Capítulo 32

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Rafaela

Os dias tendem a ser constantemente difíceis. Na noite em que contei ao Dinis o que o Telmo me fazia durante o tempo que estávamos juntos foi um pouco desconfortável. Apesar de me sentir um pouco aliviada, porque agora mesmo que pense naquilo, ele também o sabe, não estou a pensar em nada que seja como uma "traição".

O Dinis passou o resto da noite acordado a mexer no meu cabelo e com a Carolina enroscada em mim, nem eu nem ele tivemos coragem de falar mais no assunto.

- Carolina vai buscar a tua boneca para irmos para a escola. E Jonas vá-la acaba de comer isso, estamos a ficar atrasados.

- Porque que não é o pai a levarmo-nos? Hoje é quinta-feira é dia de ir a pastelaria para o pai nos dar um bolo.

- O pai pedi-me para ser hoje eu a levar-vos, mas se te despachares eu ainda vos consigo levar a pastelaria.

- Mãe. Vou levar a Anita a aquele não que sai da cama, ta a nana.

O Dinis ri-se da Carol e beija-lhe a cabeça ao passar por ela.

- Rafa, eu tenho que ir para Pequim ainda hoje.

- Pequim Dinis?

- Sim. Ligaram a dizer que os chineses anteciparam a reunião.

- Quando voltas pai? - Pergunta o Jonas.

- No sábado filho.

- Vais-me trazer uma boneca?

- Eih, também quero uma prenda pai.

- Eu vou ver se tenho tempo. Prometo que vou tentar.

- Despeçam-se do vosso pai e vão para o carro.

Eles despedem-se e vão a correr até ao carro.

- Tens mesmo, mesmo que ir? – Pregunto abraçando-o.

- Sim Rafa, eu não queria afastar-me nesta altura mas o contrato que estes empresários tem com a minha empresa é demasiado importante pra eu o por em risco. – Ele levanta-se da cadeira ficando a frente a frente comigo. – Se tiveres mais um daqueles pesadelos como na noite passada liga-me imediatamente, seja a hora que for. – Fala penteando os meus cabelos para detrás das minhas orelhas.

- Dinis não vamos ter que falar eternamente deste assunto, pois não? – Pregunto aborrecida.

- Enquanto este assunto te assombrar. Sim, vamos ter que falar nele. – Fala encaminhando-se para o sofá.- Acho que devias de pedir ajuda.- Fala beijando a min há testa.

- Para Dinis. Se soubesse que ias ficar assim tao obsessivo com este assunto nunca te teria contado.

- Não achas que já me escondeste este assunto demasiado tempo!? Já reparaste que se me tivesses falado enquanto ainda estavas a viver com ele, desde do momento em que ele te levantou a mão pela primeira vez, eu poderia ter-te ajudado, eu podia ter-te tirado de lá.

- Dinis, as coisas não são assim tão simples. Eu só quero que pares de falar deste assunto, ele é do meu passado e não do meu presente, não pertence aquilo que nos temos.

- Rafa o teu passado e o teu presente vão sempre influenciar-te, não podes esperar que a partir de um momento consigas apagar tudo e começar de novo, as coisas não se resolvem assim, isso não é possível. Tens que arranjar uma maneira de controlares os teus pesadelos.

- Mãe, anda se não depois não podemos ir a pastelaria. - Chama o Jonas.

- Vai para o carro Jonas a mãe já vai.

Segredos Perversos - A disputa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora