Livro 2- Reclamada Por Dois

Capítulo 37

A casa estava muito silenciosa. Olhei ao redor, sabia que Vasco tinha assuntos a tratar pela manha , mas depois de me terem trazido o almoço, pensava que ambos estavam por casa. Provavelmente Vasco voltara a sair , mas Alexandre costumava sair só ao entardecer e me vinha ver sempre antes de ir. Meus enjoos pararam durante algumas horas e a fome intensificou-se, o lanche que tinha tomado parecia mais um almoço e jantar juntos. Meu bébé devia ser bipolar, uma hora estava de bem com a comida outra hora de mal. Sondando cada comodo , me aproximei em silencio quando verifiquei a porta entreaberta do escritório. O entardecer tinha chegado mais rapido do que pensara , fechada naquele quarto , cochilava muitas vezes ainda mais com meu estomago pedindo para que eu estivesse quieta . Abri a porta e parei na entrada.

__ Desculpa Alexandre! Não sabia que estavas acompanhado. - Sorri timidamente para o homem atraente sentado na poltrona com uma postura relaxada, me olhando com curiosidade.

__ Tudo bem, entra. - Ele levantou-se da secretaria de imediato, me abraçando e beijando carinhosamente.

__ Eu posso voltar depois.- Ruborizei com seu ato apaixonado perante aquele estranho, ele me fitava intensamente .

__ Kolson! Apresento-te a nossa companheira, Ângela. -Alexandre com naturalidade me apresenta, se sentando numa outra poltrona livre, me puxando para seu colo com uma dominação que me deixava sem folego..

__ Muito prazer. - O homem inalou profundamente com um meio sorriso.

__ O... prazer... é meu. - Respondi cautelosa. Não sabia explicar como, mas percebia que ele era um Vampiro.

__ Humana? - Ele olhou para Alexandre. __ O odor é um pouco diferente, mas é humana, não é?

__ Sim. - Alexandre disse cortando de imediato a curiosidade do homem ali presente. __ Mas agora quanto ao nosso assunto. Já tivemos duas queixas este ano de que vampiros andam no território dos lobos. Pensei que no ano passado tínhamos feito um acordo.

__ E fizemos, sempre cumpro a minha palavra. Apesar de não gostar dos lobos, respeito o acordo. Se virem alguns da minha casa no território deles eu próprio tratarei do assunto pelas minhas mãos. - Ele disse bruscamente. __ Mas o meu co-regente me garantiu que não são nossos.

__ Acredito em ti. Mas ouvi uns rumores de problemas na tua casa. Tens a certeza que não tens ninguém que te queira desafiar.

__ Esses assuntos são internos, não tem nada a ver com os lobos. - Ele levantou a sobrancelha encarando Alexandre um pouco surpreso.

__ Achas que não podem usar esta situação para te colocar em problemas connosco. - Perguntou Alexandre friamente.

Olson ficou pensativo, ele era o Mestre da sua Casa há um século, no caminho houve sempre alguém que o desafiou pela liderança, mas traidores na casa, nunca ponderou o caso. Ultimamente ele tinha andado com desconfianças em relação a coisas que se passavam nos negócios,alguns renegados a sabotarem certas situações em que o Clã planeava umas investidas de capital, mas não havia provas em concreto. Ele se levantou lentamente, meteu as mãos no bolso casualmente.

__ Prometo que vou estar atento. - Sorriu para Ângela, acenou para Alexandre e dirigiu-se para a saída. __ Tanto nos lobos como na minha Casa. Falaremos em breve.

__ Agradeço-te Olson. - Alexandre soava autoritário. __ Se não teremos que nos meter.

__ Não permitirei isso, sabes bem. - Olson de imediato se virou bruscamente. __Cuidarei diss, não precisas de me acompanhar, eu saio sozinho.

Alexandre acenou a cabeça com um sorriso sem graça, observando a postura de Olson saindo em passos largos. Ele sabia que lhe tinha colocado alguma desconfiança na sua mente, ele estaria mais alerta no seu Clã, uma vantagem para apanhar quem quer que fosse que estaria tentando provocar uma guerra sangrenta e interminavel entre vampiros e lobos.