XVIII

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P.O.V Leticia

Ficamos ali na cozinha comendo e conversando. Terminei e fui colocar meu prato na pia, já que o assunto nem tava legal sai sem ninguém perceber e fui pro quarto. Eu não tava me sentindo bem mas preferi nem comentar com o pessoal, deitei na cama e fiquei quieta, acabei cochilando. Acordei com algumas batidas na porta, pensei que era Eloah mas não poderia ser porque deixei a porta aberta então ela entraria sem bater então fui ver quem era. Abri a porta e vi um pequeno ser querendo entrar, era Anne.

- oii.

- não to legal Leh - peguei ela no coloco e coloquei ela na minha cama.

- o que aconteceu? - já tava ficando preocupada.

- muita dor na barriga.

- então vamos deitar aí eu faço uma massagem, pode ser?

- pode.

Deitei com ela e comecei a passar a mão na barriga dela, não deu dez minutos e ela já tava dormindo, aproveitei pra dormir também.

Acordei chorando, por algum motivo me sentia triste, essa vida não tá dando pra mim. Olhei pro lado e já tava amanhecendo e na cama só tava a Anne, levantei e fui lavar o rosto.

Anne é a melhor criança que eu já vi no mundo, eu já amava muito ela e ela me dá motivos pra sorrir todos os dias. Como Bea andava muito cansada por sempre estar cuidando das coisas eu me sentia no direito de ficar com a Anne durante a noite, até porque essa menina não para quieto nem dormindo.

Sai do banheiro e olhei pra cama, eu estava ficando muito preguiçosa então voltei pra cama. Senti falta da Eloah mas tenho certeza que ela não quis acordar eu e Anne então deve ter ido dormir no outro quarto. Com muita dificuldade levantei e fui lá fora, ninguém tava acordado então fui pro estacionamento, estava procurando um carro com chave, será que é fácil achar aqui? Fui de carro em carro procurando. Achei um Jetta branco, tava novo e limpo, achei a chave jogada do lado dele, provavelmente alguém tentou fugir e não conseguiu. Entrei, liguei o carro e fui dar uma volta. Fui até a cidade ali perto, parei num posto e abasteci, fui até no mercado que tava vazio e entrei pra ver o que tinha sobrado, a fome já tava forte. Por algum motivo eu queria ficar longe de tudo e todos.

Peguei algumas coisas no mercado e coloquei no carro, fui até um lugar isolado e fiquei dentro do carro, tranquei as portas e coloquei um CD pra relaxar. Fiquei lá, não queria assustar ninguém com o meu sumiço.

***


Por Anne ter dormido com Leticia eu fui dormir em outro quarto, achei que não haveria problema deixar elas dormirem lá.
Acordei no outro dia, e fui pro quarto, Anne estava sozinha, dei um beijo em seu rostinho e ela acordou.

-oi meu anjo cadê a Leticia? - perguntei.

-ela ta aq.. - ela foi por a mão atrás achando que ia segurar nela mas Leticia não estava lá - eu não sei, não vi onde ela foi.

Ela já levantou preocupada, me puxando pra ir procura-la.
Eu não queria que ela ficasse triste então disse que deixasse que eu ia achar ela.

Sai do quarto, e fui pra cozinha, Bea não a viu, Norman não a viu, nem Juliana ninguém mesmo, onde ela foi se enfiar? Estou ficando preocupada. Subi ate no terraço a procurando e desci no estacionamento, não sei dizer se ela veio aqui, eu nunca nem entrei aqui, será que ela pegou um carro? Ou esta andando lá fora? Por que ela não me avisou nada? Meu Deus Leticia o que você fez?

O pior e que eu nem sei por que disso.
Ela estava tão bem e do nada sumiu, me sinto mal por isso, será que eu não percebi que tinha algo errado? Não devia ter deixado ela voltar sozinha pro quarto.
Me sinto culpada por tudo isso, mas não sei nem o por que de estar assim, só quero encontra-la.

Sentei no terraço e fiquei la de cima olhando em volta mas não via muito por conta das árvores dos lados do hospital, ouço passos atrás de mim.

- oi? - era Alec.

- oi, o que está fazendo aqui? - perguntei.

-nada, é que eu sempre vinha aqui quando ficava com meu avô sabe, ele tinha muitos pacientes não tinha tempo pra mim então eu subia aqui ver tudo de cima, me sentir o dono do mundo quando abaixo de mim tantos problemas pessoas doentes passavam, eu me sentia forte achava que nada disso me atingiria, entende? - ele riu - foi mal não sabia que estava aqui.

-ta tudo bem, senta ai - bati a mão na mureta ao meu lado - mas porque passava tanto tempo com seu avô ?

- desde pequeno moro com ele, na verdade era meu avô e avó mas ela faleceu, então só morava com ele mesmo, eu saia da escola e vinha pra ca.

-entendi.

-você faz o que aqui? - ele perguntou - cadê a menina que sempre está com vc? Ela não gostou muito de mim acho que fui grosso com ela.

- eu só estou pensando, ela não sei, sumiu e eu to muito preocupada.
É realmente você foi idiota falando daquele jeito.

- será que devo desculpas?

- certeza, mas agora não adianta, ela sumiu, não to encontrando ela em lugar algum.

- quando eu fui buscar as coisas do meu avô no estacionamento estava faltando um carro, você acha que ela pode ter saido sem avisar? - ele me encarou.

- falando bem a verdade ? Eu não sei, mas só pode ser ne, só queria entender por que ela fez isso.
Foram raras as vezes que ela me falou sobre os sentimentos dela sabe, eu não sei dizer se ela estava bem, se tinha algo errado por que ela não falava. Só sabia o que ela demonstrava e me sinto horrível por não perceber que tinha algo acontecendo.

- nossa, não sei o que dizer pra você, eu não a conheço como você então só te digo pra dar um tempo pra ela, ela vai voltar.

- é eu espero que sim.

Ele me deu um abraço de lado tipo só como um "espero ter ajudado" ou talvez "conta comigo?" não sei mas agradeci.

Run! Zombies In AreaOnde histórias criam vida. Descubra agora