Livro 2- Reclamada Por Dois

Capítulo 43

No momento em que Cassandra entra no salão Vasco e Alexandre sabem que algo aconteceu, por alguns segundos  seus olhares seguem por cima do ombro da femea de Ulisses, que em passos largos com seu filho nos braços , expressava uma postura de alarme. Não havia sinal de Angela , o que o fez franzir o sobrolho. Vasco analisa  o local, mesmo no meio da multidão sua companheira se destacava com a beleza de sua barriguinha volumosa. Mas estranhamente não havia sinal dela, ele inspira profundamente ,mesmo com tantos lobos e lobas  no lugar, o perfume de Angela era inconfundivel para ele. Alexandre coloca uma postura de alerta no momento que  não sente a presença de Angela naquele lugar, seus sentidos se estendem até fora do salão e nada.  Correndo em direção a Cassandra ele  é bloqueado por Estevão que na hora se coloca entre ele e sua Alpha. Vasco rosna em advertencia quando  Ulisses surge de repente ordenando que se afastasse.

__ Alexandre e Vasco são amigos , de confiança, - Ulisses observa sua companheira , preocupado envolve seus braços na sua cintura segurando   as mãos dela  que tremiam ao segurar seu filho. __ Que se passa meu amor?

__ Angela se ofereceu para vir aqui e pegar o pó de talco  ... - Cassandra olha para Alexandre, seu nervosismo era latente. __ Não voltou ainda , faz tempo demais ...e ... 

Cassandra olha seu guarda costas , a voz falhando por momentos .

__ Lá fora ...há vestigios de sangue , um odor muito fraco mas que persiste a um metro daqui da entrada.

Estevão ainda falava quando Alexandre desaparecia do lugar, seu irmão Vasco corre tambem para fora , quase arrancando a porta quando sua transformação se faz parcial. Suas garras eram enormes, suas presas ainda mais. Com seu olhar lupino ele segue o rastro de sua femea, seu odor estava ali, ele conseguia cheira-lo, até onde  seu irmão estava.  Alexandre simplesmente congelou na curva do alpendre,  parado , olhando o chão.

__ Diz-me que sabes onde ela está?

 Alexandre estava com seus olhos negros se destacando de sua pele pálida demais, suas presas alongavam-se ainda mais que o normal e Vasco sabia que  sua companheira estava em perigo.

__ Sangue...- ele se ajoelha , passando o dedo no chão de madeira , a gota carmesim estava o esperando para que seu peito se rasgasse com a dor de saber que Angela tinha sido atacada.__ Ele a levou...um  maldito  lobo a levou Vasco.

__ QUEM? EU MATO O  BASTARDO!!!- - Seus olhos marejados de lágrimas ameaçavam mostrar a todo o mundo que  os seguiram depois do alerta de Ulisses que  sua dor era imensa para suportar a perda de sua companheira, ele olha ao redor tentando apanhar algum tipo de sinal dela , mas nada .__  Me diz que consegues chegar até ela.

__ Não sinto nada ... - Alexandre encara seu irmão derrotado, a dor latente na sua expressão deformada com a dor o arrebatando.__ Só pode estar inconsciente para não sentir nem uma emoção.

Ele não queria acreditar em algo pior , havia o odor de um homem lobo ali junto com o sangue , mas algo mais. Uma energia que ele á tinha sentido uma vez, ténue , mas  que fazia seu sangue ferver de raiva .

__ Meus homens  vão procurar por toda a floresta , eu proprio irei  rastrear quem foi o maldito que ousou invadir meu territorio . - Ulisses rosna as palavras, Cassandra chorava  deixando seu filho aos cuidados de Bernardo seu beta,  e Liliana sua fiel amiga . 

__ Eu também vou...- Cassandra deu um olhar fulminante quando Ulisses a encarou com sua postura autoritária para falar algo. __ Não me convences do  contrario , junior ficará bem. Angela está muito perto de dar a luz, se foi ...atacada ... - sua voz falha um tom  com o soluço de seu pranto. __ Isso pode provocar o nascimento em segundos ...

A expressão de Vasco foi a mesma de Alexandre, ambos encaravam Cassandra com o misto de pãnico e apreensão, com que condiçoes ela estaria para dar a luz seus filhos. Sem perder mais tempo ele pega no celular. 

__ Nicholas preciso que me ajudes...minha companheira ... - A voz de Alexandre falha , ele engole em seco, ficando em silencio por segundos com o celular no ouvido. 

__ Alexandre , me diz onde estás..estarei aí num minuto. - Depois de algumas indicações , um vampiro entroncado, de cabelo escuro e expressão indecifravel apareceu se materializando  quase do lado dele.__ O que aconteceu?

Sua voz era firme , ainda que olhasse para tantos lobos ao seu redor. Não os conhecia , mas confiava sua vida a Alexandre.

__ Minha companheira desapareceu, um lobo... mas algo mais...é  familiar mas não consigo perceber de quem.

Vasco avança , tentando perceber tambem qual o odor do lobo que teria que matar. Ele pega no celular chamando dois grandes amigos que viviam fora da cidade e fora das leis das Matilhas. Rafael e seu irmão Marcus iriam procurar nos arredores  ,em florestas  escondidas num raio de 50 km dali e se encontrasse sua companheira ele esperaria por ele para que a justiça fosse feita em suas presas.

 Nicholas em silencio analisa o sangue e todo o percurso que Angela teria feito do escritório ao salão, se concentrando no odor que  começava a se tornar conhecido. Sua expressão de alarme num rosto que raramente era expressivo, fez Alexandre fechar os punhos em colera e dor.

__ Não... não me digas que  é esse bastardo?

Com seu olhar negro o encarando, Nicholas respondeu aquela pergunta sem ter que proferir uma palavra .Nicholas acabara de se transformar, a resposta que Alexandre não queria ter  chegava com suas presas sobressaindo de seu lábio. O maldito renegado que fugira estava ali para se vingar dele, atraves de sua femea , o que não percebia era a participação de um lobo naquele ataque, mas isso no momento não importava . Sem mais demoras uma caça ao homem começa, lobos se espalham por todo o lado depois de captar o odor que deveriam seguir, sua companheira  Angela.

Nicholas tinha aquilo que eles necessitavam para começar, alguns vampiros companheiros de ambos  verificavam todos os passos daquela energia tenua que se afastava da cidade ,enquanto os lobos seguiam na caça do lobo que acabaria morto depois daquela traição. Vasco e Alexandre não falavam entre eles, seus olhares eram mais que suficientes, ambos não tinham palavras no momento a dor os impedia de dizer algo, mas uma coisa era certa, nenhum dos dois deixaria a respirar aqueles que ousaram tocar em sua femea e em  seus filhos por nascer.