Hope - Dramione

Capítulo 9 - Apologize

9 de Setembro de 1998, Londres.

Draco demorou um tempo para notar que a garota era Hermione Granger. O loiro não entendeu muito o que via. Hermione, a garota que ele desprezara com todas as suas forças durante anos estava ali na frente dele, chorando. Como isso era possível?

Hermione nunca chorava, estava sempre ao lado de Weasley e Potter, rindo, sempre sorrindo. Draco nunca ao menos a vira triste, talvez tenha visto ela mau humorada com Weasley, mas não era com tanta frequência.

Ele nunca conseguira imagina-la chorando. Portanto, Draco não soube muito bem o que fazer, só ficou ali; paralisado, ouvindo o barulho do choro de Hermione. Ele só despertou de seu transe quando ouviu a voz que ele costumava a odiar tanto.

- Malfoy. - a garota gemeu, e limpou as lágrimas rapidamente. - Sempre aparecendo do nada! Vai ficar parado aí? Não consegue ver que estou ocupada?

Draco ignorou a ignorância da garota se sentou, ao lado de Hermione, em silêncio.

- O que você está fazendo aqui? - Hermione sussurrou, deixando mais lágrimas escorrerem e Draco sorriu fraco.

- Eu não sei o que eu estou fazendo aqui. Eu só estou aqui, não é díficil de entender. - Draco disse, sem jeito. - É estranho ver você chorar, sabia? Sempre te vi sorrindo pelos corredores de Hogwarts, sabe.

Hermione ficou em silêncio por um tempo.

- Me desculpe. - a castanha disse tão baixo que Draco quase não pôde ouvir. - Por ter dito aquilo mais cedo. Eu não sei o que deu em mim. Você tinha razão. Eu te permiti me beijar, a culpa não é sua, é minha. Eu estraguei tudo, como sempre. A culpa é minha.

- Culpa de quê? - perguntou ele, mas depois de Hermione ficar em silêncio, ele percebeu que ela não queria falar. - Eu também quero pedir desculpas. Por tudo. Não que eu ache que o que eu fiz com você nos últimos anos seja algo perdoável, mas você me perdoa?

- Qualquer coisa pode ser perdoada, contanto que a pessoa se arrependa. - Hermione sorriu fraco.

- Eu me arrependo. Eu fui um idiota por ter acreditado nas baboseiras que minha família acredita.

- Um completo idiota. - completou a castanha e Draco sorriu.

- Você tinha razão. Nada disso importa. Eu passei tempo demais acreditando em idéias absurdas, mas agora eu acordei. Eu estou me esforçando para mudar. Por exemplo, eu estou tentando não me importar com essa coisa de sangue, sabe. Eu descobri que todo sangue é igual quando está sendo arrancado de uma pessoa. - Draco disse sobriamente.

- Me perdoa? - pediu o loiro novamente. Hermione suspirou e todas as lembranças que ela tinha de Draco até então se passou como um flash em sua mente.

Todos as coisas ruins.

- Eu não sei. Preciso pensar. - Hermione enxugou o rosto com as mãos. - Não é tão simples assim, você deve saber. Pedir desculpas é fácil, eu posso te perdoar, mas acho que nunca vou deixar de esquecer algumas coisas que você disse para mim. Mas prometo que vou me esforçar.

Draco suspirou, vendo Hermione engolir o choro.

- Por que você está chorando? - ele perguntou, finalmente.

- O mesmo motivo de sempre. - Hermione encarou as próprias mãos, um tanto nervosa com a presença de Draco. - Ronald Weasley.

- Não chore por alguém que não chora por você. Nem sei o que você vê nele. Ele é um idiota. - Draco falou, repousando a cabeça na estante de livros da biblioteca.