Seventeen

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Michael On

Depois do antar eu tentei ir falar com a Kalaya mas achei melhor a deixar sozinha por um tempo para refletir.

Fui para o meu quarto e as 06h da manhã o Nathe bateu na porta do meu quarto, ja estava na hora de ir, peguei minha mochila em cima da cama e lavei o rosto, não daria tempo de tomar banho, ligamos para um táxi e sem nos despedir fomos para o aeroporto, tivemos que correr para conseguirmos chegar a tempo no avião.

Coloquei uma série para assistir no avião, acho que vocês conhecem The walking dead, então, três palavras, treze letras e um significado: minha vida.

O Nathe dormiu praticamente quando entramos no avião, ele não gostava tanto de twd, era mais fã de filmes do que de séries, quando o avião chegou ao aeroporto minha cabeça doía então pedi a ele que fossemos logo para hotel que havíamos encontrado online.

Depois do Check-in fomos para os quartos e era bem o que eu esperava, o Nathe queria um hotel mais simples, porém eu ja estava em um país que eu não queria/não gostava então o direito de escolher o hotel foi meu.

Era um quarto por andar, no quarto tinha uma mine cozinha, um banheiro, o quarto óbvio e uma varanda que dava de frente para o Castelo de Bran.

Peguei meu celular e vi que ja passavam das 11h, passei uma mensagem para a Ketherine falando que ja haviamos chegado e a tarde iriamos para o castelo na segunda sessão.

Deitei para dormir e acordei com o Nathan esmurrando a porta do meu quarto, me levantei assustado e fui abrir a porta.

-Mas que merda você estava fazendo que não está arrumado? Temos 7min pra estar na frente do castelo com as entradas na mão!- Ele me gritou e meus ouvidos doeram.

-Calma, ta bom? Calma, eu dormi- Falei e ele continuou me gritando mas eu apenas desliguei sua voz de minha cabeça.

Tomei uma aspirina por precaução de a dor voltar, coloquei um moletom e penteei o cabelo.

-Ótimo agora temos 4min- O Nathe falou estressado enquanto apertava o botão do elevador diversas vezes.

-Não vai chegar mais rápido pela quantidade de apertos- Eu falei e ri.

-Como você pode rir enquanto podemos perder a sessão por SUA causa?- Ele falou e me olhou sério.

-Eu só estou tentando não me parecer com você, sabe o que é tentar ter bom humor ao menos 2x ao dia? Faz bem a saúde!- Falei e entrei no elevador.

-Agora temos 3min- Ele falou olhando o relógio.

-Se você me falar a hora novamente eu quebro o seu relógio- Eu falei e levantei uma sobrancelha.

Ele gurniu quando o elevador chegou corremos até a frente do castelo, estávamos 2min atrasados, mas tivemos sorte porque as ultimas pessoas da fila ainda estavam passando, compramos as entradas com um vendedor na frente e passamos como se ja estivéssemos na fila a tempo.

Lá dentro tinham vários quadros e móveis velhos, típico do que você acha que deve ser dentro de um castelo, a diferença é que eu sentia a dor daquele lugar.

Eu ouvia gritos e sentia agonia ali dentro, mesmo sabendo que não tinha nada, eu ouvia, eu sentia dentro de mim, pessoas sofrendo, se corroendo, morrendo e vivendo novamente como seres horríveis.

Sem duvidas esse era o castelo.

A guia falava e explicava a origem e tudo sobre o castelo, mas eu não conseguia a escutar, eu estava conseguindo escutar coisas que aconteceram ali a muito tempo atrás.

O Nathan do meu lado parecia prestar atenção em tudo o que ela falava, me perguntei se ele não ouvia o mesmo que eu.

Começamos a subir as escadas e os gritos horríveis que soavam a minha cabeça deram lugar a uma música, como as tocadas em filmes antigos ou bailes de escola, eu ouvia também conversas entre pessoas, mesmo sem conseguir entender o que elas diziam.

Quando começamos a descer as escadas novamente os sons de gritos e desespero começaram novamente, na medida que íamos entrando no calabouço eles aumentavam, cada passo eles ficavam mais altos, eu não consegui mais ficar ali, sentia que ia enlouquecer, bati no ombro do Nathe e fiz sinal para cima com a cabeça, saímos do castelo e eu me sentei na escada de pedra.

-Você ouviu aquilo?- Eu falei e coloquei as mãos na cabeça.

-Aquilo o que?- Ele parecia sem entender.

-As pessoas gritando, a agonia, a música, conseguia ouvir?- Falei balançando a cabeça.

-Não, só a guia contando aquela história irritante que lemos nos livros.

-Eu estou falando sério, aquilo estava na minha cabeça!

-Eu acredito em você.

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Vai ter aviso la no spin off também mas esse aqui é especial pra uma leitora que faz aniversário hoje.

Parabéns Carol! Muitos anos de vida amor, muita luz pra você, que continue sendo essa pessoa maravilhosa <3 

Os quatro contos proibidos (segundo conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora