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"'Cause I need more time, yes I need more time just to make things right..."


Eduardo e Luíza


Luíza chegou em casa transpirando, apesar do frio atípico que fazia. Ela não tinha ideia que Fabrízio era tão pesado quando resolveu carregá-lo para a casa. Quando percebeu a besteira que havia feito, mudou de trajeto e o levou para a sua própria casa, que ficava na metade do caminho.

Ela entrou de fininho e sem fazer barulho, subindo as escadas com o restante de energia que ainda tinha. Jogou o baixista na cama e sentou-se exausta na escrivaninha. Passou uns bons 10 minutos respirando fundo e com a boca aberta. Após sua recuperação, ela resolveu beber alguma coisa. Desceu para a cozinha e ficou em dúvida entre água e whisky.

No final, Luíza ficou com o whisky.

Tomou dois dedos com gelo em um gole só e subiu para o quarto novamente. Fabrízio estava de lado na cama, babando no travesseiro rosa. Luíza sorriu e foi até o moreno. Retirou seus sapatos e o cobriu com seu cobertor favorito; o mesmo que os cobriu juntos diversas vezes.

A morena tirou os saltos e suspirou.

Ela estava preocupada com os amigos, todos eles. Mas estava louca de preocupação com Eduardo... onde diabos ele havia se metido, machucado e bêbado?

A morena vasculhou a bolsa a procura do celular e, quando o encontrou, saiu do quarto descalça e desceu as escadas. Abriu a porta de correr da sala de estar que dava para o jardim dos fundos e sentou-se em uma cadeira de madeira, totalmente camuflada no escuro. Abriu o celular e, além da lua, aquela era a única luz em um raio de quinhentos metros. Ela discou rapidamente o número de Eduardo, que estava nomeado como "Aquele Que Não Deve Se Atendido" e esperou. Quando caiu na caixa postal da primeira vez ela não se exasperou. Provavelmente ele não ouviu, ela pensou, discando novamente. Porém, após a quinta caixa de mensagens, ela tinha a certeza de que ele não a atenderia.

Puta que pariu, Luíza olhou em volta, não enxergando nada. O que eu faço agora?

Como se as suas pernas mandassem em seu corpo, a morena levantou no escuro e entrou de volta na casa. Calçou as botas da mãe, que estavam jogadas no hall de entrada, e saiu para a rua. Deveria estar ridícula com o vestido social e as botas cor de caramelo, mas, pela primeira vez na vida, ela não se importou muito com a sua aparência.

Avistou o ônibus universitário apontar na esquina e correu até o ponto.

Ela teria Eduardo de volta.


XXX


Bruno saiu da festa sem se despedir de ninguém. E, mesmo se ele quisesse se despedir, não conseguiria; aquelas malditas máscaras o impediam de reconhecer os amigos.

Além disso, ele evitou ao máximo fazer contato visual com qualquer um que passasse, pois não queria encontrar Carolina e ter que se justificar pelo sumiço. Só o pensamento de encontrá-la fazia o seu estômago embrulhar.

Bruno se sentira um pouco rejeitado dentro do ônibus universitário cheio de casais e jovens bêbados. Ele estava com a cabeça apoiada no vidro e olhava os postes de luz passarem por ele como borrões. Era provavelmente a última corrida do motorista e ele com certeza estava desesperado para chegar em casa, pois Bruno nunca havia andando em um ônibus tão rápido.

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