12.

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"I never meant to brag, but I got him where I want him now!"


Bruno e Rebecca


O clima de desespero era unânime. Jovens corriam pelos corredores do Colégio Vetor com nada menos que espanto em seus rostos. As provas do final do semestre começariam em uma hora, e o futuro de alguns dependia daquelas notas.

No meio do mar de preocupação, Bruno andava distraído, ouvindo Strokes nos fones de ouvido. Estava cagando e andando para as provas. Aliás, se não fosse pela pressão dos pais, ele nem estaria cursando o Ensino Médio. Teria parado no Fundamental e seguido as suas aspirações a rockstar. Afinal, ele nascera para aquilo, e nada nem ninguém o faria mudar de ideia.

O garoto avistou uma cabeleira loira se destacar na multidão e correu até ela sem perder tempo.

- Ana! - ele exclamou, puxando a amiga pelo braço. Ela se virou de supetão e os dois se trombaram.
Passado o susto, eles se olharam. A loira estava envergonhada, o loiro não sabia o que falar.

- Aonde você se meteu? - ele perguntou por fim. - Te liguei o final de semana inteiro! Aconteceu alguma coisa com o seu celular?

- Aconteceu. Ele caiu numa poça de constrangimento - Ana disse qualquer coisa para tentar acabar com aquele clima ruim, fazendo Bruno gargalhar.

- Qual é, Ana!? Nós somos amigos há tanto tempo. Um beijinho de nada vai mudar isso? - ele perguntou, inconformado.

- Um beijinho de nada? - Ana exclamou, perplexa. - Eu dei o melhor de mim e você ainda o chama de beijinho de nada?

Bruno riu mais uma vez.

- Me expressei mal. Não foi um beijinho de nada - ele tentou consertar, colocando uma mecha do cabelo da amiga atrás de sua orelha. A loira enrubesceu. - Aliás, ele seria um dos melhores que já provei, se não fosse mais ou menos como se eu tivesse beijado a minha irmã.

Foi a vez de Ana gargalhar. Bruno sorriu ao arrancar uma risada da melhor amiga. Pelo menos as coisas não estavam tão estranhas como ele pensou que estariam.

- Sabe que eu senti a mesma coisa? - ela perguntou, depois de se recuperar da falta de ar. - Mas acho que foi mais como beijar o meu cachorro.

- Me sinto lisonjeado! - Bruno fez uma mesura. - Como é bom ouvir que beijo como um cachorro!

- Quem beija como um cachorro? - Fabrízio quis saber, aparecendo do nada.

Ele segurava o skate nas mãos e ofegava.

- O Bruno - Ana deu de ombros.

 Ah, sim, é verdade... - Fabrízio comentou. - Acho que são os olhos de cachorrinho que caiu da mudança.

- Eu ainda estou aqui... - Bruno comentou.

- Não... acho que é o queixo. Cachorros são queixudos, não são? - Ana perguntou, analisando o queixo de Bruno.

- É uma ótima teoria! - Fabrízio exclamou, maravilhado. - Nunca tinha pensando nisso!

- Eu posso ouvir tudo o que vocês estão falando, sabe? - Bruno perguntou, e os dois olharam para ele sem entender o porquê da sua indignação. Bruno só bufou e completou. - Esquece.

Os três amigam caminharam juntos pelo corredor, procurando com os olhos as salas nas quais fariam os exames, interessados em colocar as suas mochilas lá e voltar para o pátio antes da tão temida primeira prova.

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