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"And I feel like i'm living the worst day, over and over again..."


Fabrízio e Raquel


Depois que Fabrízio se viu batendo em Eduardo, as coisas saíram um pouco do seu controle.

Ainda perto da confusão, as pessoas tentaram segurá-lo, mas ele se afastou de todos e acabou entrando na área reservada - a famosa "dark room". Lá dentro, ele trombou em alguns casais e teve a ligeira impressão de ter ouvido a voz de Rebecca, mas continuou correndo sem direção. Quando chegou ao final do cômodo, o baixista bateu os olhos em uma porta escondida e a atravessou, saindo do salão. O vento quente de São Paulo chicoteou as áreas onde a sua pele estava exposta, mas ele somente se apoiou nos joelhos e respirou fundo.

Já conseguindo respirar, o baixista pescou o maço de cigarros do bolso interno do terno e acendeu um; ele ainda estava bêbado, com a sensação de que iria vomitar a qualquer momento. Fabrízio suava frio e teve de se apoiar na parede suja e úmida para não acabar caindo no meio fio da rua.

O moreno passou alguns minutos respirando fundo e começou a se sentir melhor... só para se lembrar do dia em que havia pedido Luíza em namoro.

Os dois estavam em uma festa no apartamento de Eduardo e Bruno. 50 jovens do Colégio Vértice lotavam o lugar, que acomodaria no máximo 10, e ele e Luíza estavam sozinhos na varanda, fumando um baseado. Ela estava descabelada e com a maquiagem borrada depois de uma noite tipicamente maluca. Ele a olhava com um sorriso idiota nos lábios. A morena estava apoiada no ferro batido do corrimão que evitava que eles caíssem lá para baixo, o corpo empinado para trás e uma expressão calma no rosto, como se estivesse perdida em pensamentos. O cabelo do baixista voava e ele tragava profundamente o beck.

Luíza era a garota mais linda do mundo para Fabrízio naquele momento.

Raquel não existia mais; e foram poucos os momentos durante o namoro de Fabrízio com Luíza em que ele não pensou na ex-namorada.

- No que você está pensando? - ele quis saber, retirando o cigarro das mãos da então somente amiga colorida.

Luíza virou-se para ele e sorriu, para logo em seguida passar a mão pelo rosto do baixista. Eles estavam ficando havia pouco mais de uma semana e ainda sentiam aquela coisa gostosa toda vez que olhavam um para o outro... o coração palpitava e eles tinham a sensação de que o peito iria explodir de tanta felicidade. Eles eram amigos que estavam transando e ligavam um para o outro todas as noites para desejar boa noite. E todo dia de manhã se cumprimentavam com um beijo e ficavam abraçados durante o intervalo conversando com seus amigos em comum.

Não tinha como ficar melhor que aquilo.

- Acho que no meu futuro... - a morena respondeu vagamente.

- Acha? - Fabrízio soltou a fumaça de maneira despreocupada logo após tragar.

- Sim - Luíza deu de ombros. - Eu sempre penso no meu futuro.

- E você me vê nele? - Fabrízio aproximou-se da amiga e entrelaçou a sua cintura. Depois, ele depositou um beijo em sua nuca descoberta e mordiscou a sua orelha, o que fez com que ela se arrepiasse.

- Eu te vejo nele. Vejo todos vocês nele. Seremos como uma grande família feliz. Eu, você, Daniel, Bruno, Eduardo e Rebecca.

- Então se seremos uma família, acho que você pode começar a namorar comigo - Fabrízio soltou, sem nem ao menos pensar no que estava propondo.

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