31.

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"I have this feeling and I've finally found the words to say, but I can't tell you if you turn around and run away..."


Daniel e Ana



- Onde aquela maluca se meteu? - Eduardo quis saber, levantando o rosto com a mão na boca.

Ele não havia retirado a mão da boca desde que sentara no meio fio. Nem para fumar; fumava sem mostrar o rosto.

O nariz do baterista ainda sangrava muito, mas Luíza não se sentia confortável com a ideia de oferecer seu vestido caro e lindo para limpar o sangue. Impaciente, ela se levantou sem dizer nada. Deixando Eduardo sozinho do lado de fora, ela entrou novamente na balada para pegar papel.

Aparentemente, Ana havia entrado no armário para Nárnia e esquecido os amigos do lado de fora, um com o nariz quebrado, outra com o coração partido.

A morena atravessou a pista de dança em direção ao banheiro. Quando avistou a plaquinha rosa com uma bonequinha branca de vestido, ela suspirou aliviada; ninguém havia perguntado de Eduardo para ela.

Até aquele momento...

- Luíza! - ela ouviu alguém berrar atrás de si. Virou-se lentamente.

Merda, não consegui me livrar dos curiosos... ela pensou, mas seu semblante se abriu em um sorriso caloroso ao avistar Daniel com a máscara pendurada no pescoço e um sorriso de cãozinho arrependido.

Logo em seguida, ela se sentiu um pouco envergonhada por ter dado em cima dele na balada que foram na quinta-feira, mas resolveu não encanar; Daniel era seu amigo e provavelmente nem se lembrava do ocorrido.

- Daniel! - ela sorriu, parando onde estava e esperando o guitarrista dos cachinhos castanhos aproximar-se. Depois, sentiu-se um pouco arrependida. Ele com certeza a achava uma vagabunda desde que descobrira sobre a traição. Mas ela resolveu agir com normalidade. - Meu Deus, estamos quase no final da festa e essa foi a primeira vez que eu te vi! Além de, claro... na briga...

Foi difícil para Luíza pronunciar a palavra "briga".

- Eu sei... malditas máscaras! - Daniel sorriu, os olhos azuis brilhando. Então parou de sorrir e olhou sério para a amiga. - Você está bem? O Eduardo está bem?

- Nós estamos lá fora. O nariz dele está sangrando muito... - Luíza aproximou-se do guitarrista e segurou o seu antebraço. A sua mão estava gelada e ele se arrepiou com o toque. - Daniel, eu queria te pedir desculpas...

- Desculpas pelo quê? - o guitarrista parecia confuso.

- Por ter feito o que eu fiz com o Fabrízio - a morena sorriu com tristeza. - Vocês devem me odiar agora. Devem achar que eu sou uma vagabunda.

- Ah, qual é, Luíza! - Daniel exclamou, puxando a amiga para um abraço. Ela enterrou a cabeça no peito forte de Daniel e fungou. Não vá chorar!, ela pensou, segurando o nó na garganta. Chega de chorar! - Nós, eu, Bruno e Eduardo, nunca acharíamos isso de você. Agora o Fabrízio eu já não sei... ele parecia bem abalado... principalmente depois que eu...

Então ele se calou. Evitava pensar no que havia finalmente contado para Fabrízio; que ele havia participado do parto da sua filha. Principalmente depois da reação do amigo à notícia. Fabrízio simplesmente sentou-se no chão da balada e lá ficou por algum tempo. Daniel ficou ao seu lado para impedir que alguém caísse em cima dele, tentando conversar, se explicar, mas Fabrízio não dava ouvidos. Passados alguns instantes, o baixista se levantou e marchou para fora da festa, deixando Daniel para trás. Ele ainda tentou chamar o amigo de volta. Queria se explicar, contar que ficou com dó de Raquel, mas o moreno não deu ouvidos.

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