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"You know that everybody likes to party on a Saturday Night!"


Todos


Daniel estava sentado no pátio do colégio, quase cochilando. Em um estado de semi consciência, começou a se recordar daquela manhã maluca...

Ele acordou sem saber aonde estava, mas aquilo não o apavorava mais. Estava acostumado com aqueles brancos pela manhã, após uma noite de farra. O guitarrista então espreguiçou-se lentamente, esticando-se ao ponto de ter cãibras nas duas pernas. Depois de xingar por aproximadamente dois minutos, as dores foram passando e ele foi se lembrando da noite anterior.

A balada tinha sido um tanto quanto intensa. Primeiro Rebecca, depois Ana, depois Luíza e por fim Ana novamente.

E, se as suas lembranças não estivessem erradas, ela deveria estar...

- Bom dia, Ana - ele murmurou, tentando fazer com que sua voz rouca soasse mais rouca ainda.

Ele sabia o que aquilo causava nas mulheres.

O moreno rolou para o lado, animado com a possibilidade de abraçar Ana e dormir mais um pouco, mas ele acabou rolando até o final da cama e caindo no chão.

- Ai, caralho! - ele xingou, ficando de pé logo em seguida, com medo da possibilidade de Ana estar em algum lugar do quarto observando aquela cena patética.

O guitarrista olhou em volta, envergonhado, mas não encontrou o par de olhos azuis os quais ansiava em encontrar.

- Ana? - ele chamou, sua voz ecoando no minúsculo apartamento inteiro, sem que nenhuma resposta fosse obtida.

A loira não estava lá.

Daniel fora largado sozinho em casa.

De cueca.

Mais uma vez.

Cada vez mais ele se convencia de que a vida era injusta pra caralho.

De volta ao colégio, quando os seus olhos não aguentavam mais o peso das pálpebras, ele avistou quem queria.


XXX


Última prova de sua vida. Aquela tinha sido a última prova de sua vida, e Ana havia mandando bem. Mais do que bem; provavelmente havia gabaritado o teste.

O seu sorriso ia de orelha a orelha quando ela saiu do prédio, mas ele logo de desmanchou assim que ela avistou Daniel Azevedo caminhando em sua direção, mais lindo do que nunca. Os olhos azuis ingênuos do guitarrista estavam semicerrados em razão do sol e as suas bochechas estavam coradas. O cabelo ainda estava úmido, e ela queria mordê-lo.

- Caramba, como você demora para fazer prova! - ele exclamou, ofegante. - Eu sai há uma hora!

- Eu... é, eu... não demoro tanto... talvez um pouco... é, acho que demoro mesmo...

Pane. O seu cérebro estava em pane. Ana não sabia o que dizer, o que falar, como agir, como se comportar. Para dizer a verdade, ela só queria sair correndo, trancar-se em seu quarto e chorar até que os resultados das provas saíssem.

- Ana, sobre ontem a noite, eu...

- Daniel, eu preciso ir, deixei as minhas roupas no varal e vai chover - os dois olharam para cima, observando o céu azul vivo sem nuvens. Ana abaixou o rosto, vermelha como um rabanete, e sorriu amarelo. - Tchau.

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