IX

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P.V.O Leticia

Enquanto Eloah foi com Norman procurar pneu eu fiquei pra tentar resolver o que aconteceu entre eu e a Juliana. Chamei ela pra conversar.

- Então, eu não sei o que tu tava pensando quando fez aquilo ...

- É que desde quando os nossos grupos se juntaram você tenta puxar conversa comigo, eu pensei que você gostava de mim. - ela falou super sem graça.

- Claro que gosto de você, você parece ser uma pessoa boa, eu só não gosto do jeito que você tava pensando. - já nem sabia o que falar.

- É que ... depois de tudo que aconteceu eu nem sei o que to fazendo aqui ainda. - ela começou a chorar e eu nem tava entendendo o porque.

- Explica pra mim o que aconteceu. - pedi.

- Ah! Deixa isso quieto, não foi nada. - ela virou pra mim e me olhou de um jeito desesperado.

Meio sem jeito abracei ela.
Sério, não entendo essa Juliana, sei que precisa de ajuda mas ela não conversa com ninguém. Isso tudo deve estar assustando muito ela.

Depois da nossa conversa fui brincar com Anne, ela tava muito quieta e isso tava estranho demais. Bem na hora que ela me perguntou se podia fazer uma pergunta Bea nos chamou para almoçar, pedi pra ela perguntar depois do almoço.

Chandler e Jorge assim que terminaram de almoçar saíram, mas avisaram que logo eles estariam de volta. Juliana e Anne ficaram procurando papéis e lápis pra desenhar. Eu e Bea fomos limpar a bagunça que o povo fez.
Assim que terminamos decidimos nos juntar com as meninas. Logo depois Norman e Eloah chegaram.

Eloah já foi entrando e falando oi pra mim. Norman já entrou falando sobre o carro que achou e já foi trocar o pneu. Quando ele terminou de trocar o pneu Chandler e Jorge já tinham voltado. Chandler ficou babando no carro que Norman trouxe, até parece que nunca viu um carro.

Então decidimos que iria Jorge dirigindo o trailer e Norman o carro. No trailer ficou eu, Bea, Anne e Juliana, no carro Eloah e Chandler.
Estranhei Eloah pedir pra ir no carro junto com o Norman e o Chandler, mas nem comentei nada.

Eloah tava estranha mas depois de tudo que aconteceu eu não estranho esse jeito diferente dela. Ela poderia conversar mais comigo mas não, ela sempre procura Norman pra conversar. Eu confesso que esse velho tá me deixando com muito ciúmes. Vou aproveitar essa pequena distância entre a gente pra conhecer mais a Juliana. Ela precisa de mim e eu sinto que preciso dela.

Paramos em Houston, Texas. Norman tava cansado e Jorge também, então decidiram parar e procurar uma casa vazia pra todos poderem descansar. Achamos uma casa, não estava muito destruída por dentro e não tinha zumbis, entramos e trancamos todas as portas e janelas. A casa era pequena, tinha apenas dois quartos então Norman e Jorge ficaram na sala. Chandler de tanto insistir ficou no mesmo quarto que Eloah e eu, no outro ficou a pequena Anne, a Bea e a Juliana.

Queria tanto terminar o que começou na sorveteria mas com Chandler no mesmo quarto seria impossível, ate estranhei ele ainda não ter pedido pra dormir no meio de nós duas. Deitei na cama e fiquei olhando pro teto, Eloah parecia incomodada então decidi olhar pra ela, ela também estava olhando pra mim.

- O que tá acontecendo senhorita Eloah ? - perguntei curiosa.

- Nada, porque ? - ela respondeu.

- Você parece incomodada, quer falar ou pedir algo ? - tava torcendo pra ela falar logo, não gosto de ver ela assim.

- Não, só tava pensando em algumas coisas. Vou tentar dormir. - ela virou pro outro lado.

- Posso te pedir uma coisa ? - ela virou pra mim, e o olhar dela era de surpresa.

- Claro. - respondeu no mesmo segundo.

- Posso te abraçar ? - perguntei morrendo de vergonha.

- Pode. - ela respondeu meio confusa.

Abracei ela com tanta força, poderia ficar nessa posição a noite toda. Talvez hoje eu dormiria mais tranquila com ela do meu lado. Eu não sei explicar o que sinto por ela, é algo muito forte, só que tem algo atrapalhando. E eu preciso contar pra ela sobre o que aconteceu, isso tá me deixando louca. Tudo que acontece eu conto pra ela mas dessa vez eu tenho medo, não sei como ela vai reagir, a gente pode até se afastar. Comecei a pensar tanto nisso que até peguei no sono.

Acordei e já tava claro. Eloah já não tava na cama e Chandler não tava mais no quarto, então levantei e fui no banheiro. A casa estava num silêncio que até dava medo. Fui no outro quarto ver se tinha alguém lá e a porta tava meio aberta e tinha gente conversando, sei que é feio mais fiquei lá tentando ouvir a conversa. Era a Anne e a Eloah.

- Eloah, uma mulher pode beijar outra mulher ? - Anne tava falando muito baixo, quase não dava pra ouvir.

- Onde tu viu isso Anne ? - Eloah perguntou sem jeito.

- É que ... não posso falar. - Anne tava escondendo algo e eu tava começando a ficar com medo da continuidade da conversa.

- Porque ? Pode falar pra m... - na hora que a Eloah tava falando eu entrei e ela parou de falar. Eu tive que interromper aquela conversa.

- Bom dia! - entrei toda sorridente mesmo estando nervosa.

- Quase boa tarde né dona Leticia. - Eloah respondeu rindo.

- Bom dia Leeeh! - a pequena respondeu correndo pra me abraçar.

- Cadê o resto do povo? - perguntei pra Eloah.

- Estão lá em baixo, provavelmente daqui a pouco a gente sai pra continuar a "viagem" sem rumo. - Eloah já tava descendo a escada.

Desci junto com a Anne. Norman já tava dentro do carro e a Bea tava terminando de guardar as comidas, isso que dá acordar tarde, acaba ficando sem tempo pra comer. Fui perto da Bea e pedi um pedaço de pão, tava morrendo de fome, não iria aguentar até meio dia, ela me deu e a gente foi entrando no trailer.

Eu quase não conversava com o Jorge mas hoje perguntei se poderia ir na frente com ele, com um sorriso enorme no rosto Jorge disse que eu não precisava nem pedir. Jorge perguntou se faltava alguém e Bea falou que não então ele ligou o trailer e entrou na estrada, fui o caminho todo perguntando coisas sobre a vida dele e descobri que ele tinha um filho de 19 anos e uma filha de 16 anos, descobri que ele é divorciado e que só o filho morava com ele. A gente tava tendo um papo legal quando do nada começou a aparecer um monte de zumbis saindo da floresta. Jorge parou o trailer e deu sinal de luz pra Norman que estava na frente. Ou a gente saia dali logo ou em menos de 30 minutos a gente estaria sendo devorados por zumbis. Na estrada não dava pra continuar porque tinha uma manada de zumbis vindo em nossa direção, o único jeito era voltar e pegar outro caminho. Jorge deu ré até achar uma estrada de chão, a gente teria que ir por lá até achar outra saída pra estrada. Norman estava bem atrás de nós. Por sorte a estrada de chão tava vazia, não tinha nenhum zumbi e não parecia longa. Andamos mais de meia hora na estrada de chão até pegar a estrada novamente, acho que a gente deu uma grande volta.

Run! Zombies In AreaOnde histórias criam vida. Descubra agora