Capítulo 35

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∞ Daniela

Ver a minha princesa partir foi como se uma parte do meu coração morresse. Ela sorria de animação, finalmente ia ver as suas amiguinhas, ia poder estar com elas e matar saudades mas eu apenas sorria para a agradar. O Gonçalo chorou até entrar no avião e o Lucas esteve por um fio de desistir de tudo. Depois de ir ao hotel, acabámos por levar todos ao aeroporto, mas esse foi um grande erro, assistir á descolagem do avião parecia que estávamos a assistir ao nosso próprio funeral. E assim que ele desapareceu da minha vista desabei num choro silencioso. Os braços do Lucas sustinham o meu corpo apesar de a sua maior vontade fosse acompanhar a minha tristeza.

- Eles vão ficar bem. – Afirmo, enquanto regressamos a casa. – Eu acredito que sim. Agora precisamos de ir ter com o advogado, ele disse-me que precisava de falar comigo.

- Falar contigo porquê?

- Talvez por causa daquele cofre na Suíça, estou farta de dar voltas á cabeça e não consigo encontrar uma possível combinação para aquele cofre.

- Não há nada no cofre de tua casa? Nem nos documentos que o advogado tem da vossa família?

Nego com a cabeça.

- Não há nada. – Suspiro.

Ele para o carro na berma da estrada. Onde estamos conseguimos ter visibilidade para o parque da cidade. O local está quase deserto, apenas um ou dois vultos correm pela pista destinada aos piões.

O Lucas solta-se do cinto de segurança e solta o meu também, puxando-me de seguida para o seu colo. Enrosco-me no seu corpo e relaxo a cabeça no seu peito.

- Nós vamos conseguir ultrapassar tudo isto, eu acredito nisso e tu também devias acreditar.

- Tenho medo do que possa existir naquele cofre. – Desabafo – E se for algo que nos prejudique ainda mais? Eu quero a nossa família junta e não separada.

- O teu pai não te iria prejudicar mais, tenho a certeza. – Murmura num afago suave na minha cabeça.

- Já não sei no que acreditar, começo e ter vontade de desistir. Dentro de pouco tempo a Bianca nasce e o que é que vamos fazer? Deixá-la no perigo, levá-la para longe?

- Eu não conheço os teus pais mas continuo a acreditar que ele não iria deixar naquele cofre algo que te prejudicasse e te magoasse. Já passaste por muito por causa dos erros dele. Aquele cofre tem de ter e solução para tudo isto, caso contrário, também não iriam fazer tanto segredo sobre a tal palavra passe.

- Eu quero tanto que a nossa bebé nasça num ambiente seguro e calmo. – Suspiro.

- Calmo? Tendo-nos como pais?! – Ironiza.

- Isso é verdade!

Permanecemos uns minutos assim, a desfrutar do silêncio, abraçados.

Somos recebidos pela mulher do advogado, ela lança-nos olhares desconfiados mas continua a sua caminhada até alcançarmos o escritório. O homem, concentrado no ecrã do computador, levanta-se num ápice quando, por coincidência, o seu olhar desvia-se da tela para desncansar por uns segundos.

- Como estás? – Pergunta, encaminhando-me para uma das poltronas.

- Bem, obrigada. – sorrio fracamente – Há novidades sobre o cofre?

- Não. – Responde a contragosto.

- Estive a pensar e talvez seria melhor se eu fosse a esse banco, com os meus documentos consigo provar que sou filha e herdeira legítima do conteúdo do cofre. Além disso, tenho e minha mão a chave que complementa o código.

Segredos Perversos - A disputa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora