpa, mas essa ultima eu não posso evitar.

Espero de coração, que vocês fiquem por aqui me fazendo compania nessa jornada tão maravilhosa em minha vida.

Me deixem feliz, sabem como?
Se gostaram votem e comentem. Se não gostaram, votem e comentem também. Vou amar saber das opiniões de vocês, meus leitores. - desculpa, me enpolguei hahhaha.

É isso aí. Vou ficando por aqui, até a proxima postagem.

Beijos e cheiro no olho.