Capítulo 16

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Olá! Mais um capítulo hoje.... este será pelos olhos do Lucas.

Espero que gostem....

Até quarta-feira!



∞ Lucas

Quando a vi entrar a correr quase não acreditei. Como um mero espectador observava-a conversar animadamente com o padrinho, impondo as suas queixas e reclamando-o para si. Todos se divertiam e ouviam atentamente a menina falar mas eu só conseguia admirar o quanto ela era bonita, não havia nenhuma fotografia onde mostrasse verdadeiramente a sua beleza. Só comecei a prestar atenção no momento em que ela disse que ia ter uma irmã, todos ficaram boquiabertos com a notícia – e mais uma vez está a Dany a esconder uma gravidez, tal como fez com a Emily – porém, o espanto atinge o pico no momento em que ela afirma que eu sou o pai daquela criança. Quase me engasgo com o vinho, como é que eu sou o pai da criança?

E então entrou o furacão Dany, impondo a sua presença imponente. Às vezes chata, outras agressiva e outras alegre e bem-disposta, são estes picos de humor que a fazem, na maioria das vezes, destacar-se por entre as pessoas.

Assim quem me viu a sua expressão alterou-se radicalmente, e para piorar a Emily começou a falar demais. O pavor era visível no seu rosto e, como sempre, o Dinis levantou-se e levou-a para longe.

A Sílvia evitava olhar-me, antes de virmos para Portugal decidi contar-lhe a verdade, ela sabia que existia alguém e há três dias atrás ficou a conhecer quem era esse "alguém". Não gritou, nem esperneou, apenas ficou em silêncio encarando a parede branca atrás de mim.

- Por que é que fizeram aquele teatro todo? – Perguntou ao fim de uns minutos perdida nos seus pensamentos – Eu convidei-a para vir a nossa casa, eu apresentei-lhe o meu filho, recebi-a com bom agrado e ela mentiu-me o tempo todo, tal como tu! Naquele dia vocês apresentaram-se como se fossem dois desconhecidos.

- Sílvia desculpa, eu não queria magoar-te de modo algum, mas quando a vi não soube como reagir. Passaram-se muitos anos desde a última vez que a vi e nunca pensei que os nossos caminhos voltariam a cruzar-se.

- Foi com ela que estiveste naquela noite em que chegaste com a roupa amarrotada?

A sua calma era demasiado angustiante, preferia que se tornasse agressiva, me batesse, gritasse, qualquer coisa menos manter-se neste estado zen.

- Eu tinha descoberto que a Emily era mesmo minha filha e precisava de a confrontar... de a humilhar tal como ela me fez a mim. – Ajoelhei-me á sua frente, ela estava sentada no sofá, e obriguei-a a olhar para mim – Eu sei que errei e que tu não mereces passar por nada disto, tu e o Gonçalo são as pessoas mais importantes da minha vida e foram vocês que trouxeram de novo alguma alegria, e quando descobri que ela me mentiu durante todos estes anos, que me escondeu uma filha eu entrei em parafuso e fiz a maior asneira da minha vida. Por favor, perdoa-me.

Foi um tanto complicado desenterrar aquele passado que tanto fazia questão de esquecer, contei-lhe as dúvidas que tínhamos em relação á paternidade da Emily e o que a Dany fez após o nascimento da bebé... e por fim a última conversa que tivemos e o primeiro e único beijo que dei á minha filha.

A Sílvia ouvia com atenção e ao fim começou a demonstrar de novo as suas emoções, não ouvi um "eu perdoo-te" mas recebi um abraço apertado. Sabia que precisava de lutar para conseguir o seu perdão e não meras desculpas, e era isso que faria.

Segredos Perversos - A disputa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora