Segredos Perversos - A disputa (livro 3)

Capítulo 9

Bom dia!!

Novo capítulo...Espero que gostem!

Beijo!  e boa Páscoa.

∞ Daniela

A voz da minha princesa continua a ser como um calmante para mim. Dentro de poucos minutos terei de me despedir novamente dela porque as suas aulas estão quase a começar. O Afonso impediu-me de falar com ela enquanto não regressasse mas consegui contornar a sua decisão e, através da Miriam, consegui falar com a Emily. Ela não para de tagarelar sobre como têm corrido estes dias, como as suas aulas de boxe têm corrido e como conseguiu imobilizar um menino da sua turma. Sorrio para mim própria imaginando tal cena. Não a quis inscrever no ballet nem na música, a Emily é uma menina muito especial e que abomina todas as atividades mais femininas...

"Eu não quero ser uma menininha, eu quero lutar como luta uma menina da minha escola", estas foram as palavras dela, há uns meses atrás. Chegou a casa e impôs a sua decisão com firmeza. Nesse dia presenciou a luta entre uma rapariga mais velha e um rapaz fora da escola, pelo que pude apurar, mais tarde, o ambiente entre ambos sempre foi muito tenso e que por qualquer motivo entravam em guerra.

Sinceramente, nem pensei duas vezes no assunto e inscrevi-a em aulas de boxe. Lá no fundo, o medo de ela poder entrar neste mundo perigoso onde os meus pais me colocaram, era muito grande e saber que ela podia ter algumas hipóteses de se proteger culminaram na aceitação, sem problemas desse seu pedido. O Afonso não gostou muito da ideia, inicialmente houve alguns conflitos entre nós mas, como toda a gente, acabou por ceder aos encantos daquela menina traiçoeira.

- Ele magoou-se muito? – Pergunto.

- Não, o professor mandou-me logo afastar. – Reclama.

Caminho pelo quarto até á porta, o som incessante de alguém a bater começa a irritar e a dificultar a conversa com a minha filha. Assim que abro a porta um furacão entre pelo quarto deixando-me boquiaberta.

- Princesa, não fiques chateada com o professor, ele está aí para vos ensinar e não para deixar que vocês se magoem. – Continuo, porém sem desviar o olhar do ser que se encontra á minha frente a encarar-me profundamente. – Além disso não podes bater nos meninos sem mais nem menos.

- Mas mãe, eles não dão luta.

Consigo vê-la fazer beicinho enquanto faz as suas reclamações e sorrio, mesmo sob o olhar do Lucas que me queima a pele.

- A mãe não tarda nada regressa e vamos as duas conversar com esse professor, melhor?!

- Vais convencê-lo a deixar-me lutar á vontade?

- Depois vemos isso, pode ser? Agora é melhor desligar, as tuas aulas estão quase a começar.

- Xau mãe.

Oiço o som do seu beijo e suspiro lentamente.

- Adeus amor, tem um bom dia.

A chamada cai.

Engulo em seco e guardo o telemóvel, afasto-me o máximo possível do Lucas de forma a sair do seu campo de visão, ou melhor, a tentar sair. Cada passo que dou é monitorado pelo seu olhar.

- O que é que estás aqui a fazer?

- Já te vais embora?

- Tens noção da estupidez dessa pergunta?! – Pergunto encarando-o – Ainda ontem me disseste para ir embora, insultaste-me e agora vens aqui perguntar se já me vou embora? Por é que perguntas? Para poderes ter uma noção do tempo e conciliá-lo com mais insultos?