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Obs.: na história original, uma fanfic do McFLY, a música criada pela banda foi "Too Close For Comfort"; para a adaptação, eu pensei em criar uma música nova, mas acho que, como certa homenagem, vou usar a letra como se fosse uma versão brasileira. No vídeo vocês podem ouvir a canção original.


"And everything I feel for you I wrote down on one piece of paper..."


Todos


A música era quase acústica, com Daniel e Bruno no violão. Não fosse pelo baixo de Fabrízio, ela poderia realmente ser classificada assim.

A introdução era linda, triste e calma. Das músicas que as meninas já haviam ouvido da The Corleones, aquela era a mais... diferente.


"Eu nunca quis dizer as coisas que eu disse e que te fizeram chorar,

posso dizer que sinto muito?"


Raquel, que coincidentemente estava chorando, lembrou-se de todas as vezes que chorou durante aquelas duas semanas, que mais pareciam dois anos. Ela não se lembrava de ter vivido tantas emoções em tão pouco tempo em toda a sua vida! Chorou quando Daniel ameaçou contar o seu segredo, chorou quando Fabrízio pediu para voltar e ela não pôde aceitar e teve de tratá-lo mal, chorou quando ele a xingou na sala de aula, chorou quando eles brigaram no baile... e estava chorando naquele exato momento. Chorou tanto que nem sabia como ainda podia ter lágrimas para chorar!

Fabrízio a olhava com um profundo arrependimento. Ele não estava cantando, mas os seus olhos pareciam traduzir aquele pedido de desculpas.

A primeira parte da música também fazia sentido para Luíza. Tantas coisas que Eduardo havia dito a ela que a fizera chorar... só de lembrar de algumas das coisas que ele havia dito, ela tinha vontade de recomeçar a chorar.

"Se esse é mesmo o motivo, então porque você resolveu falar só agora? Porque, pelo o que me parece, você não pensava no Fabrízio quando gemia o meu nome na cama."

"Mas ele não era o suficiente. Você tinha que transar com o melhor amigo dele, não é, Luíza? Você tinha que abrir as pernas para o melhor amigo do seu namorado porque você estava entediada! Porque um cara só não proporcionava a emoção que você queria sentir. Você não estava satisfeita em fazer só um de idiota. Teve que fazer o melhor amigo dele de idiota também!"

"Luíza, por favor, me deixa em paz. Você já fodeu muito com a minha mente..."

Aquelas palavras feriram mais do que agressões físicas e ela revivia tudo de novo ouvindo àquela música.

Eduardo não tirava os olhos dela. Não tirava os olhos dela, e Luíza não tirava os olhos dele por debaixo dos óculos escuros.

Rebecca lembrava muito bem de tudo o que Bruno havia feito; não foram só palavras que a magoaram, mas as ações também. Ela não era muito de chorar, mas todas as vezes em que chorou durante a sua curta vida de quase 18 anos foram por causa dele. Chorou de raiva, de ódio, de ciúme, de inveja, de felicidade, de medo, de tristeza, de dor... e Bruno proporcionara todos aqueles sentimentos nela.

Era Bruno que cantava. Ele cantava para ela e mais ninguém.

Ao contrário de todos os outros, Daniel sorria para Ana, e ela já não estava mais tão interessada nos próprios sapatos; ela também sorria para o guitarrista. Aquela era a primeira música que alguém lhe dedicava, e esse alguém era Daniel Azevedo, dono do seu coração. Ela não se importava mais com as lágrimas que havia chorado por ele, pois algo lhe dizia que a felicidade que os dois sentiriam juntos superaria tudo aquilo.

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