17.

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"Her heart is breaking in front of me!"


Bruno e Rebecca


- João! - a voz de Rebecca ecoou pelo hall, mas o moreno não deu importância. Ele foi até Bruno, já caído no chão pelo impacto do soco que recebeu, e o pegou pelo colarinho, levantando-o para dar-lhe uma cabeçada.

Bruno, meio zonzo, cambaleou para trás, e João recuou. Aproveitando a baixa da guarda do oponente, o loiro fechou o punho e acertou a sua orelha.

- Parem com isso! - Rebecca berrou, entrando no meio da briga. - Parem com isso agora!

João empurrou Rebecca com força e ela bateu com o ombro na parede, gemendo de dor. Bruno observou a cena atônito, ficando fora de si; partiu novamente para cima de João, acertando em cheio o seu nariz. O moreno urrou, berrando todos os palavrões existentes. Depois, saiu correndo e se jogou em cima de Bruno.

Os dois se agarraram e caíram no chão. Bruno chutava João e João socava Bruno. A briga rolava quase que poética ao embalo dos berros desesperados de Rebecca. Se não fosse tão desesperador, ela até poderia sentir-se lisonjeada; sempre quis dois homens brigando por ela, mas não daquele jeito.

João passou as pernas pela cintura de Bruno e jogou o peso para o lado, ficando em cima do loiro. Começou então a esmurrar o seu rosto. Em pouco tempo, Bruno jazia inconsciente no chão, sem poder se defender.

- João, para! Você vai matar ele! - Rebecca correu até os dois, mais uma vez sendo empurrada para trás; ela não tinha forças o suficiente para impedi-lo, e precisava de ajuda. Sem nem pensar duas vezes, inflou os pulmões de ar e começou a gritar. - Socorro! Alguém me ajuda, por favor!

A morena saiu correndo pelo hall, esmurrando todas as portas dos seus vizinhos. Logo, homens de pijamas, mulheres sonolentas e crianças curiosas colocavam a cabeça para fora de suas portas.

- Por favor, me ajudem! - ela berrou, apontando para os dois garotos no chão.

Três homens e um adolescente correrem até a briga, e foi necessário a força dos quatro para retirar João de cima de Bruno.

- Você vai ficar do lado dele? - João berrava, se debatendo todo; ele estava fora de si. - Você vai ficar do lado do cara que nunca te deu valor?

- Você nem conhece ele, seu louco! - Rebecca gritou de volta, correndo até o amigo desfalecido no chão. - Vai embora, eu nunca mais quero ver a sua cara na minha frente, seu filho da puta!

João, a todo custo, soltou-se dos homens que o seguravam e desapareceu pelas escadas de incêndio como uma sombra.

As lágrimas corriam pelo rosto de Rebecca, enquanto ela acariciava o rosto machucado de Bruno no chão.

- Bruno, não morre, por favor, não morre...

- Ele não vai morrer - um dos homens que a socorrera ajoelhou-se ao seu lado, apontando para o peito que subia e descia de Bruno. - Só desmaiou. Deve acordar daqui a pouco. Você sabe onde ele mora?

- Sei - Rebecca respondeu, chorosa. - Não é melhor levá-lo para um hospital?

- Se você estiver disposta a denunciar o seu amigo, pode levá-lo - o homem respondeu, chamando os outros para ajudá-lo a levantar Bruno. - Mas, pela sua cara, acho que não vai querer isso. Vamos, eu levo ele para casa, você só precisa me indicar o caminho.

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