"Because maybe you're gonna be the one that saves me... and after all you're my wonderwall!"
Todos
- Você está bem, cara?
Eduardo sentiu que alguém o cutucava. Ele levantou a cabeça dos joelhos e avistou um garoto de uns 13 anos olhando para ele. O baterista franziu o cenho. O que um garoto daquela idade estava fazendo na rua àquela hora da madrugada?
- Quantos anos você tem, garoto? - ele perguntou, levantando-se rapidamente e ficando uns 20cm mais alto que o garotinho, que ainda o olhava com certa preocupação. - Seus pais não deveriam estar esquentando a sua mamadeira enquanto você coloca o pijama para ir dormir?
- Eu estou indo buscar o meu avô na rodoviária - ele respondeu, jogando o cabelo em corte Justin Bieber para trás e ignorando a grosseria do baterista. - Nós somos seus vizinhos, mesmo você nunca tendo percebido que tem algum. Aliás, o meu avó te odeia com todas as forças. Você e aquele seu amigo com o queixo grande.
Eduardo teve que rir com o comentário. "Aquele seu amigo com o queixo grande" era a descrição mais fiel que alguém já fizera de Bruno.
- De qualquer forma, eu te vi sentado aqui sozinho e pensei que você estivesse passando mal - o menino deu de ombros. - Vocês dão tantas festas que eu até não consegui dormir essa noite de tão silenciosa que estava a sua casa. Aconteceu alguma coisa?
- Caramba, quem foi que colocou um garoto tão curioso nesse mundo, eim? - Eduardo retirou um cigarro do seu maço quase no final e o acendeu. - De que te interessa a minha vida, garoto?
- Meu nome é Phillip, mas todo mundo me chama de Phil. Meu avô também se chama Phillip. Meu nome é em homenagem a ele.
- Eu não te perguntei nada - Eduardo comentou, soltando a fumaça do cigarro na cara de Phillip, que tossiu mas não desplantou os pés do chão. - Vaza, garoto.
- Eu estava no hall de entrada tentando ligar para o meu avô, porque dentro de casa o celular estava sem sinal - caramba, esses garotos de hoje em dia são muito tecnológicos, Eduardo pensou -, quando vi uma menina muito bonita sentar no chão e começar a bater com a cabeça na sua porta.
O baterista fingiu não se importar, mas o seu coração começou a bater mais rápido.
- Eu fiquei com vontade de ir até ela, mas seu amigo queixudo foi mais rápido e os dois entraram no apartamento. Eu pensei que fosse a mesma menina que você sempre trazia para o apartamento nos dias de semana, mas estava escuro e eu não pude ver direito.
- Vem cá, você está me seguindo, pirralho? - Eduardo tentou parecer furioso, mas queria saber mais sobre a história do garotinho.
Tinha alguma coisa nele que o fazia parecer mais velho.
- Não estou te seguindo. Eu só acho que você é muito legal - Eduardo pôde perceber as bochechas coradas do garoto até no escuro. - E eu acho que essa garota gosta de você. Então pensei que, sei lá, você iria querer saber.
- Agora eu já sei. Pode ir buscar o seu avô - Phillip começou a se afastar de Eduardo quando este perguntou distraído. - Por que você tem que ir buscá-lo, aliás? Ele não consegue voltar sozinho?
- Meu avô tem Parkinson, eu cuido dele - Phillip respondeu, sorrindo ao falar do avô. - Ele foi vistar o túmulo da minha avô em Sorocaba e ele nunca me deixa ir junto, porque é o seu momento a sós com ela.
Eduardo sentiu um nó se formar na garganta.
- E seus pais?
- Eles morreram quando eu era pequeno - Phillip deu de ombros. - Sou só eu e o meu avô.
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Nuts!
Teen FictionEm meio as loucuras da última semana do Ensino Médio, uma banda precisa compor uma música sobre perdão. Mas como eles podem pensar em perdoar se tudo o que estão vivendo é um emaranhado de mágoas, decepções, loucuras, traições e amores? TRAILER DA H...