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"Well we all just wanna be big rock-stars! And live in hilltop houses, driving fifteen cars..."


The Corleones


João abriu somente uma fresta da porta ao terceiro toque de Bruno, sorrindo como se estivesse genuinamente feliz em vê-lo.

- Eu realmente espero que você tenha seguido as minhas instruções, Bruno.

- Vamos acabar logo com isso, João - o loiro pediu, entrando na casa sem ser convidado. - Se você realmente a ama, vai deixá-la sair daqui. Vamos resolver isso sozinhos!

- Ah, mas que cavalheiro honrado! - João foi até a porta do que deveria ser o lavabo da casa e Bruno olhou em volta pela primeira vez.

Não havia nenhum móvel, somente materiais de construção velhos e um colchão empoeirado no chão.

Bruno não conseguia imaginar alguém morando ali.

- Bruno! - a voz de Rebecca chamou a sua atenção. João a trazia do lavabo; ela estava amarrada nas mãos e nos calcanhares e sua mordaça jazia pendurada no pescoço. Ela parecia machucada na boca e nas bochechas e os seus olhos estavam marejados de lágrimas. - Eu disse para você não vir...

João a jogou com força no chão e ela gemeu de dor ao cair com os dois joelhos no cimento.

- Vocês dois me deixam com nojo - ele comentou, batendo uma mão na hora. - Bom, agora vamos a minha parte favorita! O jogo!

- Deixe ela ir, João - Bruno pediu novamente, fechando as duas mãos em punho.

- Bruno, por favor, fique quieto - e, como se estivesse ali o tempo todo, João tirou uma pistola PT 24/7 DAO 9 milímetros do cinto da calça e encostou na cabeça de Rebecca, que fechou os olhos e deixou duas lágrimas escorrerem pelo rosto -, pode ser?

Bruno paralisou de medo. Nunca sentira tanto medo em toda a sua vida.

Ele nunca chegou realmente a acreditar que João pudesse ter uma arma, e ali estava ela, prontinha para acabar com a vida de alguém.

Bruno não queria morrer.

- Agora sim, onde eu estava... ah, sim! O jogo! - João engatilhou a arma contra a cabeça de Rebecca e o coração de Bruno parou. - Bom, como eu sei que vocês dois se amam, e sei também que eu não posso conviver com isso, um de nós tem que morrer. Vocês não acham?

Rebecca manteve-se muda e com os olhos fechados. Bruno não respondeu nada, ainda assustado com a arma.

- Não acham? - João bateu com a pistola na testa de Rebecca, que abriu os olhos de susto e concordou com a cabeça rapidamente. Ela não seria capaz de dizer nada, nem se quisesse. - E você Bruno, o que acha disso?

- Sim, eu concordo - foi tudo o que o loiro pôde dizer, com medo de contrariar João e tomar um tiro no meio da testa.

Ao contrário do que ele pensou que aconteceria, o moreno só começou a rir e a gesticular com a arma engatilhada.

- Meu Deus, vocês são dois psicopatas! - ele ria com vontade. - Que tipo de sádicos vocês são? Acham mesmo que essa é a nossa única solução? Caramba... olha só o tipo de cara com quem você se envolve, Rebecca! Deveria escolher melhor quem você coloca dentro de casa...

Rebecca não estava mais com os olhos fechados. Eles estavam bem abertos, como dois faróis azuis. E ela olhava para Bruno. Diretamente para Bruno, fazendo com que ele tivesse vontade de chorar.

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