Capítulo 40

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Estava inerte  há quase meia hora olhando aquela coisa de 2 metros na minha frente. Não tinha palavras naquele momento para declarar  e nem mesmo sabia como reagir perante tal visão. Balançando a cabeça simplesmente olho Vasco que esboçava um sorriso orgulhoso.

__ Vasco não achas que isso já é demais ?

__ O quê? - Vasco olha inocentemente o enorme urso de pelucia que se unia ao monte que ele já tinha começado a comprar. __ Achei bastante fascinante, aposto que nossos filhos vão adorar.

__ Eu aposto que eles se vão assustar na primeira vez que abrirem os olhos e derem com um Urso peludo de 2 metros de altura  de boca aberta  . - Coloco as mãos nos quadris bufando de exasperação.

__ Não creio ... - Vasco coloca a mão no queixo, esfregando o maxilar continuamente , pensativo enquanto analisava o urso recostado á parede do quarto. __Ele é bem bonitinho para pudermos pular nele, arrastar e morder.

Franzindo o sobrolho esfrego meu ventre , estava de quatro meses somente , apesar do volume ser quase de 8 , a gravidez decorria muito mais rápido do que uma loba, os bébés se desenvolviam com saude plena. Claro que fui forçada a receber mais sangue quando a fome não era satisfeita somente com carne,mas devido á troca de sangue sempre  provocada por Alexandre quando faziamos amor, e ao acompanhamento de Cassandra e suas  transfusões, o bébé  que mais necessitava disso estava obtendo quase o mesmo peso que seu irmão gemeo. O mistério que persistia era seu sexo, um deles sempre escondia o outro e vice versa, como se planeassem uma surpresa para a mamãe. Não que isso importasse muito, o bem estar era o mais importante, mas a curiosidade sempre falava mais alto em cada ecografia.

__ Me diz  sinceramente . - Olho o urso e depois Vasco. __ Compraste o urso para os bébés ...ou ...foi mesmo para tu brincares quando  sentires necessidade de morder algum coelhinho?

__ Achas? - Vasco bufa , mas seus olhos brilhavam só de imaginar as potencialidades.__ Tudo para os meus filhotes.

Respirando fundo olho para mais os dez ao redor do quarto.

__ Alexandre podes ajudar aqui!!!- Desvio o olhar para a cama onde Alexandre cochilava um pouco, aliás , tentava cochilar. __ Em breve não teremos espaço para nós aqui.

__ Eu não  vos estou a ouvir! - Alexandre grunhe as palavras , colocando a almofada sobre a cabeça.

__ Eu avisei que o melhor era começar a fazer obras. - Vasco avança até uma das paredes do quarto cheio de entusiasmo.__ Podemos colocar aqui uma porta , teriamos acesso ao quarto do lado, dois berços e uma grande quantidade de bonecos de peluche seria o ideal.

__ Tu realmente pareces uma criança com um brinquedo novo. - Frustrada por saber que não ganharia aquela discusão, me sento na cama com  resignação.__ Já te falei que ainda é cedo, não quero fazer nada sem saber o sexo dos bébés.

__ Não podemos esperar até ao final. - Vasco cruza os braços no peito, sua expressão emburrada quase me faz gargalhar. __  Aposto que em breve esses moleques estão cá fora querendo os papais para brincar.

Um bébe de uma mulher -lobo  tinha uma gestação de 5 meses, e provavelmente com o ritmo a que minha gravidez ia , teria o mesmo tempo até a hora do parto. Isso me assustava imenso, mais um mês e eles nasceriam, como era possivel estarem completamente formados com 5 meses se  os humanos precisavam de nove ? Alexandre rapidamente me puxa pelo pulso, sem aviso me fazendo dar um grito com o susto.

__ Bolas Alexandre ! - respiro fundo tentando acalmar meu coração.

Alexandre me deita ao lado de seu corpo, me abraçando pela cintura , ele beija meus lábios , segurando meu olhar com aqueles olhos maravilhosos.

__ Podes parar de te preocupar?  Tudo tem estado bem, és vigiada 24 horas,  por nós, pela Cassandra e não há sinal de qualquer perigo nessa gestação. - Ele alisa meu ventre arredondado, com um carinho extraordinário, um sorriso se esboça em seus lábios . __ Eles sabem que são amados , desejados , e  não importa o dia ou o mês, tenho a certeza que  eles só vão nascer quando acharem que está na hora de nos conhecerem.

__ Como consegues sempre ter  as palavras certas , na hora certa? - Roço meu nariz no dele ternamente , mordiscando seu labio inferior antes de o beijar com paixão.

__Porque sempre estou atento em relação a ti.- Alexandre se recosta de novo na almofada , fechando os olhos. __ Agora vejam se fazem menos barulho, preciso de dormir pelo menos uma hora por dia, essa discusão pode ser adiada até à hora do jantar.

__ Não te preocupes irmão! - Vasco se aproxima da cama, ele me pega no colo, beija minha boca me arrastando para fora do quarto. __ Eu trato disso, terei prazer em fazer a decoração.

Eu arregalo os olhos na mesma hora , observando a cama  de novo como uma suplica quando Alexandre abre os olhos na nossa direção, sorrindo como um bobo. Esse era o meu receio,  Vasco não podia trazer mais bichinhos de pelucia para aquela casa , ou ele iria estar mais vezes  em forma de lobo do que humana estraçalhando cada  um deles  antes mesmo de os bébés ter oportunidade de lhes dizer olá.

Livro 2- Reclamada Por DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora