6.

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"I'll keep you my dirty little secret!"


Todos


No dia seguinte, Daniel esbarrou mais uma vez na loirinha. Ele estava subindo para a aula de química avançada - e quem diria, Daniel Azevedo em química avançada! - e deu um encontrão com ela no corredor do terceiro andar.

- Ah, oi...?

- Ana - ela sorriu, e Daniel acompanhou o seu sorriso involuntariamente.

- Tá indo pra onde? - ele perguntou, só para não ficar naquele silêncio constrangedor, e os dois recomeçaram a andar juntos, ombro com ombro.

- Inglês. E você?

- Química - ele resmungou; não gostava que os outros soubessem que ele mandava bem em química.

- No terceiro andar? Você faz química avançada? - Ana exclamou, fingindo estar surpresa.

Claro que ela já sabia, sabia de tudo da vida dele, mas preferiu fingir-se de desinformada; não queria parecer uma maníaca obsessiva, muito embora ela fosse.

- Pois é. Bom, nos vemos por aí - ele desconversou e entrou na sala, envergonhado.

Ana caminhou mais um pouco e entrou na sala seguinte, onde podia-se ler na porta: Física Avançada.

É, ela também tinha os seus segredos.


XXX


Bruno acordou determinado. Esperou deitado, quieto e silencioso, enquanto Eduardo se arrumava no quarto ao lado, e só abriu os olhos quando ouviu o amigo passar a chave na fechadura e sair do apartamento.

O loiro pulou da cama na ponta dos pés e, sorrateiro, entrou no quarto do colega de apartamento. O lugar estava meticulosamente arrumado, como um santuário, então ele começou a revirar tudo cuidadosamente, lembrando-se de colocar todas as coisas nos seus respectivos lugares em seguida. Observando todos aqueles itens caros, ele não pôde se conformar que o riquinho Eduardo Neves havia trocado a sua família burguesa do interior de Goiás por um apartamento minúsculo em São Paulo - se a banda desse certo, Bruno, Daniel e Fabrízio seriam eternamente gratos a Eduardo, que os ajudava financeiramente.

Depois de vários minutos de investigação, Bruno não estava tendo muito sucesso. Sentou-se na cama e suspirou, já cansado. O que quer que Eduardo estivesse escondendo, escondia muito bem.

Levantou-se e foi se arrumar. Não descobriria nada ali, mas ele não desistiria.

Não mesmo.


XXX


O despertador de Rebecca ecoou pelo quarto. Embora estivesse muito bem acordada, virou-se para o lado e silenciou o barulhinho irritante, fechando os olhos bem apertados para não deixar outra lágrima escorrer. Ela sabia que não poderia evitar a escola para sempre, mas com certeza não iria naquele dia. Não depois da recente humilhação.

Durante todo aquele tempo, durante dois malditos anos, durante todo o tempo em que conhecia Bruno, ela sempre estava lá, juntando os caquinhos, aconselhando, ajudando, amando, cuidado... e como ele a retribuía? Insultando-a.

Não. Ela não seria mais uma baba ovo de Bruno. Daquele dia em diante, Rebecca seria uma pessoa nova, uma garota normal em busca de um novo amor! Adeus, Bruno; adeus, Daniel; olá, vida nova!

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