Livro 2- Reclamada Por Dois

Capitulo 28

 Tinham passado duas horas desde que começara meu turno, Vasco continuava ali sentado com o terceiro  café simples sem açúcar me observando . Engolindo em seco continuo limpando a mesa do outro lado de onde estava. Nosso olhares se trocavam diversas vezes e sempre acompanhado por um sorriso  fascinante, algo que me perturbava intensamente . Não conseguia explicar , mas todo o meu corpo se arrepiava e uma necessidade de toca-lo começava a surgir de imediato. Provavelmente ele sentia o mesmo, pois seu olhar era uma caricia em toda a minha pele. Que poder ele tinha sobre mim? Me questionava se esse sentimento era mesmo do coração ou somente de sua natureza selvagem e insaciavel.

Droga!!Como se isso importasse , eu gostava de ser desejada desse jeito por ele e por Alexandre. Ambos tinham uma possessividade  extremamente atraente sobre mim, apesar de entrar em choque em certos assuntos como meu emprego , por isso estavamos ali em silencio, nos analisando, observando, acariciando á distancia. Respirando fundo coloco a loiça suja na pia da lanchonete , me dirigindo em passos lentos para o homem que roubava olhares luxuriosos de cada moça que ali entrava. Sorrindo interiormente,  orgulhosa passo por uma delas que quase babava olhando o homem que era meu, totalmente. Lambendo os lábios encaro Vasco que  rapidamente fica tenso observando cada movimento de minha lingua.

__ Desejas mais alguma coisa ?

__ Posso dizer que sim... - A cor de seus olhos mudam rapidamente para lupinos o que o fez semi cerra-los de imediato evitando que os outros clientes notassem algo de anormal. __ Mas infelizmente não  podes satisfazer o meu pedido... - Vasco levanta seu olhar segurando o meu com uma luxuria estonteante, acrescentando com voz rouca . __ Ainda...

Esquentando no mesmo instante ruborizo quando uma exalaçao profunda sai da minha boca , quase como um gemido. Mordo o lábio tentando controlar o calor que surge .

__ Vasco... - Clareio a garganta , verificando se alguem notava aquela quimica  intensa que nos rodeava. -- Não sei se será uma boa ideia ficares aqui tanto tempo. Podes ir ...e me vir buscar no final do turno.

__ NÃO!

Ele simplesmente fala aquela unica palavra firme , autoritário sem tirar os olhos dos meus . Uma de suas mãos estava na coxa , a outra brincava com a colher , a rodopiando entre os dedos. Sua postura relaxada com seu corpo grande recostado na cadeira não indicava o modo como ele estava... pronto para me atacar... faminto.

__ Não vai resultar ... - respiro fundo e me inclino para seu rosto tentando sussurrar as palavras para que ninguem me ouvisse. __ Estás a distrair-me e ...a provocar-me ...desse jeito.

Sem aviso ele pega meu pulso, me puxando para seu colo me dando um beijo arrebatador que simplesmente me deixa sem ar com seu abraço apertado, me deixando com as pernas bambas.

__ Por isso mesmo tenho que ficar...- Sua voz era rouca, quente , sensual, murmurando em meus labios entreabertos. Ele inspira profundamente em meu pescoço. __ Estás tão pronta pra mim que vou esperar  a tua pausa.

Da mesma forma como me puxou ele me levanta somente com uma das mãos. Completamente atordoada engulo em seco. Aquelas palavras e aquele beijo não tinham ajudado muito a diminuir o desejo que se instalava em mim. Inferno!!! Como podia esperar tanto tempo assim. Dou um pulo quando uma das minhas colegas de trabalho  bate no meu ombro  falando em meu ouvido.

__ Sua sortuda...- Na sua voz notava-se um misto de ciume  e divertimento. __ Se quiseres posso te substituir por um tempinho!

Envergonhada a encaro com os olhos arregalados, ela sorria com malicia  fazendo um sinal de sobrancelha antes de olhar VAsco. Observando ao redor vejo somente tres pessoas na lanchonete, eles sorriam apesar de não olharem na nossa direção. Respiro fundo  analisando Vasco que ouvira tudo, sua audição era mais que perfeita , ainda mais aumentada 100 vezes por ser um homem lobo. Ele cruzava os braços no peito mostrando  como seus musculos sobressaiam pela manga curta da camiseta preta. Ele esperava uma ação minha. Céus,  realmente era uma sortuda , como podia eu negar algo que  desejava mais que tudo . Sem pensar em mais nada  retiro o avental carmesim entregando a Isabel , que seria compensada mais tarde com um bom lanche. Estico a mão para Vasco que simplesmente a ignora, me pegando no colo, saindo em passos largos sem qualquer tipo de constrangimento.