Run! Zombies In Area

XVI

Ela não falava muito comigo, não sabia nem se devia puxar assunto, eu já derrubei ela no chão com um tapa, sem ao menos conhece-lá seria bom conversar? Acho que sim devia conhecer ela, esquecer o que aconteceu com Leticia e pensar na gente como Norman disse, somos familia agora.

Contei pra ela sobre lá em cima no caminho mesmo e ela gostou da ideia queria ver logo, ai expliquei sobre Chandler ela diz também ter notado o mesmo, então pedi que se ele fosse conversar comigo ela nos deixasse a sós. Ela concordou e continuamos andando.

Achamos os dois na beira de um rio ali próximos, Jorge pescando e Chan treinando a mira, ambos em silencio.

-oi - chandler me olhou sem entender.

-oi - respondeu.

Juliana e Jorge também se cumprimentaram.

-podemos conversar Chan? - falei chegando mais perto.

Ele concordou fazendo uma cara desanimada talvez adivinhando o que eu queria falar, então peguei em seu braço e nos afastamos dali. Comecei falando dos quartos claro queria ver se ele estaria a vontade pra falar o que estava acontecendo.
Ele topou, falou que por ele tanto faz, então perguntei.

-Chan, esta tudo bem?

-Eloah, tu não pode contar pra ninguém, eu estou infectado. - ele fala e mostra onde foi mordido.

P.O.V Leticia

Enquanto Eloah e Juliana foram atrás dos meninos eu e Anne ficamos pra brincar mais um pouco. A gente começou a brincar de esconde-esconde, como não achei ela no andar que a gente tava fui procurar no andar de cima mas reparei que tinha mais escadas para baixo então decidi ir dar uma olhada lá em baixo. Era o estacionamento do hospital, como não tinha entrada pro subsolo pensei que o estacionamento era lá na rua mesmo, tinha alguns carros e a sala do segurança. Andando por ali reparei que a luz da sala do segurança tava acesa, me escondi atrás de um carro quando vi alguém saindo de lá, por um momento pensei que era Anne mas tava muito grande pra ser ela. Era um menino novo, alto e bonito. Não imaginei que teria alguém aqui, desde quando chegamos não vi nenhum movimento estranho e a noite não ouvíamos nenhum barulho. O menino tava falando com alguém só que não tinha ninguém do seu lado, estranhei, será que ele já tava na fase da alucinação? Porque eu juro que não vi ninguém com ele, só se tiver mais alguém dentro da sala.
Anne apareceu do nada correndo e reparei que o menino percebeu, ele correu pra dentro. Mandei Anne subir correndo em silêncio, peguei minha arma e fui até a sala.

- quem tá aí ? - gritei.

Ninguém respondeu. Gritei de novo e dessa vez o menino abriu a porta.

- quem é você ?

- quem é você ? - ele perguntou com um ar de mauzão.

- vai dar um de gostosão mesmo ? - falei já apontando a arma pra cabeça dele. Norman mandou a gente ficar atento com esses tipo de garoto.

- você deveria ter medo de mim. - ele falou.

- num apocalipse zumbi e você quer que eu tenha medo de você, sério isso? - quase dei na cara dele, sério, como poderia existir pessoas assim? Será que não reparou que estamos matando pessoas mortas?

Quando ele abriu a boca pra responder apareceu um velho atrás dele. Ele olhou pra mim e falou:

- moça, estamos aqui desde quando tudo isso aconteceu, eu sei que vocês acharam este lugar mas nós já estávamos aqui, por favor não faça nada.

- e como vieram parar aqui ? - perguntei.

- eu trabalhava nesse hospital e o meu neto me ajudava. - apontou pro "gostosão".

- eu não posso fazer nada por vocês mas se quiser me acompanhar até os outros chegar, tudo bem.

Ele concordou e junto com o neto foi andando até a escada. Subimos até o primeiro andar e tranquei eles dentro de um quarto, expliquei que teriam que ficar ali até Norman e Jorge chegar.

Fui falar com Bea sobre eles, ela achou errado eu ter chamado eles até porque não conhecíamos e não sabíamos do que eles eram capazes mas o velho já tava tão acabado que fiquei com dó. Só não tive dó do menino que se achou bom demais pro meu gosto, seria outro que eu não me daria bem nem um pouco.

**

Ainda em choque estava encarando Chandler, nao acredito que ele está infectado. Olhar aquela mordida em suas costas já estava horrível por sinal me deixou muito mal, mas ele não reclamava, ficava longe como iríamos adivinhar?

-Como isso aconteceu Chan? - perguntei chegando mais perto - Por que não nos contou nada?

-Eu não sabia o que fazer, aconteceu a alguns dias, não sei se reparou mas ando saindo bastante com o Jorge, em uma dessas saídas aconteceu, mas não foi culpa dele, eu me descuidei e enfim aconteceu - falou abaixando a cabeça.

-claro que reparei, todos perceberam que estava diferente, mas o que te impediu de nos contar? Porque só Jorge sabe? Como pode estar tão calmo assim?  - peguei em sua mão.

-eu vou morrer Eloah, não queria preocupar nem trazer problemas então Jorge e um cara legal e o que menos me conhece, pedi pra ele me matar quando chegar a hora, por isso saímos sempre, ele não teria dó e não me deixaria virar um deles. -vejo uma lagrima em seu olho.

-Ainda não consigo acreditar, meu Deus Chan, e como Norman vai.... -ele me interrompe.

- NAO, não conta nada pra ele ainda, só depois que eu morrer por favor - sua voz enfraqueceu e ele bambeou ate sentar numa pedra. Porque estava ficando mal justo agora?

-Chandler? Hey ? - me abaixei ao seu lado, sua voz já estava ficando fraca.

-Eloah não queria que você visse isso, me desculpa, vá embora por favor - ele falou soltando minha mão.

-não, não me deixa por favor, eu vou ficar com você ate ao final. A gente e uma família - comecei chorar.

-então você vai ter que faze-lo, estou sentindo que estou morrendo, se afaste depois me mate. Não tenha medo, nem culpa você e a pessoa mais doce e boa que conheço, não vou negar gosto muito de você, se não amasse tanto Leticia juro tentaria uma chance - ele riu fraco- mas não se preocupe onde eu estiver vou cuidar de você, agora sai.

Me levantei, em silencio, chorando e peguei a arma, ele fechou os olhos e de repente começou a se torcer de dor, eu fiquei paralisada. Apenas olhando, sua boca jogava sangue, ele parecia engasgado, sei que ele estava pior por eu estar vendo tudo mas que culpa tinha ele, eu escolhi ficar, então ele ficou em silêncio e parado, me aproximei senti seu pulso, e o resultado n era outro, ele morreu.

Não esperei que voltasse e dei o tiro.