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"Romeo take me somewhere we can be alone!"


Eduardo e Luíza


Domingo à tarde, e o último lugar na face da Terra em que Eduardo gostaria de estar naquele momento era estacionado na frente da casa de Luíza, com o celular em uma das mãos e um cigarro na outra. Infelizmente, ele não tinha outra opção; a morena não respondia às suas mensagens no celular, Twitter, Facebook, e-mail e muito menos atendia ao celular. Sim, o baterista havia esgotado todas as suas possibilidades e sentia-se o cara mais idiota do mundo, perseguindo a namorada do melhor amigo.

Vamos lá, Lu, me atenda..., ele implorava mentalmente, discando o número da amante pela décima vez em menos de um minuto.

Ele ficou de tocaia por pelo menos meia hora antes de desistir. Poderia ter ficado muito mais, se o seu cigarro não tivesse acabado e o seu celular não estivesse apitando por falta de bateria.

Eduardo saiu do carro e dirigiu-se a casa de Luíza. Parou em frente a porta de madeira envelhecida e respirou fundo. Por mais que a mãe da morena o conhecesse e achasse que os dois eram apenas bons amigos, Eduardo não se sentia confortável com aquela aproximação. Adorava a sra. Carvalho, mas adoraria mais ainda se ela pudesse ser sua sogra de verdade.

O moreno bateu três vezes e esperou. Depois de alguns instantes, bateu mais duas vezes, e ouviu o barulho de alguém descendo as escadas. Ajeitou a postura e esperou.

- Pois não? - o rosto sorridente da mãe de Luíza apareceu do outro lado, e foi difícil para Eduardo esconder a decepção. - Eduardo, querido! Como vai?

- Vou bem, sra. Carvalho, e você? - ele perguntou, desconfortável.

De repente, a gola da sua camisa polo parecia mais um nó de forca.

- Estou bem também, muito obrigada! - a sra. Carvalho sorriu, e Eduardo reconheceu o mesmo sorriso acolhedor da filha. - E eu já disse para vocês crianças me chamarem de Elizabeth! Parece que não aprendem! O Fabrízio mesmo, só falta infartar quando me chama pelo primeiro nome!

Eduardo riu, mas queria mesmo era dar um tiro na própria boca ao ouvir o nome do amigo. Às vezes ele se perguntava se valia mesmo a pena todo aquele teatro por uma garota, mas logo a imagem de Luíza se materializava em sua mente e ele esquecia os pensamentos contraditórios.

- Me desculpe, Elizabeth - Eduardo pediu, envergonhado.

- Sem problemas - ela respondeu, animada. - Em que posso ajudá-lo, querido?

- Bom, eu estava esperando que você pudesse chamar a Luíza para mim, se não fosse muito incômodo - Eduardo sorriu amarelo.

Por cima dos ombros da mulher, ele varreu a sala de estar com os olhos, não encontrando quem procurava.

- Ah, querido, a Luíza não está! - Elizabeth fez uma careta. - Saiu com o pai mais cedo, acho que os dois foram visitar a família dele. Eu queria ter ido, mas precisei fazer uma faxina aqui em casa... é algo importante?

- Não, não... é que o Fabrízio não consegue falar com ela e como eu estava por perto, resolvi dar uma especulada - Eduardo mentiu, dando dois passos para trás. - Vou avisá-lo que ela está com o pai. Provavelmente a bateria do celular acabou, não?

- É, pode ter sido isso! - a mãe de Luíza sorriu. - Assim que ela chegar eu aviso que você veio aqui.

- Obrigada, sra. Carvalho. Elizabeth! - ele corrigiu ao ver a expressão de desgosto da mulher. - Até mais.

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