Capítulo 2

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__ Ângela...Ângela.... – Ouvi uma voz aflita, em pânico. __ Estas bem?...Diz algo...vá lá.

Eu pisquei os olhos varias vezes tentando  focar a imagem que estava perante mim. O rosto de Raquel rapidamente surgiu , o que aproveitei para estender a mão para que me ajudasse a levantar. Na mesma hora solto um gemido profundo com a dor que me ataca de novo.

__ Não ...não te levantes...podes ter algo partido. – Ouvi a Ana do outro lado.

__ Eu estou bem...só um pouco dolorida.  – Eu voltei a gemer quando me endireitei. __ E vocês? – Eu olhei ao redor para verificar se estavam todas bem. __ A Fátima?

__ Estou aqui... estou bem. – Ela apareceu no meu campo de visão com dois homens altos e entroncados, o que me fez franzir o sobrolho .

__ Chamaram ajuda? - As encarei com  surpresa.

__ Não! Quem chamou foi o dono do bar. - Ana explicou. __ Ele reparou que nos seguiram quando saímos.

__ Alexandre e o Vasco apareceram na hora certa. – Fátima apontou para os dois homens.

__ Bom...na altura certa para nós. -Raquel mordeu o lábio. __  Não sabíamos onde estavas se não ouvíssemos o grito. Aquele babaca te  levou  para longe de nós.

Fiquei em silêncio um momento pensando que provavelmente afastou-se porque queria mostrar o que ele realmente era. Um Vampiro.
Respiro fundo, nunca poderia dizer isso a ninguém, não iriam acreditar em mim. Vampiros não existiam...isso era o que sempre tinha pensado.
O homem mais alto aproximou se rapidamente, me analisando com uma expressão estranha, seria , me fitando  intensamente. Ele tinha lindos olhos azuis e  começava a incomodar com aquele olhar enigmático e hipnotizante.

__ Então...conseguiram apanha-los? – Perguntei baixando meu olhar, fingindo uma certa preocupação pelo estado sujo do vestido, me afastando um pouco dele.

__ Estás a sangrar. – Ele disse com uma voz sombria, forte, indiferente.

Olhei para o meu braço,um grande corte estava visivel, manchando a minha pele , com uma cor carmesim.

__ Não tem importância, é só um arranhão.- sorri timidamente quando o outro homem se coloca do seu lado, me olhando  com uma expressão curiosa.

As meninas correram para mim e logo me verificaram o braço e o resto do corpo. Eu apertei os lábios em fúria quando elas começaram a levantar o vestido ali mesmo.

__ MENINAS! - Gritei. Elas pularam com o susto. __ O que pensam que estão a fazer? – Olhei de lado para os dois homens que ali estavam ainda e depois novamente para elas. __ Não estamos em casa!!!!

__ Oh, desculpa mas temos que nos certificar que estás mesmo bem!

__Eu estou bem! Já disse duas vezes. Só quero ir para casa. – Comecei a andar e mordi o lábio para engolir um gemido de dor que insistia em latejar  na minha anca. Devia ter um hematoma ali e dos grandes. O homem alto bloqueou a passagem e estendeu a mão.

__ Sou Alexandre! - Apontou para  seu acompanhante. __ Este é  Vasco. Será melhor  que a acompanhemos a casa!

__ Nem pensar, obrigado...na mesma. – Eu sorri-lhe forçadamente, me virando de imediato para as meninas.__ Elas acompanham – me e já agora.... - Encarei-as com um sorriso irónico. __  Esta saída valeu por todas as outras que vocês planeavam. Não vou precisar de mais emoções fortes por muito tempo.

__ Idiota! - Raquel soltou a palavra  junto  com uma risada. __ Só mesmo tu para dizer piadas numa  situação como esta.

__ Quem disse que é piada?  – Esboço um sorriso firme, encarando cautelosamente os dois estranhos que não deixavam de nos observar. __ Obrigado por tudo, ficaremos bem.

Saí em passo apressado para chegar a casa o mais rápido que fosse possível. Ana, Fátima e Raquel agradeceram também e seguiram me, entrando no taxi que eu rapidamente forcei a parar quando o vi ao longe, me colocando mesmo no meio da estrada. Meu  coração palpitava com rapidez , com um olhar  subtil de lado  observei que um dos homens não parava de me  fitar intensamente. Meu sangue gelou, não sabia porque, mas um alerta disparou por todo o meu ser.

Livro 2- Reclamada Por DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora