Capítulo 31

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Quando entrámos em casa, Alexandre não estava na sala nos esperando como habitualmente, tinhamos demorado meia hora a chegar da cidade, tempo suficiente para ele nos receber entretanto, seus poderes tinham essa vantagem. Teria acontecido algo naquele beco sujo e escuro depois de sairmos ? Ele estava bastante ferido , muito sangue tinha perdido nas feridas  feitas pelas garras  afiadas daqueles dois lobisomens. Encaro Vasco completamente apreensiva.

__ Vasco...estou preocupada... Alexandre  ... onde estará... neste momento?

__  Ele está aqui... no quarto. - Vasco sorriu alisando meu rosto com sua mão quente , beijando meus labios castamente. __ Ele sabe se cuidar !

Completamente abismada  por sua calma , corro para o quarto de Alexandre, Vasco me segue em passos largos , mas quando abro a porta meu coração pára por um segundo. Alexandre estava somente de jeans, em seu  torax vários arranhões surgiam, agora limpos mas ainda não completamente curados. Ele parecia mais pálido do que o normal e com febre. Vasco entra  parando perto da cabeceira de seu irmão como se não estivesse à espera de o ver debilitado, sua calma rapidamente acabou se desvanescendo dando lugar a uma preocupação latente.

__ Porque não te alimentaste?

__ Porque não consegui.- Alexandre desvia seus olhos de mim , propositadamente encarando seu irmão.__ Sem problema , eu fico bem!

__ Não , não ficas , precisas de sangue ...

Vasco rosna  uma maldição, alisando seu cabelo para trás me olhando .  Os encaro mais preocupada ainda , quando Vasco fica assim  é porque não está tudo bem, ele conhecia Alexandre melhor que ninguem, um aperto se dá em meu peito.

__ O que se passa ?

__ Nada...eu fico bem, só preciso descansar!

Alexandre me olha , parecia que queria dizer algo, mas logo baixa seu olhar para meu ventre e suspira fechando os olhos . Me aproximo rapidamente segurando seu rosto .

__ Podes beber de mim !

__ NÃO... nem pensar. - Alexandre grunhe as palavras me olhando de novo com raiva , agarrando meus pulsos com força me afastando  rapidamente quando seu olhar recai na veia pulsante do meu pescoço.__ Vasco... chama Cassandra , vê se ela pode vir... e tira  Angela do meu quarto.

__ O quê?Lá por estares zangado não precisas agir como se eu tivesse uma maldita doença!!!- Encaro-o completamente abismada pela forma como ele me tratava. Me levanto da beirada da cama num pulo , olhando Vasco com frieza.__  Não precisas de me tirar daqui, eu saio sozinha.

__ Angela...espera ...deixa me explicar...

Vasco me seguia um pouco perturbado com toda a situação, mas eu não queria ouvir nada naquele momento, seguia pelo corredor que dava a cozinha quando a campainha da porta soa com uma intensidade assustadora. Batidas na porta se seguiam como se alguem estivesse desesperado. Parei abruptamente, Vasco sombrio segue para abrir a porta em passos largos já com o celular , dando de caras com uma moça  muito bonita  quando abre a porta . Assustada ela  entra de rompante com um homem robusto , atraente logo atrás dela.

__ Onde está ele?

__ No quarto!

Vasco responde de imediato quando a surpresa que se refletiu em seu rosto rapidamente passou para alívio  ao ver aquele casal. Eles passaram por mim, acenando rapidamente em respeito , mas a preocupação em seus rostos não não permitiu uma troca de  cumprimentos mais amigaveis. Vasco os leva rapidamente ao quarto de Alexandre, meus pés  me levaram tambem, apesar de ficar na beirada da porta olhando.

__ Quem seria a moça ? Como sabia que Alexandre estava ferido? E porque se preocupava tanto com ele?

Meu coração palpitou mais forte quando ela se sentou na cama onde antes eu tinha estado. Ela alisou o cabelo de Alexandre com um carinho real, fiquei sem ar nessa hora. Meu corpo congelou ,  ele abrira os olhos e sorria ao ver seu rosto, quando a mim ele somente tinha rejeitado, eu...que ele dizia ser sua companheira. Levo a mão ao meu coração quando a dor me atinge ao  vê-la levar seu pulso á boca dele. Sua hesitação não se deu por ele me ter visto na porta , apesar de me ter encarado frustrado  por uns segundos. Não, sua hesitação se deveu ao fato do homem se sentar por detrás da moça , a abraçando pela cintura. Por momentos ele simplesmente o olhou mas quando o homem acenou com a cabeça Alexandre mordeu a carne e sugou o sangue de outra mulher.

 Precisava de  sair dali, precisava de estar longe , mas agora não tinha forças para avançar mais do que meu quarto. Reprimindo o choro por saber que Alexandre e Vasco sentiam todas as minhas emoçoes sigo para o banheiro. Ligo a agua morna do chuveiro , deixo-a  correr enquanto me sento na box deixando minhas lágrimas  se misturarem com as gotas  que caíam sobre meu rosto. Eu não queria perder Alexandre,não podia perde-lo... nem para a morte  ... nem para outra mulher.

Livro 2- Reclamada Por DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora